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Futebol5

05/02/2021 18h01

Tóquio 2021

Futebol de 5 brasileiro recebeu mais de R$ 2 milhões via Bolsa Atleta apenas no atual ciclo

Seleção brasileira é pentacampeã mundial e dona de todos os títulos da história dos Jogos Paralímpicos. Para o Japão, daqui a 200 dias, disputa terá mudanças no formato

Única equipe a conhecer o topo do pódio no futebol de 5 em toda a história dos Jogos Paralímpicos, a seleção brasileira da modalidade chega ao Japão, neste ano, com uma bagagem que vai além dos títulos. Tetracampeão consecutivo do megaevento, desde Atenas 2004, e dono de cinco ouros em mundiais, o elenco nacional conta, ao longo de toda a preparação, com o apoio do programa Bolsa Atleta, do Governo Federal. Apenas no ciclo depois dos Jogos Rio 2016, o investimento supera a marca dos R$ 2 milhões.

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Ricardinho chuta para marcar o gol do título brasileiro nos Jogos Rio 2016. País é dono de 100% dos ouros paralímpicos na modalidade. Foto: Danilo Borges/rededoesporte.gov.br

Das 112 bolsas distribuídas no período, quatro foram para a categoria Estudantil, 68 para a Nacional, 12 para a Internacional e 28 para a Olímpica/Paralímpica. Desde a criação do programa federal de apoio direto ao atleta, em 2005, e até o ano de 2019, o futebol de 5 recebeu, ao todo, 442 bolsas, totalizando um investimento de mais de R$ 8 milhões.

"Desde 2005 apoiamos o futebol de 5 por meio do Bolsa Atleta e não poderíamos ter mais orgulho dos resultados da nossa seleção, sempre invicta em Jogos Paralímpicos. Temos certeza de que, no Japão, mais uma vez a equipe trará grandes conquistas para o nosso país"
Marcelo Magalhães, secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania

Os aportes têm se materializado em resultado ao longo dos anos. Além das quatro medalhas de ouro nas quatro participações em Jogos Paralímpicos, a Seleção Brasileira conquistou os títulos de 1998, 2000, 2010, 2014 e 2018, entre as sete edições já realizadas do Mundial. De acordo com o departamento de Ciências do Esporte do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a equipe tem o maior número de vitórias (28), o menor número de derrotas (duas) e a maior quantidade de gols (92) da história dos mundiais do futebol de 5.

"Desde 2005, apoiamos o futebol de 5 por meio do Bolsa Atleta e não poderíamos ter mais orgulho dos resultados da nossa seleção, sempre invicta em Jogos Paralímpicos. Temos certeza de que, no Japão, mais uma vez a equipe trará grandes conquistas para o nosso país", afirma o secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marcelo Magalhães.

Nomes de destaque

Ainda segundo o levantamento do CPB, o Brasil tem hoje 40 atletas da modalidade que já conquistaram o ouro em Jogos Paralímpicos. O único presente em todas edições e, portanto, tetracampeão, é o paraibano Marquinhos. Em seguida, Damião Robson, Fábio Vasconcelos (ex-goleiro e atual técnico), Jefinho e Ricardinho têm três ouros cada, sendo que Fábio ainda soma a conquista do Rio 2016 como treinador. Mizael Conrado, presidente do CPB, ganhou dois ouros, assim como Andreonni, Cássio, João Batista, Nonato, Sandro e Severino da Silva (Bill).

As campanhas de 2004 a 2016 mostram que, dos 22 jogos disputados, o Brasil venceu 17 e teve cinco empates, sem qualquer derrota. Nas semifinais de Londres 2012, a seleção foi para a disputa dos pênaltis contra a Argentina. Além disso, quase 80% das partidas foram vencidas por mais de um gol de diferença. O Brasil é autor de 40 dos 138 gols anotados por todas as seleções em Jogos Paralímpicos.

Foi em Atenas, logo na estreia, que a seleção brasileira registrou a campanha mais goleadora: 14 gols em seis jogos. Já em Pequim, foram 11 gols em seis partidas, enquanto em Londres o país marcou seis vezes em cinco confrontos. No Rio, foram nove gols em cinco duelos.

O bicampeão João Batista (2004 e 2008) foi o primeiro artilheiro da história da modalidade no evento, ao marcar nove dos 14 gols do Brasil em Atenas. Hoje o posto pertence ao argentino Silvio Velo, conhecido também como "Maradona cego", com 14 gols. Em seguida aparecem o próprio João Batista, com 11, o espanhol Antonio Gaitan, o francês Frederic Villeroux, e o brasileiro Ricardinho, com nove gols cada.

Novo formato

Destinado a jogadores com deficiência visual, o futebol de 5 terá mudanças de formato na edição de Tóquio. O gol, por exemplo, ficou maior, passando de 3 x 2m para o padrão de trave do hóquei sobre a grama (3,66m x 2,14m). Além disso, os dois tempos de 25 minutos com relógio contínuo mudaram agora para dois tempos de 20 minutos com paradas no cronômetro sempre que a bola sair do campo ou ocorrer uma falta.

De acordo com a classificação funcional, os atletas cegos podem ser das classes B1, B2 ou B3, dependendo da capacidade de percepção visual. Nos Jogos Paralímpicos, contudo, competem apenas os da classe B1, com o maior grau de comprometimento. Para que não exista qualquer vantagem, todos os jogadores de linha usam vendas nos olhos. O goleiro é o único que consegue enxergar normalmente. A plateia deve permanecer em silêncio, já que é o som dos guizos do interior da bola orienta os jogadores.

No Japão, as partidas serão realizadas no Parque Urbano de Aomi, na região próxima à Baía de Tóquio. A instalação será temporária e vai abrigar, nos Jogos Olímpicos, o basquete 3 x 3 e as provas de escalada. No futebol de cinco, a capacidade da instalação será de 4.300 torcedores.

Diretoria de Comunicação - Ministério da Cidadania, com informações do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)