Tiro com arco
Lima 2019
Marcus D’Almeida leva prata e Brasil garante vaga em Tóquio 2020 no tiro com arco
O arqueiro Marcus D'Almeida cumpriu todos os objetivos traçados para os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. Neste domingo (11.8), o carioca de 21 anos conquistou a primeira medalha de prata da história do Brasil no tiro com arco e ainda garantiu a vaga olímpica para o país em Tóquio 2020, no Japão. A medalha de ouro da prova ficou com o canadense Natanie Crispin, que venceu o confronto da final por 6 x 4.
"Conversei com os meus psicólogos antes de chegar a Lima e eles perguntaram o que eu realmente queria no Pan. Lembro que falei que era bater o recorde brasileiro e garantir a vaga olímpica. Foi o que aconteceu aqui ao conquistar a medalha de prata. Sinto que todo o trabalho valeu a pena, todo o esforço e sacrifício até chegar aqui", comemorou Marcus D'Almeida.
Nos Jogos Pan-Americanos, garantem vaga olímpica somente os campeões das provas. Porém, a vaga olímpica brasileira foi herdada do norte-americano Brady Ellison. Como ele já chegou a Lima com a vaga olímpica e venceu no Pan a prova de duplas mistas, o segundo colocado da prova individual garantiu o direito de disputar Tóquio 2020.
Marcus D'Almeida é o principal nome do esporte no cenário nacional e detentor do recorde brasileiro. Em fim de temporada, faltando somente o Mundial Militar como próximo desafio, ele vem mantendo uma constância nas competições internacionais. "Eu me sinto bem, em uma constância mesmo no fim de temporada. Sou o oitavo do mundo a chegar no auge da marca de 92 pontos e isso mostra a regularidade na temporada", completou.
Investimento
O tiro com arco é uma das dez modalidades do programa dos Jogos Pan-Americanos em que 100% dos atletas convocados para a seleção brasileira são vinculados ao programa Bolsa Atleta, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. Dos oito integrantes da delegação, cinco pertencem à categoria Nacional, um está na Internacional e dois são da Olímpica. O investimento federal anual no grupo é de R$ 152.100.
Na modalidade como um todo, há atualmente 88 praticantes do tiro com arco olímpico e paralímpico contemplados pelo Bolsa Atleta, num investimento federal anual de R$ 1,04 milhão. Em Lima, 333 atletas dos 485 originalmente inscritos na delegação nacional integram o programa, num investimento anual de R$ 14,6 milhões.
Final do tiro com arco individual
A final foi equilibrada. O brasileiro manteve uma regularidade na pontaria acertando a marca de 9 pontos, mas com poucos 10. Já o canadense Natanie Crispin somou cinco 8 pontos, com o brasileiro apenas um. Porém, o canadense marcou oito 10 e Marcus Vinícius cinco 10. O ouro foi conquistado por 6 x 4.
"Se a gente pegar o Mundial e as copas do mundo, eu já estava muito mais nove e menos 10. Aqui eu já consegui subir a quantidade de 10, se somar as oitavas, quartas e semi, eu estou bem melhor. O foco do trabalho agora é esse, aumentar a quantidade de 10", revelou.
Na avaliação do carioca, o desempenho na final mostra uma regularidade a performance. "Foram detalhes na final. No nível técnico que temos, eu e o canadense, a medalha é garantida no detalhe. Não considero que errei, mas faltou um pouco mais para garantir o ouro", analisou.
Depois dos Jogos de Lima, o arqueiro transfere a mira com o objetivo de classificar também a equipe masculina para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. "Temos um passo antes de Tóquio, que é conquistar a vaga por equipes, que é o nosso sonho. É uma vaga cobiçada. Então, são três no mundo e a gente vai batalhar. A vaga vai ser na última etapa da Copa do Mundo antes dos Jogos, ou seja, cerca de dois ou três meses antes, em Berlim, na Alemanha", revelou.
Briga pelo bronze
Na disputa pela medalha de bronze, o brasileiro Bernardo Oliveira foi superado pelo canadense Eric Lingfeng, que venceu o confronto por 7x1. "Uma gratidão enorme fazer parte desse momento. Depois de disputar uma semifinal de brasileiros, a gente garantiu a vaga olímpica. Até brinquei com o Marcus que a primeira vez a gente conquistou uma vaga individual com duas pessoas. Infelizmente, cometi muitos erros hoje, não estava me sentindo tão bem como na sexta-feira, quando me classifiquei à final, mas é um resultado incrível ser um top quatro das Américas. Me deixa muito feliz e é uma bela recompensa pelo trabalho árduo, cada vez mais sério, com uma equipe multidisciplinar. Volto para casa com o gosto de querer trabalhar mais para chegar ao pódio", disse Bernardo.
Breno Barros, de Lima, no Peru - rededoesporte.gov.br