Geral
Revezamento da Tocha
Nas paisagens dos Lençóis Maranhenses, tocha olímpica revela personagens da região
O revezamento da tocha olímpica conheceu nesta segunda-feira (13.06) as beleza naturais dos Lençóis Maranhenses e deu visibilidade a personagens da região de Barreirinhas-MA que constroem a história de um dos principais cartões postais do Brasil. Conduzida por pescador, líder de comunidade e instrutor de kitsurf, a chama olímpica, em operação especial, passou por cenários paradisíacos em sua rota rumo ao Rio de Janeiro, onde chega em 5 de agosto para a abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
O roteiro teve início na Beira Rio, de onde seguiu para um dos mais belos trechos turísticos do país. Rumando pelo rio Preguiças, o primeiro ponto de parada foram os Pequenos Lençóis, um cenário muito conhecido na região. Em seguida, a chama foi levada na lanterna de segurança para a comunidade do Mandacaru, onde visitou o Farol Preguiças antes de seguir para Altins, point da prática de kitesurfe. A chama também percorreu a Lagoa Azul, o Parque da Cidade, a Avenida 31 de maio, a Duna da Ladeira e encerrou o dia na Praça do Trabalhador.
Sal, duna, lamparina
Em Mandacarú, região marcada pela tradição da pesca, Maria Pereira Menezes, a Dona Maria do Celso, é um desses exemplos de vida que se somam às belas paisagens e rendem roteiro de cinema. Moradora da Ponta do Mangue, povoado dentro do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, Maria do Celso foi a protagonista de um documentário – Sal, Duna, Lamparina – sobre a sua luta para levar energia elétrica para a comunidade.
"Nunca desisto do que é bom para nós. Sou da associação de moradores, trabalho para a comunidade e faço com prazer", disse. Sobre carregar a tocha olímpica, ela acredita ser um reconhecimento por sua luta. "Estou muito feliz por ter sido contemplada. Acredito que Deus me inspirou para esse povo e me fez uma uma batalhadora", afirmou.
Catarino do caranguejo
Outra bela história da região é a do catador de caranguejo Seu Catarino, um dos fundadores da Colônia de Pescadores de Barreirinhas e um dos responsáveis pela organização do setor da pesca. Ele também carregou a chama em Mandacarú, perto do Farol Preguiças, que tem 160 degraus entre o solo e o cume e funciona até hoje. Ao 87 anos, o aposentado não escondeu a satisfação de ter sua história ainda mais divulgada pelo revezamento olímpico. "Ave Maria, eu não esperava esse presente. Achava que só gente nova que iria carregar. É uma experiência que nem posso dizer", comentou. "Todos aqui conhecem minha história e acho que fui escolhido por isso", emendou.
Famosa pela prática de kitesurfe, principalmente entre junho e dezembro, a linda Atins se coloriu para receber a chama. Samuel Ferreira, instrutor de kitesurfe, conduziu a tocha sob um céu pintado por praticantes de uma das modalidades que mais crescem na região. "A tocha representa o coração da humanidade. Tudo o que é esporte está representado aqui. Corro representando os praticantes de kitesurf da região", afirmou. "É a realização de um sonho carregar a tocha olímpica", completou.
Dupla jornada
O condutor mais sortudo do dia foi o estudante Isak Barbosa, aluno da escola barreirense de atletismo. O jovem teve a oportunidade de conduzir a tocha nas dunas dos Pequenos Lençóis e também numa pequena embarcação que navegou por alguns minutos nas águas do rio Preguiças. "O mundo está voltado para nossa cidade. Não tenho como explicar, é algo incrível. Agradeço por esta oportunidade", sentenciou o jovem, que corre provas de 800 e 3.000 metros em competições no Maranhão.
Rafael Brais, brasil2016.gov.br/ME