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Ginastica artística

02/08/2021 07h40

Ginástica Artística

Na busca por terceiro pódio olímpico, Zanetti ousa com triplo mortal e termina em oitavo

Brasileiro incluiu elemento mais complexo para ter chances diante da nova safra de atletas da modalidade, mas sofreu uma queda na saída. Ouro e prata ficam com chineses. Grego campeão no Rio leva o bronze
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Foto: Ricardo Bufolin/CBG
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Aos 31 anos, o paulista Arthur Zanetti disputava a prova das argolas em Tóquio na busca de uma marca inédita na modalidade. Nunca na história um atleta subiu ao pódio do aparelho em três edições seguidas de Jogos Olímpicos. Zanetti foi campeão em 2012 (Londres) e prata em 2016 (Rio de Janeiro).

“Saio feliz porque arrisquei. Ninguém sabe o quanto sofri para fazer essa saída. Machuquei os pés várias vezes nos treinos. Mas, se não tivesse feito ela hoje aqui, aí sim ia ficar triste. Pelas notas que vinha tirando em competições, eu ia ser quarto, quinto. No treino, estava acertando 70%, 80% das vezes e poderia chegar a um pódio. Mas aí tem o fator competição, Olimpíada, que bagunça toda essa estatística”
Arthur Zanetti, ouro e prata nas argolas em Jogos Olímpicos

Em Tóquio, o brasileiro tinha um desafio complexo. Ele sabia que sua série tradicional, em sua zona de conforto, não seria suficiente para garantir uma nova medalha. Diante disso, ele resolveu incluir um elemento ousado na rotina. Uma saída com triplo mortal grupado. Treinou o movimento de forma contínua nos últimos 12 meses. Se machucou em várias delas. Acertou muitas outras. Chegou a um grau de acerto perto dos 80% em busca de 0,3 centésimos que lhe permitissem brigar pelo terceiro pódio. Mas, na hora da execução na Arena de Ariake, na capital japonesa, acabou caindo na finalização do movimento.

“Saio feliz porque arrisquei. Ninguém sabe o quanto sofri para fazer essa saída. Machuquei os pés várias vezes. Mas, se não tivesse feito ela hoje aqui, aí sim ia ficar triste. Pelas notas que eu vinha tirando em competições, eu ia ficar em quarto, quinto. No treino, estava acertando 70%, 80% das vezes. Mas aí tem o fator competição, Olimpíada, que bagunça toda essa estatística”, comentou Zanetti. “Arrisquei, não tive o melhor resultado, mas saio satisfeito porque coloquei em prática o que estava treinando”, explicou Zanetti.

O pódio teve uma dobradinha chinesa. A vitória ficou com Yang Liu, da China, que somou 15.500 pontos, seguido pelo também chinês Hao You, com 15.300, e pelo grego campeão olímpico em 2016, Eleftherios Petrounias: 15.200. Zanetti ficou com 14.133, na oitava posição.

Na estimativa de Zanetti e de seu treinador, Marcos Goto, a ousadia de inserção do movimento poderia render para Zanetti, se a série saísse cravada, uma nova próxima de 15,4 ou 15,3, que seria suficiente para uma medalha.

“A nossa estimativa era isso mesmo. Se eu cravasse o movimento, ia conseguir por volta de 15,4 ou 15,3, era um pódio. Eu precisava disso, de algo que os árbitros pudessem ter um olhar diferente. Por isso, volto ao Brasil muito satisfeito”, comentou o ginasta, que prefere não pensar se vai estender o trabalho em mais um ciclo, até Paris 2024, nesse momento.  

Os sete integrantes da seleção de ginástica artística classificados para Tóquio fazem parte do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro. Seis deles, incluindo Zanetti e Caio, pertencem à categoria Pódio, a principal do programa, voltada para atletas que se posicionam entre os 20 melhores do mundo em suas modalidades. No ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, a ginástica artística recebeu do Governo Federal investimento direto de R$ 7 milhões via Bolsa Atleta, recursos que propiciaram a concessão de 256 bolsas.

“Ah, não dá para pensar ainda. Tem a parte boa, que é estar perto, mais próximo, são só três anos. Só que Olimpíada é muito bom e, ao mesmo tempo, desgasta muito, principalmente a cabeça. O corpo está bem, mas a cabeça precisa de uma descansada para pensar depois num próximo ciclo”, comentou o atleta, ansioso para rever o filho de 11 meses, a quem não vê presencialmente há quase 60 dias. “É minha maior conquista”, emocionou-se.  

Caio no salto

Reserva nos Jogos Olímpicos Rio 2016, o generalista Caio Souza chegou a Tóquio como um dos principais nomes da seleção masculina de ginástica. Campeão no individual geral dos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, além de ouro por equipes, ele conquistou cinco medalhas de ouro no Pan-Americano do Rio de Janeiro, em 2021. Nos Jogos de Tóquio, ele conquistou a vaga na final do salto, também disputada nesta segunda-feira, e terminou com a oitava colocação, com 13.683 pontos. O ouro ficou com o sul-coreano Jeanhwan Shin (14.783), seguido pelo russo Denis Abiliazin e por Artur Davtyan, da Armênia.

Gustavo Cunha, de Tóquio, no Japão - rededoesporte.gov.br