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Futebol

03/07/2018 14h42

Copa 2018

Músicos de rua aproveitam a Copa do Mundo como vitrine

Com sanfona, harpa, violão, guitarra ou a própria voz como instrumento, ideia é aproveitar os quase dois milhões de turistas para arrecadar dinheiro e sentir a energia do Mundial
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Acordeón e sax também fazem parte do repertório. Foto: Rafael Brais/rededoesporte.gov.br
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Na Rússia para a Copa, o brasileiro João Vitor Narciso, sempre que pode, contribui com os artistas. Foto: Rafael Brais/rededoesporte.gov.br
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Violonista tenta atrair os rublos de turistas nas ruas de Moscou. Foto: Rafael Brais/rededoesporte.gov.br
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O jornalista e músico Yaroslav Didenko toca violão com sua parceira de banda nas ruas de Moscou. Foto: Rafael Brais/rededoesporte.gov.br
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Copa do Mundo da Fifa Rússia 2018

As ruas de Moscou se transformaram em um grande palco para a exibição de músicos de rua durante a Copa do Mundo da Rússia. Sanfona, harpa, violão, guitarra, voz, talento (ou nem tanto). A diversidade é grande, mas o objetivo é o mesmo: aproveitar os quase dois milhões de turistas no país para mostrar o trabalho, arrecadar dinheiro e sentir a energia do campeonato de futebol.

O jornalista e músico russo Yaroslav Didenko e sua parceira de banda se ajoelharam e começaram a desenhar, ali mesmo, na rua Nikolskaya, a bandeira dos países que iriam jogar a Copa naquele dia. A caixa de papelão que apoiava o desenho era, na verdade, um recipiente para doações. Vale de tudo para divulgar a arte e atrair rublos, a moeda local. "A Copa em Moscou é um grande momento, porque muitas pessoas estão nas ruas, é diferente e amistoso. Isso não é muito comum na Rússia", disse Didenko.

"A Copa em Moscou é um grande momento, porque muitas pessoas estão nas ruas, é muito diferente e amistoso. Isso não é comum na Rússia"
Yaroslav Didenko, jornalista e músico

Sobre a oportunidade de arrecadar dinheiro e divulgar sua banda, que ele admite não ter nome, o jovem destaca que os russos são os que mais contribuem e que o "cachê informal" das ruas está maior durante o Mundial. "Quando tocamos, podemos ver que as pessoas gostam e nos dão dinheiro. Isso é realmente divertido. Pessoas de outros países, não as da Rússia, não nos dão muito dinheiro. Não sei exatamente o porquê", comentou. "Mas, sim, estamos recebendo mais nesses dias".

Didenko lembrou também que, no início da Copa, alguns turistas brasileiros participaram de um show deles em umas das ruas da cidade. "Eles vieram até nós quando estávamos tocando. Naquele dia, tínhamos bateria e eles gostaram de tocar com a gente", afirmou.

Atraído pela boa música, o estudante brasileiro João Vitor Narciso parou para ouvir a apresentação e adicionou alguns rublos à caixinha dos músicos. Registrou fotos, tentou acompanhar o refrão de uma música russa e afirmou que sempre ajuda iniciativas públicas e gratuitas. "Acho que a arte deve sempre ser contemplada. Então, quando vejo alguém tocando violão ou qualquer outro tipo de instrumento, tento contemplar. Sempre transmite algo bom para mim", disse.

Narciso, que já se deparou com vários artistas pelas avenidas russas, acredita que os grandes eventos, especialmente os esportivos, são uma grande chance para que os cantores façam sua publicidade e alcancem a almejada fama. "É uma vitrine, uma chance para eles mostrarem o talento deles, de divulgarem o trabalho. Às vezes eles não têm oportunidade, não alcançam muita gente ou acaba sendo uma coisa local. Então, esse cenário de Copa é uma chance de eles divulgarem para o mundo", analisou.

Morador de Vitória-ES, Narciso aproveitava cada instante da Copa do Mundo que, segundo ele, é um momento único. "A atmosfera do lugar contagia, porque são pessoas de todo o mundo no mesmo lugar, por uma causa. Todo mundo tem que viver isso pelo menos uma vez na vida", disse.

Rafael Brais, de Moscou, na Rússia - rededoesporte.gov.br