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Judô e natação rendem primeiros três pódios ao Brasil na Universíade
Um ouro e um bronze no judô, um bronze na natação e uma boa performance nos saltos ornamentais. Esses foram os destaques da participação brasileira no segundo dia de competições da Universíade, em Taiwan. Fechando o dia, o Escritório Comercial do Brasil em Taipei celebrou, ao lado da Confederação do Desporto Universitário (CBDU), a participação e a presença do Brasil nos jogos universitários com evento cultural.
No judô, Bárbara Timo, categoria até 70kg teve uma performance impecável ao longo do dia. Na primeira luta, aplicou um wazari seguido de ippon sobre Davaasuren Munchbat, da Mongólia. Nas oitavas de final, superou a italiana Carola Paissoni com um wazari e um shido. Nas quartas de final, passou por Janina Hofman, da Rússia, com um ippon aos dez segundo de luta, levantando a torcida brasileira. Já na semifinal, contra a alemã Sarah Maekelburg, a vitória veio após três wazaris.
Bárbara seguiu para a final confiante. Diante da japonesa Saki Niizoe, favorita da categoria, conseguiu a medalha de ouro após uma maratona de oito minutos e 36 segundos. Os quatro minutos regulamentares, mais 4min36 do Golden Score. Bárbara resolveu a luta com um Wazari.
“É o melhor sentimento do mundo e quero guardar isso pra mim. É uma mistura de êxtase com felicidade, com realização de um sonho. Não sei qual o sentimento maior”, afirmou Bárbara, emocionada. “Eu treinei muito e bati na trave várias vezes para chegar até aqui. Lutei em Kazan em 2013, não participei da Universíade de 2015, mas agora trouxe um ouro. Eu queria dizer a todos que não desistam, que sigam seus sonhos. Isso é só o começo, pois ainda tenho muito o que buscar”, disse a atleta novamente emocionada.
Na categoria até 81kg, Vinicius Panini faturou o bronze, a primeira medalha do Brasil na Universíade. Ele estreou com ippon sobre Dorin Gotonoaga, da Moldávia. Em seguida, superou Adlet Missin, do Cazaquistão, com um wazari, e perdeu para o russo Alan Nappinagov, com dois wazaris. Na repescagem, aplicou um ippon no japonês Sotaro Fujiwara e um wazari no armeno Andranik Chaparyan. Assim, voltou a enfrentar Dorin Gotonoaga na disputa do bronze. A luta acabou com novo ippon do brasileiro.
Piscinas
Na natação, Henrique Martins conquistou o bronze nos 50m borboleta. Nas semifinais de ontem (20.08), ele já havia fechado com o terceiro tempo, com 23s61. Hoje, já nas finais, demonstrou concentração, melhorou o tempo e saiu com o bronze, com 23s54.
“É sempre bom ganhar uma medalha para o Brasil e estar no pódio é positivo. Eu estava esperando mais. Meu tempo não foi muito bom, mas é importante trazer uma medalha. Ontem não fiz 100% de força, segurei no final. Então, esperava que fosse melhorar mais. Sei que chegar ao ouro era difícil, pois o tempo do primeiro lugar era digno de Mundial. Foi apertado, mas saio feliz por ter um pódio”, declarou o atleta. O ouro ficou para o ucraniano Andrii Govorov, com o tempo de 22s’90, e a prata para o russo Andrey Zhilkin, 23s’40.
Henrique é uns dos destaques da equipe de natação do Brasil. Na noite de domingo ele competiu no 4x100m livre, mas não ganhou medalha. Ele ainda nada os 50m costas e no dia 24 nos 100m borboleta. “Agora é a hora de manter a concentração para as próximas provas. O descanso real é depois das competições. Agora é hora de continuar concentrado e manter o foco”, disse.
Saltos Ornamentais
Considerado um esporte de muita técnica, os saltos ornamentais seguem bem representados por quatro atletas brasileiros: Jackson Rondinelli, Ian Carlos, Luana Wanderley e Tammy Galera, que participam de diversas provas da modalidade.
Na manhã desta segunda-feira, em Taipei, Jackson participou da prova de trampolim 1 metro, ganhando elogios do técnico Edmundo Vergara, mesmo sem garantir a classificação. “Essa prova não é o forte do Jackson, mas resolvemos participar para que ele entrasse no clima da competição e se preparasse para sua prova, que é a plataforma”, explica Vergara.
Jackson fez seis saltos nas preliminares e em apenas um não recebeu boa pontuação. Ainda assim, o atleta não chegou a ser classificado, pois segundo Edmundo, os saltos dos atletas que chegaram à frente tiveram maior grau de dificuldade. “Ele fez saltos bons, mas de grau de dificuldade menor. E isso conta muito. Essa foi a melhor prova de 1 metro que ele já fez. Estamos felizes, porque vemos que estamos crescendo, evoluindo”, comentou o técnico.
Também na prova de 1 metro, Luana Wanderley teve performance convincente. “A Luana ficou fora da semifinal com menos de três pontos. Esse é um resultado muito positivo para o Brasil, pois nosso esporte é difícil e ainda estamos atrás do patamar do restante do mundo. Aos poucos estamos nos aproximando. Um resultado como esse nos deixa feliz e nos estimula a continuar o trabalho e buscar sempre mais”, finaliza Edmundo.
As competições de saltos ornamentais seguem durante a semana com provas de trampolim de 3 metros, plataforma e sincronizado.
Vôlei e futebol
O vôlei masculino estreou com vitória sobre o Japão por 3 sets a 2, com sets suados e vencidos por diferenças mínimas. No primeiro, melhor para o Brasil: 34/32. Já no segundo, vitória para o Japão por 26/24. No terceiro set, vitória brasileira por 25/22. No quarto set, 25/18 para o Japão. No tie-break, vitória brasileira por 15/13. Entre as mulheres, a equipe nacional não foi páreo para a Finlândia, que venceu por três sets a zero (25/21, 25/19 e 25/16).
No futebol masculino, goleada dos brasileiros sobre os Estados Unidos: 5 x 0. Os gols vieram com Daniel Oliveira, Samuel Gomes da Mata, João Jair Junior, João Victor Paranaguá e Tiago dos Reis. Na quarta-feira (23.08), a disputa será contra a Itália, às 5h (de Brasília).
Evento cultural
A noite de segunda-feira foi fechada por evento oferecido pelo Escritório Comercial do Brasil em Taipei, ao lado da CBDU. A celebração apresentou a outras delegações a cultura do Brasil, com direito a música e comidas e bebidas típicas.
“Essa é a maior delegação da história do Brasil em uma Universíade. Isso é resultado de um árduo trabalho das federações do desporto universitário presentes nos Jogos e da Confederação Brasileira de Desporto Universitário. A esses atletas, suas federações e sua confederação, rendo minhas homenagens nesta noite tão marcante para o esporte brasileiro. Vocês são os verdadeiros heróis do desporto nacional”, disse o secretário Nacional de Esporte, Lazer e Inclusão Social, Leandro Cruz.
“Eu gostaria de agradecer à organização dos eventos e pudemos ver a celebração e o que o povo daqui pode fazer. Gostamos muito desta ilha e todos estão vendo o quão especial é esta cidade. Eu acredito que não apenas celebrar o esporte, mas apreciar o que eles têm a oferecer. Então eu desejo muita sorte a todos os atletas, especialmente aos brasileiros. Deem seu melhor, pois é uma oportunidade de unir esporte e educação. Estamos honrados, como brasileiros, de participar da Universíade”, afirmou Fábio Guimarães, diretor do Escritório Comercial do Brasil em Taipei.
“É a primeira vez que temos uma recepção como esta e estou muito honrado em participar”, afirmou o presidente da CBDU, Luciano Cabral, lembrando da campanha da entidade na Universíade. “Nossa campanha de 2017 é ‘nós acreditamos em heróis’. E muitos me perguntam quem são esses heróis. Aqui, na Universíade, nós temos os melhores dos melhores atletas no mundo. Para nós, eles não são apenas atletas, eles são esportistas, jovens, estudantes”, finalizou Luciano.
Participação nacional
A delegação brasileira na Universíade conta com 300 pessoas entre oficiais, técnicos, médicos e atletas. Dos 183 esportistas, 45% são bolsistas do Ministério do Esporte e disputam 14 modalidades: atletismo, badminton, esgrima, natação, saltos ornamentais, taekwondo, ginástica rítmica, wushu, judô, tênis, tênis de mesa, voleibol, futebol e levantamento de peso.
Para a viagem da delegação, o Ministério do Esporte empenhou mais de R$ 6,1 milhões para a Confederação Brasileira de Desporto Universitário. A verba contempla desde passagens e hospedagens dos atletas e da comissão técnica até custos como taxas de inscrição, seguro de viagem, alimentação e uniformes.
A Universíade segue até 30 de agosto, com cerca de 7,7 mil alunos-atletas de 170 países, em competições de 21 modalidades. Além das 14 com participação brasileira, também há disputas de basquete, ginástica artística, polo aquático, tiro com arco, beisebol, golfe e patinação.
Leonardo Dalla, de Taipei - rededoesporte.gov.br