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Natacao paralímpica

03/09/2021 12h07

Natação

Natação brasileira encerra participação recorde com mais um bronze

Wendell Belarmino fica em terceiro e Brasil acumula 23 medalhas na modalidade. Na Rio 2016, foram 19 pódios

Com um total de 23 medalhas - oito ouros, cinco pratas e 10 bronzes - a natação paralímpica  brasileira se despede de Tóquio com um recorde de pódios, superando os Jogos Rio 2016, que renderam 19. A última medalha chegou nesta sexta-feira (3/09) pelas braçadas de Wendell Belarmino. O atleta da classe S11 conquistou o bronze nos 100m borboleta em 1min05s20 numa disputa acirrada contra o holandês Rogier Dorsman, que ficou em quarto. O ouro e a prata foram dos japoneses Keiichi Kimura e Uchu Tomita. Estreante em Paralimpíadas, foi a terceira medalha de Wendell em Tóquio. O nadador já havia levado o ouro nos 50m livre e a prata no revezamento 4 x 100m livre misto 49 pontos.

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Foto: Miriam Jeske

“Estou muito feliz com a campanha na minha primeira paralimpíada. Como venho falando desde o início, eu venho para me divertir, igual sempre faço em toda competição. Eu estava com um pouco de medo e um desgastado, mas todos que estavam comigo me incentivaram. É uma prova que gosto de nadar, eu me divirto. A campanha foi ótima”, contou Wendell, logo após a cerimônia do pódio.

“Estou muito feliz com a campanha na minha primeira paralimpíada. Como venho falando desde o início, eu venho para me divertir, igual sempre faço em toda competição. A campanha foi ótima”
Wendell Belarmino, ouro nos 50m, prata no revezamento 4 x 100m e bronze nos 100m borboleta

Para o atleta, o bronze foi como ganhar uma medalha de ouro. “Eu gosto de nadar e assim que eu bato a mão na parede, é quando me preocupo com o lugar que fiquei. Essa medalha foi um bronze com gosto de ouro porque melhorei as minhas marcas em todas as provas. Estou muito satisfeito com todas elas, até mesmo com o sétimo lugar nos 200m. Posso dizer que foi 100% de aproveitamento porque melhorei todas as marcas. É isso que mais me deixa feliz: saber que o trabalho que foi feito junto com meu técnico funcionou”, ressaltou.

O nadador também falou do bom trabalho de toda a equipe, do recorde de medalhas da modalidade nos Jogos e a alegria de perceber como o esporte paralímpico tem sido cada vez mais disseminado no Brasil.

“O nosso país foi muito bem, e não só na natação. Já passamos de 100 medalhas de ouro na história. E fico muito arrepiado de pensar que as pessoas estão conhecendo mais o esporte paralímpico, é incrível. As pessoas estão tratando a gente mesmo como atleta de alto nível, e isso é gratificante. Estou feliz de trazer mais essa medalha para o Brasil, mesmo com todos os imprevistos do último ciclo. E o engraçado é que no Mundial tive a mesma quantidade e cores de medalha que conquistei aqui. Vai ver dá sorte.  E agora que acabou, acho que vou passar a noite falando com a minha família, mas não sei bem o que fazer na verdade. Independentemente do resultado, sempre quis comemorar a minha primeira Paralimpíada. E é isso que vou fazer com a equipe. Quero sair da dieta hoje, por exemplo”, brincou o atleta.

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Foto: Miriam Jeske

Despedida da natação em Tóquio

A última participação do Brasil na natação paralímpica foi com a equipe do revezamento 4 x 100m medley masculino 34 pontos, formada por Phelipe Rodrigues, Ruan Felipe de Souza, Andrey Garve e Talisson Glock, que fecharam a prova em 7º lugar.

Gabriel Cristiano de Souza foi o primeiro a disputar as finais do último dia. O atleta ficou em oitavo com o tempo de 1min05s38 nos 100m borboleta S8. Na final feminina da mesma categoria, Cecilia de Araújo chegou em sexto lugar com o tempo de 1min26s26. Ronystony da Silva foi o terceiro a competir, encerrando a participação dele nos 50m costas S4 com 46s95 em oitavo. Esthefany Rodrigues, nos 200m medley SM5, ficou em sétimo.

Foto: Ale Cabral/ CPB

Outros destaques da natação

O multimedalhista Daniel Dias, que oficializou a aposentadoria das piscinas em Tóquio, será o porta-bandeira do país na cerimônia de encerramento dos Jogos. Daniel finalizou sua trajetória na capital japonesa com mais três bronzes, deixando no total um legado de 27 medalhas paralímpicas, 14 delas de ouro, entre Pequim (2008) e Tóquio (2021).

Com seis provas em Tóquio, Maria Carolina Santiago conquistou cinco medalhas: três ouros (50m e 100m livre e 100m peito), prata no revezamento misto 4 x 100m livre e bronze nos 100m costas. Esse resultado foi o melhor de uma nadadora brasileira na história dos Jogos.

Gabriel Araújo, da classe S2, conquistou dois ouros em Tóquio: nos 50m costas e nos 200m livre, além da prata nos 100m costas. Gabriel Bandeira, classe S14, subiu a quatro pódios: ouro nos 100m borboleta, prata nos 100m livre S14 e nos 200m medley SM14 e bronze no revezamento 4x100m livre misto.

A potiguar Cecília Araújo ficou com a prata nos 50m livre. É a primeira medalha paralímpica da atleta. Talisson Glock conquistou o primeiro ouro paralímpico dele nos 400m livre classe S6 e dois bronzes: no revezamento 4x50m livre misto 20 pontos e nos 100m livre S6.

Investimentos

Dos 36 convocados para a seleção brasileira em Tóquio, 32 são atualmente contemplados pelo Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro. O investimento direto nesse grupo, no ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, foi de R$ 12,9 milhões, garantido via Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

Dos 32 bolsistas, 29 integram a categoria Pódio, a principal do programa, voltada para quem se qualifica entre os 20 melhores do mundo em sua modalidade. A categoria Pódio prevê repasses que variam de R$ 5 mil a R$ 15 mil mensais de acordo com os resultados esportivos dos atletas.

No ciclo dos Jogos de Tóquio, o Ministério da Cidadania investiu R$ 28,38 milhões na natação paralímpica por meio do Bolsa Atleta. Entre 2017 e 2021, foram concedidas 986 bolsas em todas as categorias para os atletas da modalidade.

Cristiane Rosa, de Tóquio, no Japão – rededoesporte.gov.br