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Tenis de mesa

02/08/2021 07h48

TÊNIS DE MESA

Na melhor campanha do tênis de mesa brasileiro nos Jogos Olímpicos, equipe masculina fica entre os oito primeiros

Time formado por Gustavo Tsuboi, Hugo Calderano e Vitor Ishiy lutou bastante contra a Coreia do Sul, um dos melhores times do mundo, nas quartas de final do torneio de equipes

O Brasil ficou entre os oito melhores do torneio masculino de equipes dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Na madrugada desta segunda-feira (02.08), o time brasileiro foi superado pela Coreia do Sul no Ginásio Metropolitano de Tóquio em confronto válido pelas quartas de final da competição. Os rivais venceram por 3 x 0. A eliminação acabou com a esperança da primeira medalha olímpica do Brasil na modalidade, mas a campanha marcou um resultado histórico para o país.

Foi a primeira vez que o Brasil chegou tão longe nos Jogos. Em 2008, o time ficou em 13°. Nas duas Olimpíadas seguintes, fechou em nono lugar. Além disso, os Jogos de Tóquio marcaram o melhor desempenho individual dos mesatenistas do Brasil, com Hugo Calderano caindo nas quartas de final e Gustavo Tsuboi nas oitavas.

Gustavo Tsuboi enfrentou dores no braço e quase venceu um dos duelos. Foto: Cheng Howe Seet/ITTF

No primeiro jogo, Gustavo Tsuboi e Vitor Ishiy encaravam a fortíssima dupla Lee Sangsu e Jeoung Youngsik, em primeiro lugar no ranking mundial de duplas masculinas. E foi difícil para os brasileiros conseguirem encaixar o jogo. Os sul-coreanos venceram bem o primeiro set e continuaram em ritmo forte na segunda parcial.

No terceiro, Tsuboi e Ishiy finalmente se encontraram e deram trabalho aos adversários até a metade. Em dia inspirado da dupla asiática, os rivais conseguiram emplacar uma sequência de pontos. Os brasileiros ainda salvaram quatro match points, mas não evitaram a derrota por 3 a 0, com parciais de 6/11, 2/11 e 10/12.

As dificuldades continuaram no segundo jogo, de Hugo Calderano, número 7 do ranking masculino, contra Jang Woojin, 12° da lista e adversário superado nas oitavas de final do torneio individual. O brasileiro até começou melhor no primeiro set, mas permitiu a virada, após alguns erros. Na segunda parcial, também teve maior dificuldade nos momentos finais. No terceiro set, Calderano chegou a ter um set point a seu favor, mas o sul-coreano virou e fechou em 3 a 0, com parciais de 6/11, 8/11 e 10/12.

Investimentos federais

Os seis atletas titulares – Bruna Takahashi, Hugo Calderano, Gustavo Tsuboi, Caroline Kumahara, Jessica Yamada e Vitor Ishiy – e os dois reservas brasileiros em Tóquio são integrantes da Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro. No período entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, foram investidos R$ 10,1 milhões no Bolsa Atleta para contemplar praticantes do tênis de mesa. Os recursos propiciaram a concessão de 562 bolsas no período.

Tsuboi encara dores

O desafio seguinte era de Gustavo Tsuboi, número 37 do mundo, contra Jeoung Youngsik, 13°. O sul-coreano começou dominando a disputa no primeiro set. Aos poucos, Tsuboi foi se soltando e tomando o controle, com muitas variações de saque na segunda parcial e conseguiu vencer, por 11 a 8. O terceiro set foi inteiramente dominado por Youngsik, que chegou a abrir 7 a 0 e finalizou com certa folga.

O brasileiro precisou receber atendimento médico no intervalo, com dores no bíceps esquerdo, mas voltou para a partida. Visivelmente incomodado, lutou bravamente. Dominou o quarto set, mostrando que não estava disposto a entregar a vitória tão facilmente, conseguindo levar o duelo para o tie-break.

As dores pareciam incomodar cada vez mais, com o brasileiro movimentando o braço a cada parada, mas ele seguiu brigando. Youngsik abriu vantagem, mas Tsuboi foi buscar uma reação. Além de seu limite físico, não conseguiu fechar a partida e acabou superado por 3 a 2, com parciais de 6/11, 11/8, 4/11, 11/8 e 7/11, mas deixou os Jogos Olímpicos com a sensação de dever cumprido, assim como no torneio individual.

“Com certeza, é difícil terminar com essa derrota. A gente veio com a vontade de conquistar uma medalha inédita para o Brasil. Mas temos de sair com a cabeça erguida, pois é um resultado histórico. Cumprimos essa missão de fazer algo especial. Para a gente é uma conquista muito grande. A gente tem que sair muito orgulhoso. Já era dúvida se eu iiria conseguir jogar o torneio individual, por causa do ombro. Depois foi o oblíquo direito e agora o bíceps esquerdo. É uma competição muito intensa, fiz o meu melhor”, declarou Tsuboi.

“A Coreia do Sul é uma equipe muito forte, eles colocam muita pressão com a dupla, pois tem a melhor dupla do mundo. Da minha parte, não consegui colocar a mesma intensidade. É uma competição muito longa e cansativa, isso vai te esvaziando. Meu jogo é muito exigente fisicamente e mentalmente. Não consegui achar aquele extra para ganhar dos melhores do mundo. Alcançamos duas quartas de final e uma oitavas de final, coisa que nunca tinha acontecido. Isso só mostra a nossa evolução nos últimos anos”, analisou Hugo Calderano.

Fonte: Confederação Brasileira de Tênis de Mesa