Goalball
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Na prorrogação, seleção feminina converte penalidade e coloca Brasil na semifinal do goalball
A seleção feminina de goalball fechou a muralha contra a China na disputa das quartas de final dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Em partida dura, definida somente na segunda etapa da prorrogação após o placar em 0 x 0 no tempo normal, a ala Ana Carolina Custódio fez o ‘gol de ouro’, numa conversão de penalidade.
“A gente sabia que não seria fácil. As meninas da China são muito boas. A gente estava engasgada com elas, mas em nenhum momento a gente se abalou. Tudo motivou a gente para fazer esse grande jogo e conseguir avançar para a semifinal”, resumiu a jogadora da classe B2 (atletas com percepção de vultos), que está na quinta Paralimpíada. Nos Jogos Rio 2016, as chinesas venceram o Brasil na semifinal.
Vindo de campanha irregular na fase de grupos, a seleção mostrou um jogo mais consistente nesta fase eliminatória. De acordo com o treinador, Dailton do Nascimento, todos os fundamentos foram trabalhados para deixar o time mais combativo.
“Foi preciso mostrar agressividade o tempo todo, ter muita defesa, porque a variação de ataques das chinesas é fenomenal. Elas atacam nas paralelas, nas bolas cruzadas e no final quebram com bolas quicadas. Foi feito um jogo defensivo, mas atacamos bem. E sabíamos que seria assim do início ao fim”, explicou.
Na primeira fase da competição em Tóquio, o Brasil perdeu para Estados Unidos e Turquia, empatou com o Japão e venceu o Egito. “Tudo foi aprendizado para a gente chegar mais ajustados”, garante Carol, que apostou na sua intuição na jogada que decidiu a partida. “O professor falou pra eu fazer bola reta, mas eu fiz a minha jogada e deu certo”, celebra.
BRASIL NA SEMIFINAAAAAAL!! 😍 Com gol de Ana Carol no tempo extra, o #BRA vence a #CHN por 1x0 e garante vaga na semifinal do goalball feminino!!! Demais, meninas! Que #orgulho!! #JogosParalimpicos #Tokyo2020
— Rede do Esporte (@RedeDoEsporteBr) September 1, 2021
📸: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br pic.twitter.com/ZZpIENk1C7
Defender é preciso
As chinesas esbarraram no muro que teve como destaque a pivô Ana Gabriely Brito, da classe B3 (atletas que conseguem definir imagens). A jogadora, que se recupera de uma lesão, entrou nas últimas partidas disputadas pelo Brasil e imprimiu nova postura em quadra. “Estou me recuperando, fui ganhando confiança, e o jogo foi encaixando”, diz.
“Estávamos fazendo um trabalho de recuperação de fisioterapia para trazê-la para os jogos mais difíceis. Ela tem muita experiência e isso faz muita diferença dentro de quadra”, completa Nascimento. A atleta foi ouro nos Jogos Parapan- Americanos Lima 2019 e bronze no Mundial de Goalball de Malmö, em 2018.
Reforçar a defesa também foi uma preocupação da ala Jéssica Vitorino, da classe B3, que integrou a equipe somente nos últimos treinos, já em Tóquio. “Eu sabia que o arremesso ia fluir ao longo do jogo, mas a defesa tinha que melhorar porque foi onde a gente errou na fase de grupos, então isso era prioridade. Eu falei para as meninas que as chinesas iriam errar e que o nosso gol sairia no erro delas”, destaca.
“Não fizemos uma fase inicial boa. Tivemos problemas na aclimatação, com Jéssica e Victória [ala] isoladas. Elas não treinaram conosco em Hamamatsu e essa era uma situação que nos preocupava para um jogo como esse”, completa a Nascimento.
Semifinal
O próximo confronto das brasileiras será contra os Estados Unidos que derrubou o Comitê Paralímpico Russo por 5 x 3. A partida será nesta quinta-feira (2.09), a partir das 7h30 (horário de Brasília). De acordo com as meninas, a aposta para partida é manter a mesma técnica e ter sangue frio para o confronto decisivo para a conquista da primeira medalha do time feminino em Paralimpíadas.
“Defesa. Muita defesa. E paciência. O jogo de hoje foi para reafirmar para a gente o nosso potencial. A gente só vai defender a bola independentemente da equipe que estiver do outro lado”, garante a pivô Ana Gabriely Brito.
Investimento
Levando em conta as seleções masculina e feminina que defendem o Brasil em Tóquio, são dez jogadores apoiados pelo Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal. O investimento direto nesse grupo, no ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, foi de R$ 1,2 milhão. No ciclo paralímpico dos Jogos de Tóquio, o ministério investiu R$ 3,4 milhões no goalball por meio do Bolsa Atleta. Entre 2017 e 2021, foram concedidas 196 bolsas em todas as categorias para os atletas da modalidade.
Na equipe feminina, quatro das seis atletas convocadas para o Japão são patrocinadas atualmente pelo programa executado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, num investimento anual de R$ 92,7 mil. Já o repasse total neste grupo ao longo do ciclo Rio-Tóquio alcançou R$ 449,1 mil.
Cynthia Ribeiro, de Tóquio, no Japão - rededoesporte.gov.br