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Volei de praia

02/08/2021 03h41

Vôlei de praia

Letões fazem “jogo da vida” e eliminam Evandro e Bruno Schmidt no vôlei de praia

Dupla formada por Plavins e Tocs dominou a partida e venceu por 2 sets a 0. Brasileiros lamentam adeus precoce

Foram dois sets inteiros correndo atrás do placar, se cobrando dentro de quadra, tentando mudar a estratégia, mas não era mesmo o dia da dupla de vôlei de praia Evandro e Bruno Schmidt. Os dois brasileiros encararam Plavins e Tocs, da Letônia, pelas oitavas de final do torneio olímpico em Tóquio, e perderam por 2 sets a 0, parciais de 21/19 e 21/18, dando adeus aos Jogos na madrugada desta segunda-feira, 02.08 (horário de Brasília).

Foto: FIVB/Divulgação

Desde o início da partida no Shiokaze Park, ficou claro que os brasileiros teriam dificuldades. Os letões impuseram seu jogo e logo assumiram a vantagem no placar. Daí para frente, os brasileiros não conseguiram mais se acertar. “Analisando friamente - eu gosto de fazer muito isso para colocar um ponto final em tudo e não ficar remoendo nada -, eles foram superiores do primeiro set ao final do jogo. Apesar de históricos para lá e para cá, de essa dupla não ter tido muito desempenho no Circuito Mundial, hoje eles foram superiores do começo ao fim”, admitiu Bruno, campeão olímpico ao lado de Alison no Rio 2016.  

Para Evandro, a dupla brasileira tentou ao máximo, mas teve dificuldades por estar sempre atrás no placar. “Nós tentamos, buscamos, tentamos mudar o jogo. É muito difícil jogar atrás sempre no placar, nós tentamos buscar ali no final do primeiro set, no final do segundo set, mas os letões jogaram o melhor deles hoje e isso fez toda a diferença”.

Foi o fim de uma trajetória conturbada da dupla brasileira, que teve muitos momentos de incerteza antes dos Jogos Olímpicos. No início do ano, Bruno contraiu Covid 19 e precisou ser internado. Ele passou duas semanas em um hospital de Vila Velha (ES), onde mora, de onde teve alta no fim de fevereiro. Depois, precisou recuperar a forma e buscar retomar o entrosamento com o parceiro Evandro para Tóquio. Por isso, a derrota nesta segunda-feira (02.08) doeu ainda mais em Bruno.

No ciclo Rio 2016 - Tóquio 2021, o Governo Federal Brasileiro investiu de forma direta, via Bolsa Atleta, mais de R$ 9 milhões no vôlei de praia. Os recursos foram suficientes para viabilizar a concessão de 259 bolsas para atletas da modalidade. Os oito atletas que representam o Brasil em Tóquio são integrantes da categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta. 

“É uma pena, porque depois de tudo que eu passei, eu adoraria escrever uma história bacana de superação, mais do que já estava tendo, gostaria de estender esse torneio ao máximo, gostaria de ter ajudado o Evandro ainda mais. Eu acho que a gente merecia isso, pelo que a gente passou, as dificuldades, pelo momento da Covid em que o nosso time foi extremamente afetado. Quatro ou cinco meses atrás eu estava saindo do hospital, não sabia nem se eu ia estar aqui, se eu ia conseguir me recuperar a tempo, se iriam me substituir e eu iria perder uma participação dessa”, contou.  

Futuro

Aos 34 anos, o brasiliense prefere não fazer planos para o futuro, com exceção de um: cuidar da saúde. “O Bruno agora é um Bruno que vai se cuidar depois do ano que eu passei, o mais difícil da minha vida. Estou feliz de estar vivo. Muita gente foi perdida nesse momento da Covid, eu quase fui um deles, e mesmo assim tive o privilégio de vir para cá com chances reais. A gente fica chateado, mas o esporte tem disso”, resumiu.

Para Evandro, a derrota servirá para buscar melhorias. “Agora, é levantar a cabeça, recolher o nosso time, tem etapas do Mundial para acontecer até o fim do ano. E buscar melhorias, buscar evoluir como time, como pessoa... é isso”.  

Mateus Baeta, de Tóquio, no Japão – rededoesporte.gov.br