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Judo paralímpico

28/08/2021 10h03

Judô

Lúcia Teixeira conquista o bronze e judô mantém tradição de medalhas

Brasileira ficou em terceiro na categoria -57kg e manteve tradição de pódios do país que se repete desde 1996. Neste domingo, último dia da modalidade, cinco atletas representam o Brasil

O judô paralímpico brasileiro manteve a escrita de estar no pódio em todas as edições do megaevento esportivo desde Atlanta, em 1996. A responsável por manter a escrita foi a veterana Lúcia Teixeira de Araújo, de 40 anos. A atleta paulista conquistou a medalha de bronze em Tóquio na categoria -57kg. Na disputa pela medalha, ela projetou por ippon a russa Natalia Ovchinnikova. 

Em sua estreia no tatame do Nippon Budokan, ela venceu a argentina Laura González, também por ippon. Mais tarde, ela perdeu a chance de disputar o ouro ao também ser projetada por ippon por Parvina Samandarova, do Uzbequistão. O título ficou com Sevda Valiyeva, do Azerbaijão, que superou Samandarova na decisão. O outro bronze foi para a japonesa Junko Hirose.

Lúcia Teixeira: terceira medalha em três edições seguidas de Jogos Paralímpicos. Foto: Takuma Matsushita/ CPB

Com o resultado, Lúcia chega a três medalhas em sua carreira nos Jogos Paralímpicos. Ela já havia conquistado a prata nos Jogos de Londres 2012 e Rio 2016. A brasileira ainda ostenta no currículo esportivo dois ouros em Jogos Parapan Americanos (Toronto 2015 e Lima 2019). Foi bronze nos Jogos Mundiais de Fort Wayne em 2019, e em 2021, conquistou o ouro no Grand Prix de Warwick e o bronze no Grand Prix de Baku.  Com baixa visão desde o nascimento devido a uma toxoplasmose congênita, Lúcia começou a praticar o judô aos 15 anos por intermédio dos irmãos.

O outro brasileiro na competição na capital japonesa nesta sábado, Harlley Pereira Arruda foi eliminado na primeira luta, por ippon, pelo britânico Daniel Powell, na disputa da categoria -81kg.

A campeã mundial Alana Maldonado entra em cena na Nippon Budokan neste domingo. Foto: Pedro Ramos/ rededoesporte.gov.br

Campeã mundial em ação

Neste domingo, último dia de competições da modalidade, o Brasil terá outros cinco judocas no tatame do Nippon Budokan.  Meg Emmerich na categoria +70kg, a campeã mundial Alana Maldonado (-70kg), o multimedalhista Antonio Tenório (-100kg), o medalhista de prata nos Jogos Rio 2016 Wilians Araújo (+100kg) e Arhtur da Silva Cavalcante (-90kg).

“Já venho com uma bagagem, uma experiência de um ciclo grande e importantes competições. Fui campeã mundial em 2018 (em Portugal) e isso dá uma experiência a mais, faz muita diferença. Estou preparada para realizar meu sonho e ser campeã paralímpica”, afirma Alana Maldonado, atleta da classe B3 (baixa visão).

Com 26 anos, a judoca que começou na modalidade paralímpica com 14 anos -- quando foi diagnosticada com a doença de Stargardt, que provoca perda de visão progressiva -- coleciona títulos como a prata nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019; prata na etapa da Turquia da Copa do Mundo 2018; ouro na Copa do Mundo 2019 e 2017 no Uzbequistão. No currículo constam ainda o bronze nos Jogos Mundiais da IBSA 2015 na Coreia do Sul e prata nos Jogos Parapan-Americanos Toronto 2015.

Investimento

Todos os nove convocados para a seleção brasileira em Tóquio são atualmente contemplados pelo Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro. O investimento direto nesse grupo, no ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, foi de R$ 4,22 milhões, garantido via Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

Os nove bolsistas integram a categoria Pódio, a principal do programa, voltada para quem se qualifica entre os 20 melhores do mundo em sua modalidade. A categoria Pódio prevê repasses que variam de R$ 5 mil a R$ 15 mil mensais de acordo com os resultados esportivos dos atletas.

No ciclo dos Jogos de Tóquio, o Ministério da Cidadania investiu R$ 8,63 milhões no judô paralímpico por meio do Bolsa Atleta. Entre 2017 e 2021, foram concedidas 259 bolsas em todas as categorias para os atletas da modalidade.

Histórico

O judô entrou para o programa dos Jogos Paralímpicos em Seul 1988, mas apenas no masculino. As mulheres só começaram a lutar a partir de Atenas 2004. Antes de Tóquio, o Brasil havia conquistado 22 medalhas, sendo quatro de ouro, nove de prata e nove de bronze. Além disso, o país sobe ao pódio do judô no megaevento desde Atlanta 1996.

Naquele ano, o responsável pelo primeiro ouro do Brasil foi Antônio Tenório, hoje dono de seis medalhas: as quatro de ouro do país, além de uma prata no Rio 2016 e um bronze em Londres 2012.

Rededoesporte.gov.br