Natação
Evento-teste e seletiva
Larissa Oliveira bate o recorde sul-americano nos 200m livre. Revezamento mira final olímpica
Atualizada às 21h40
Larissa Oliveira escutava do técnico Mirco Cevales: “estou te treinando para 1m57”. Ela não confiava muito, mas, neste domingo (17.04), na final dos 200m livre do Troféu Maria Lenk, foi à piscina olímpica do Estádio Aquático, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e nadou para 1m57s37, batendo o recorde sul-americano e garantindo a vaga na prova no Rio 2016.
“Acreditar, saber que é capaz, a gente só acredita quando faz. Meu técnico não me deixou desistir e, de tanto ouvir, esse tempo ficou gravado no meu subconsciente e acabei conseguindo. Ainda não estou acreditando. Só tenho que agradecer a todo mundo que estava comigo”, disse.
A segunda vaga na prova individual ficou com Manuella Lyrio, com o tempo que fez na primeira seletiva olímpica, em Palhoça (SC), em dezembro do ano passado: 1m58s43. Neste domingo, ela nadou apenas a Final B, tendo feito 2m01s29 de manhã e 1m58s62 à noite. Ela também era a detentora do recorde sul-americano (1m58s03, no Pan de Toronto) quebrado por Larissa. “Agora é correr atrás, mas estou dando o meu melhor. Não encaixei a prova hoje, acontece”, disse a nadadora do Pinheiros.
Revezamento forte
Jéssica Cavalheiro e Gabrielle Roncatto comemoraram bastante os tempos que fizeram na Fina A: com 1m59s05 e 1m59s22, respectivamente, elas garantiram participação no revezamento 4x200m livre. Os resultados quarteto – Larissa, Manuella, Jéssica e Gabrielle -, fazem da meta de chegar à final olímpica algo bem mais real.
“A gente tem as quatro nadadoras abaixo de 2m00, isso é muito forte, e só dá mais confiança para treinar ainda mais forte para pegar a final”, disse Jéssica Cavalheiro.
“Com esse tempo que eu tenho, nosso revezamento acaba ficando mais forte. E não só o meu, as meninas também melhoraram os tempos delas. Fica cada vez mais perto de repetir uma final olímpica”, acrescentou Larissa, em referência a Atenas 2004, quando o revezamento 4x200m livre do Brasil ficou em sétimo lugar.
No Mundial do ano passado, em Kazan (Rússia), quando o quarteto brasileiro terminou em 11º lugar, fizeram a prova Manuella, Jéssica, Larissa e Joanna Maranhão. Neste domingo, Joanna optou por não nadar a Final B dos 200m.
“A minha ideia era nadar de manhã e ver o que eu poderia fazer, mas não estava competitiva. Não é fácil ser nadadora dos 200m medley, 400m medley, entrar nos 200m livre, tentar o 200m borboleta”, disse.
Ela elogiou a equipe definida para o Rio 2016. “As meninas estão muito bem, acabou de ser formado o melhor revezamento da história do Brasil. Se somar os tempos, elas têm condições de fazer final olímpica. Acredito muito nelas, mas o meu foco é nas minhas provas e no que eu posso fazer para nadar o mais rápido possível”, explicou Joanna.
A nadadora pernambucana, que já havia se garantido nos 400m medley, também confirmou, neste domingo, a vaga nos 200m medley. O índice foi conquistado em Palhoça, quando nadou para 2m14s04.
200m borboleta
A outra prova do dia foi a disputa dos 200m borboleta, vencida por Leonardo de Deus com 1m55s54, o quinto melhor tempo da temporada 2016, A marca o confirmou nos Jogos Olímpicos.
“É um tempo muito bom. Eu venho acompanhando os melhores do mundo, o Chad Le Clos (sul-africano, atual campeão olímpico da prova) acabou de fazer a seletiva dele para um 1h54s04. A gente está na briga. Essa era uma competição em que eu não vinha 100%, e como eu fiz um Sul-Americano não tão bom, busquei descansar um pouquinho mais, e melhorei o meu índice olímpico”, explicou Leonardo.
A outra vaga ficou com Kaio Márcio, que superou o índice na eliminatória e melhorou o tempo na final, com 1m56s21.
Ao fim do terceiro dia de competições no Troféu Maria Lenk, o Brasil já conta com 15 nadadores classificados para o Rio 2016 em provas individuais, sendo que Joanna Maranhão confirmou-se em duas provas.
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Cesar Cielo nesta segunda
Uma das provas mais esperadas, os 100m livre abrem o quarto dia do Troféu Maria Lenk, quando o campeão olímpico Cesar Cielo tentará uma das vagas para o Rio 2016. Em Palhoça, Cielo anotou 49s55 e ficou fora da final. Quatro brasileiros superaram o índice (48s99) em Santa Catarina: Nicolas Oliveira (48s41), Matheus Santana (48s71), Marcelo Chierighini (48s72) e Alan Vitória (48s96). O quinto e o sexto melhores tempos foram feitos por Pedro Spajari (49s06) e Bruno Fratus (49s12).
Na última competição em que disputou os 100m livre, o GP de Orlando, nos Estados Unidos, em março, Cielo fez 49s92 nas eliminatórias e classificou-se apenas para a Final B, em que fez o tempo de 50s05. Foi no Troféu Maria Lenk de 2015, há um ano, que Cesar nadou na casa dos 48s pela última vez: fez 48s97 e ficou com a prata. O vencedor daquela prova foi Matheus Santana (48s78). O recorde mundial dos 100m livre ainda é de Cielo, com a marca de 46s91 feita em 2009.
A disputa desta segunda (18.04) definirá os dois representantes brasileiros na prova individual e os quatro que vão compor o revezamento 4x100m livre, prova em que o Brasil tem vaga garantida. O Troféu Maria Lenk é o evento-teste da natação para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Os principais aspectos testados são a área de competição, a ação dos voluntários do esporte e a tecnologia de resultados.
Programação do Troféu Maria Lenk 2016
-Eliminatórias a partir de 9h30
-Finais a partir de 17h30 até o dia 19, e a partir de 17h no dia 20
Segunda-feira (18.4)
» 100m livre masculino
» 200m borboleta feminino
» 200m peito masculino
Terça-feira (19.4)
100m livre feminino
200m costas masculino
200m peito feminino
200m medley masculino
Quarta-feira (20.4)
» 50m livre masculino
» 50m livre feminino
» 100m borboleta masculino
» 200m costas feminino
» 1500m livre masculino
» 800m livre feminino
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br