Mayra Aguiar derrota japonesa na final e é bicampeã mundial de judô

Mayra celebra o bicampeonato mundial. Só ela e João Derly conquistaram tal feito pelo Brasil. Foto: IJF

A brasileira Mayra Aguiar é bicampeã mundial de judô. Depois do título conquistado em Chelyabinsk em 2014, e de ter terminado fora do pódio na última edição do evento, em Astana, há dois anos, nesta sexta-feira (01.09) a atleta gaúcha voltou a comemorar. A conquista em Budapeste foi em cima justamente da campeã de 2015, a japonesa Mami Umeki. Mayra é a primeira mulher judoca do país a faturar dois títulos em campeonatos mundiais, igualando o feito de seu conterrâneo João Derly (2005 e 2007).

"Com certeza o Derly foi uma inspiração para mim desde novinha", disse Mayra, ainda ofegante na zona mista. "Estou muito feliz! Eu estava focada, tinha me preparado muito. Sabia o quanto era importante e o quanto é gostoso ganhar o Mundial. E agora sou bicampeã", comemorou.

Brasileira sorri ao perceber que aplicou o golpe decisivo na japonesa Mami Umeki na final do Mundial. Foto: IJF

"Estou muito feliz! Eu estava focada, tinha me preparado muito. Sabia o quanto era importante e o quanto é gostoso ganhar o Mundial"

Mayra Aguiar

Mayra passou pelas preliminares na Laszlo Papp Arena vencendo as três lutas por ippon. Após derrotar a jovem Klara Apotekar, da Eslovênia, e a austríaca Bernadette Graf, foi a vez de ter a revanche contra a francesa que a superou na semifinal dos Jogos Rio 2016, Audrey Tcheumeo. Na luta, Mayra chegou a ser punida duas vezes, mas conseguiu projetar a rival, pontuando com um waza-ari e imobilizando a adversária na sequência, fazendo Tcheuméo desistir do combate. Ippon e vaga na semifinal.

A quarta luta, contra a japonesa Ruika Sato, foi mais tensa, com punições para os dois lados. As atletas levaram dois shidos cada e ficaram no limite da eliminação pelo terceiro, até que Mayra conseguiu projetar Sato e marcar um waza-ari a um minuto do fim. A japonesa veio para cima, mas a experiência de oito participações em mundiais pesou a favor de Mayra, que conseguiu se defender e evitar o terceiro shido para se garantir em mais uma final de Mundial.

Com o status de recordista brasileira em número de medalhas em Mundiais - cinco no total, com ouros em Chelyabinsk 2014 e Budapeste 2017, prata em Tóquio 2010 e bronzes em Paris 2011 e Rio 2013 - , Mayra encarou Mami Umeki na decisão. A luta terminou empatada no tempo regulamentar, com apenas um shido de vantagem para a brasileira, e seguiu para o golden score. Em apenas 10 segundos no cronômetro extra, Mayra conseguiu projetar a japonesa e marcar um waza-ari para faturar a nova medalha de ouro mundial.

"O principal foi manter a cabeça sob controle e ficar focada sempre. Cada luta que passou, cada vitória foi um degrauzinho a mais. Essa foi a minha segunda competição depois dos Jogos Olímpicos. Gosto de ficar um tempo fora, poder me preparar melhor, fazer treino de base. É importante. Esse tempinho parada me dá mais fome de luta", afirmou Mayra.

Mayra é a maior medalhista brasileira na história dos mundiais de judô

Portela cai na repescagem 

Maria Portela também chegou ao bloco final de disputas no período da tarde. Na primeira luta, ela abriu um waza-ari de vantagem contra a sul-coreana Hye Jin Jeong, que respondeu com outro waza-ari e empatou o duelo no tempo normal. No Golden Score, Portela conseguiu projetar e pontuar com o segundo waza-ari para avançar às oitavas.

Nessa fase, Portela fez duelo equilibrado com a britânica Gemma Howell, que terminou empatado em punições (2-2) no tempo normal e, novamente, no golden score, a brasileira pontuou com um waza-ari para permanecer viva na briga por sua primeira medalha mundial.

Nas quartas de final, a brasileira levou um shido no tempo regulamentar da luta contra a japonesa Chizuru Arai e, sem mais pontuações, o combate foi para o tempo extra. Maria conseguiu mais ataques e Arai foi punida, empatando a luta nas punições. Numa tentativa de ataque, Portela caiu de joelhos e seu braço encostou nas pernas da japonesa, o que foi interpretado como catada e a brasileira acabou punida pela segunda vez. A vantagem mínima deu à japonesa a vaga na semifinal e mandou a brasileira para a repescagem. Em sua última luta, Portela sofreu um waza-ari, levou duas punições e não conseguiu passar pela espanhola Maria Bernabeu.

Na mesma categoria de Mayra, a meio-pesado (78kg) Samanta Soares teve um grande desafio, enfrentando a campeã mundial Mami Umeki logo na estreia. A japonesa conseguiu pontuar com um waza-ari e a primeira participação da brasileira em Mundiais Sênior terminou com uma imobilização da adversária por vinte segundos, equivalente ao ippon.

Neste sábado (2), serão encerradas as disputas individuais no Mundial. O Brasil terá Luciano Corrêa (100kg), David Moura (+100kg), Rafael Silva (+100kg) e Maria Suelen Altheman (+78kg) em ação. No domingo (3) será disputado o Mundial por equipes mistas.

Programação

02.09: Luciano Corrêa (100kg), David Moura (+100kg), Rafael Silva (+100kg), Maria Suelen Altheman (+78kg)
03.09: Mundial por equipes mistas

Preliminares - 5h*
Finais - 11h*
*Horário de Brasília

Rededoesporte.gov.br, com informações da Confederação Brasileira de Judô (CBJ)