Mais de 70% dos brasileiros já inscritos no Pan 2015 recebem bolsas do Ministério do Esporte
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) divulgou a lista de 519 atletas que vão disputar os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, de 10 a 26 de julho. A eles, ainda serão somados 82 competidores, a serem definidos pelas confederações de basquete, vôlei, rúgbi e ginástica (equipe da modalidade artística), para um total de 601 inscritos. Dos 519 nomes já divulgados, mais de 70% contam com apoio direto do governo federal, por meio do Programa Bolsa-Atleta: são 290 das categorias nacional, internacional e olímpica, mais 80 da Bolsa Pódio – a categoria mais alta, destinada aos que estão entre os melhores do mundo em seu esporte e com chance de conseguir medalha nos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Dos 88 inscritos do atletismo no Pan, 21 contam com a Bolsa Pódio, para que possam ter o melhor em equipamentos, equipes multidisciplinares e intercâmbios. Outros 43 recebem recursos do Bolsa-Atleta e são contemplados nas categorias nacional, internacional e olímpica.
No caso do judô, apenas uma atleta não é contemplada com a Bolsa Pódio, do total de 14 inscritos no Pan, pelas equipes feminina e masculina. Dos saltos ornamentais, os oito atletas recebem recursos do Bolsa-Atleta. Os cincos representantes brasileiros da canoagem slalom no Pan contam com bolsa do governo federal (três são Bolsa Pódio). Na canoagem velocidade, dos 14 inscritos, apenas uma atleta não recebe apoio direto.
Vale esclarecer que os critérios de convocação para o Pan dependem de cada confederação e de interesses técnicos. Por exemplo: as competições de natação do Pan serão realizadas de 11 a 18 de julho, período próximo ao do Mundial de Desportos Aquáticos de Kazan, na Rússia, que é de 17 de julho a 2 de agosto, e que garante vagas olímpicas. Dessa forma, atletas como Cesar Cielo, da natação, ou Poliana Okimoto, das maratonas aquáticas, não vão a Toronto, seguindo direto para Kazan.
Há casos como o do atletismo, em que "sobram" atletas alto nível: são duas vagas por prova e Mauro Vinícius Hilário da Silva, o Duda, bicampeão mundial em pista coberta do salto em distância, por exemplo, não vai, porque outros dois estavam mais bem ranqueados nestes primeiros meses do ano: Higor Silva Alves e Alexsandro Nascimento de Melo.
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Esportes coletivos
Nos coletivos, das 18 atletas do futebol, nove estão no programa Bolsa-Atleta. Da seleção feminina de handebol que foi campeã mundial em 2013, das 15 inscritas para o Pan, apenas uma não é do Bolsa-Atleta. As 13 competidoras da seleção feminina de polo aquático são contempladas pelo programa. Três esportes ainda não divulgaram convocados (basquete, vôlei e rúgbi).
Sem saber se terá direito ao convite para os Jogos Olímpicos Rio 2016, o basquete brasileiro precisaria se classificar por uma das duas vagas da Copa América (a masculina será de 31 de agosto a 12 de setembro, na Cidade do México, e a feminina, de 9 a 16 de agosto, em Edmonton, no Canadá). Os jogos do basquete no Pan são de 16 a 20 de julho (feminino) e de 21 a 25 do mesmo mês (masculino).
Sem convite, a Copa América se torna fundamental para o Brasil participar do basquete no Rio 2016. O técnico Rubén Magnano, da seleção masculina, ainda pondera sobre convocações, para o Pan e a Copa América. Magnano deverá mesmo trabalhar com dois grupos, porque a decisão da Federação Internacional de Basquete (FIBA) sobre a vaga olímpica direta para o Brasil via convite, que seria em 30 de junho, passou para a segunda quinzena de agosto.
No vôlei, tanto o técnico Bernardinho, da seleção masculina, como José Roberto Guimarães, da feminina, também ponderam sobre a necessidade de trabalhar com dois grupos cada um, por conta da Liga Mundial e do Grand Prix.
Há esportes, no entanto, que têm interesse maior em ir ao Pan, como o handebol ou o hipismo, que valem vagas olímpicas. Ainda assim, excepcionalmente para o Brasil, como país-sede de 2016, as vagas nesses esportes já estão garantidas.
Maior programa de patrocínio direto
O Bolsa-Atleta, criado em 2004, é o maior programa do mundo de patrocínio individual de atletas, garantindo condições mínimas para que se dediquem ao esporte. As inscrições são abertas no primeiro semestre de cada ano. As categorias são: Atleta de Base (R$ 370), Estudantil (R$ 370), Nacional (R$ 925), Internacional (R$ 1.850) e Olímpico/Paraolímpico (R$ 3.100).
Em 2014, o programa teve 6.570 atletas de esportes e modalidades olímpicas e paraolímpicas, mais 558 de outros esportes. Os investimentos para o ano foram de cerca de R$ 100 milhões.
A categoria Bolsa Pódio é para atletas indicados pelas respectivas confederações que estejam ao menos entre os 20 primeiros do mundo, dentre outros critérios, discutidos em grupo pela própria confederação, Ministério do Esporte, COB e Comitê Paraolímpico do Brasil (CPB). Os valores dependem da classificação mundial do atleta: as bolas são de R$ 5 mil, R$ 8 mil, R$ 11 mil e R$ 15 mil.
Em junho de 2015, o Bolsa Pódio conta com 144 atletas de esportes olímpicos e 84 de paraolímpicos. O investimento do governo federal anual é de cerca de R$ 29 milhões.