Você está aqui: Página Inicial / Notícias / Campanha histórica no Parapan: 98% das medalhas brasileiras têm participação de bolsistas

Toronto 2015

15/08/2015 17h03

Toronto 2015

Campanha histórica no Parapan: 98% das medalhas brasileiras têm participação de bolsistas

Competição termina com o melhor desempenho do país na história competição. Além dos recursos federais voltados diretamente para atletas, dois convênios com o Comitê Paralímpico superam os R$ 40 milhões em investimentos na preparação de atletas e na estrutura de treinamento

banner_parapan_coberturaespecial_1130x150.jpg

O Brasil encerrou a campanha em Toronto, neste sábado (15.08) com a campanha mais vitoriosa da história dos Jogos Parapan-Americanos. Foram 257 medalhas conquistadas pela delegação nacional, com 109 ouros, 74 pratas e 74 bronzes, uma performance bastante superior à melhor até então, que tinha sido obtida em casa, no Parapan de 2007. No Rio de Janeiro, foram 228 medalhas, com 83 ouros, 68 pratas e 77 bronzes. 

“Praticamente, de cada três ouros, um era brasileiro. Uma campanha histórica que nos deixa satisfeitos. Voltamos com a sensação de dever plenamente cumprido. E conquistamos a terceira das quatro metas que estabelecemos lá atrás. Vencemos em Guadalajara, vencemos em Toronto, ficamos em sétimo na Paralimpíada de Londres. Só falta uma, que é o quinto lugar no Rio”, afirmou o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons. 

Os dois últimos ouros vieram neste sábado pela manhã, nas finais do goaball masculino com vitória sobre os Estados Unidos por 10 x 4 e no futebol de sete, com o placar de 3 x 1 sobre a Argentina. O Brasil só não esteve no pódio em uma das 15 modalidades disputadas na cidade canadense. O rúgbi disputou o bronze numa partida eletrizante contra a Colômbia, mas acabou ficando com a quarta colocação: 50 x 48 para os colombianos.  

O resultado em Toronto é reflexo, também, de uma política de investimentos em atletas e no Comitê Paralímpico Brasileiro. Das 257 medalhas conquistadas, 254 (98%) foram para contemplados com a Bolsa Atleta ou a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte. Individualmente, já que houve atletas que ganharam mais de uma medalha, 181 subiram ao pódio. Desses, 112 recebem a Bolsa-Atleta e 69, a Bolsa Pódio.  

O Ministério do Esporte tem, ainda, dois convênios ativos com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). O primeiro deles, de R$ 38.213.180,05, é destinado à preparação e treinamento de seleções permanentes em 16 modalidades (atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, natação, remo, rúgbi em cadeira de rodas, tiro esportivo, vela, e voleibol sentado). 

Voltado para o ciclo olímpico de 2016, o convênio engloba custos de transporte terrestre e aéreo no Brasil e no exterior, hospedagens, alimentação, contratação de recursos humanos (coordenador de modalidade, técnicos, assistentes técnicos, psicólogo, fisioterapeuta, fisiologista, nutricionista, médico, massoterapeutas, mecânicos, preparador físico, árbitros, classificador funcional, delegado técnico, enfermeiro), aquisição de uniformes, materiais e equipamentos esportivos. Também inclui a realização de competições, a participação em torneios e períodos de treinamento e intercâmbio para jovens.

Outro convênio, de R$ 1,8 milhão, foi destinado a propiciar a participação da missão brasileira nos Jogos Parapan-americanos de Toronto 2015. "Todas as fontes de financiamento são imprescindíveis para dar aos atletas as condições necessárias para conseguirmos os resultados”, afirmou Andrew Parsons. 

Entre 2010 e 2011, o ministério firmou outros convênios com o CPB, no valor de R$ 19.277.131,31, para a preparação de atletas e seleções de várias modalidades para diversas competições no Brasil e no exterior, intercâmbio, aquisição de materiais e equipamentos. Entre elas os Jogos Paralímpicos de Londres 2012 e o Parapan de Guadalajara. No Parapan do México o Brasil terminou em primeiro. Em Londres, em sétimo.

Estrutura de ponta 

Adicionalmente, estão sendo finalizadas, em São Paulo, as obras do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, uma estrutura de ponta para 15 modalidades (atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, natação, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, golbol, halterofilismo, judô, rúgbi, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, triatlo e voleibol sentado). 

A previsão é de que o Centro seja entregue neste segundo semestre. O investimento total é de R$ 264,7 milhões (para obras) e de R$ 24 milhões (para aquisição equipamentos). Desse total, o governo federal financia R$ 145 milhões (nas obras) e R$ 20 milhões (na aquisição de equipamentos e materiais esportivos) e o governo do estado de São Paulo entra com R$ 119,7 milhões (obras) e R$ 4 milhões (equipamentos).   

O Comitê Paralímpico Brasileiro também recebe recursos federais por meio da Lei Agnelo/Piva. O texto prevê que 2% (2,7% a partir de janeiro, com a sanção da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência ) da arrecadação bruta das loterias federais em operação no país, descontadas as premiações, sejam destinados em favor do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do CPB. Entre 2007 e 2014, o total de repasses ao CPB chegou a R$ 210 milhões, cifras que tendem a aumentar significativamente com a mudança no percentual.

brasil2016.gov.br