Judô
Toronto 2015
Judô brasileiro conquista ouro, prata e bronze no primeiro dia de competições
O judô brasileiro desembarcou em Toronto com pretensões audaciosas: conquistar 14 medalhas. Para isso, os atletas terão que subir ao pódio em todas as categorias de peso, tanto no masculino quanto no feminino. Neste sábado (11.07), o desafio teve início nos Jogos Pan-Americanos e o resultado foram as três primeiras medalhas do país no Canadá.
Representantes da modalidade que mais pódios deu ao Brasil em Jogos Olímpicos na história (19 conquistas) e fortemente apoiados pelo governo federal, os judocas recebem por ano mais de R$ 7,2 milhões entre Bolsa-Atleta e Bolsa Pódio. Além disso, entre convênios e Lei de Incentivo ao Esporte foram repassados para o judô mais de R$ 54,7 milhões nos últimos anos, sem contar os R$ 3,5 milhões recebidos pela Lei Agnelo/Piva em 2014 (veja detalhamento dos investimentos abaixo). Outra conquista neste ciclo olímpico para os Jogos de 2016 foi a inauguração do Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas, na Bahia, uma referência mundial.
Amparados por essa estrutura, Nathália Brígida, Felipe Kitadai e Érika Miranda competiram neste sábado e fizeram o se esperava: todos subiram ao pódio. Nathália levou o bronze. Felipe ficou com a prata e Érika brilhou de modo histórico e conquistou a primeira medalha feminina do Brasil na categoria meio leve em Jogos Pan-Americanos. Muito requisitada pela imprensa brasileira, Érika concedeu diversas entrevistas e, por telefone, ouviu os parabéns do ministro George Hilton, que está em Toronto, mas não pôde ir às finais do judô neste sábado por força de outros compromissos.
Além das três medalhas no judô, os brasileiros da ginástica artística ficaram com a prata por equipe. Assim, o Brasil termina o primeiro dia dos Jogos Pan-Americanos em quarto lugar no quadro de medalhas, que é liderado pelo Canadá, com quatro ouros, duas pratas e dois bronzes.
» Confira o balanço da participação brasileira no primeiro dia de competições do Pan
"Espero que essa seja a primeira de muitas medalhas para que todas as meninas acreditem que essa categoria é muito forte", comemorou Érika. Ela ressaltou a importância de todo o apoio do governo federal, que se traduz em momentos como os que Érika, Felipe e Nathália viveram em Toronto. "No Brasil, onde reina o futebol, quem está mandando é o judô. É apenas o primeiro dia e espero que até o final a gente tenha muitas medalhas", declarou a campeã.
"O apoio do governo federal é o grande diferencial. Agora o atleta pode treinar sem ter outro tipo de preocupação. O governo, com as Olimpíadas, está incentivando mais a prática do esporte, não só para as crianças, com os projetos, mas também para o alto rendimento. Com o trabalho que vem sendo feito eu acho que o legado depois de 2016 para o esporte dentro do Brasil vai ser maravilhoso", ressaltou Érika.
Treinadora da equipe feminina, Rosicléia Campos também destacou a importância do apoio federal na caminhada rumo a 2016. "É fundamental. Eu sou de uma época em que o atleta não tinha apoio de nada e hoje ele está totalmente amparado. Tem uma equipe multidisciplinar que cuida do atleta desde a comida até a recuperação muscular com massoterapeutas, fisioterapeutas e psicólogos... A gente tem toda uma equipe montada, custeada, e sem contar todas as viagens que ninguém tem que se preocupar se vai, se não vai... Então, está perfeito".
Confrontos
Na primeira luta do dia, a paulista Nathália Brígida, da categoria -48kg, que embarcou para o Pan com a missão de substituir a campeã olímpica Sarah Menezes, enfrentou a venezuelana Andrea Gomez. Como a brasileira entrou direto nas quartas de final, a vitória a fez avançar para a semifinal e entrar na briga por uma medalha.
O mesmo ocorreu com o paulistano Felipe Kitadai (categoria -60kg), bronze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, e com a brasiliense Érika Miranda (-52kg), vice-campeã mundial em 2013 e bronze no Mundial de 2014. Felipe, contemplado com a Bolsa Pódio, usou toda sua experiência para superar o colombiano John Futtinico, enquanto Érika, também beneficiada pela Bolsa Pódio, fez uma bela luta contra a dominicana Maria Garcia e venceu por ippon (imobilização). Com isso, ambos carimbaram vaga para as semifinais.
Nathália foi a primeira a tentar chegar à decisão e teve como rival a argentina Paula Pareto, que acabou por frustrar os planos da brasileira. Restou a disputa do bronze para Brígida, que, desta vez, não deu chances para a rival, a equatoriana Diana Cobos. Com personalidade, Nathália faturou o bronze e garantiu o primeiro pódio brasileiro no quadro de medalhas dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. "Nem sabia que foi a primeira medalha do Brasil neste Pan. Fiquei sabendo quando saí da luta e isso me deixou muito feliz", comemorou a judoca.
Com Felipe e Érika, a história na semifinal foi diferente. Os dois venceram seus duelos e carimbaram vaga para a disputa pelo ouro. Para chegar à final, Kitadai superou o cubano Yandry Torres e Érika passou pela equatoriana Diana Diaz.
Nas finais, Felipe foi superado pelo equatoriano Lenin Preciado, que venceu por ippon com apenas 10 segundos de luta. Érika respondeu na mesma moeda, vencendo Ecaterina Guica, do Canadá, por ippon. "Fui surpreendido logo no começo da luta. Torci para que tivesse sido wazari para a luta continuar, pois eu sei que tenho condições de mudar um resultado. Mas não mudou. Mesmo assim estou feliz com a prata. Cheguei aqui sem nada e a prata é uma grande conquista", ressaltou Felipe.
Segundo dia
Neste domingo (12.07) é a vez dos judocas das categorias -66kg masculina, -57kg feminino e -73kg masculino entrarem em ação e o Brasil será representado, respectivamente, por Charles Chibana, Rafaela Silva e Alex Pombo. Todos os três recebem a Bolsa Pódio do governo federal e têm chances reais de pódio.
O paulista Alex Pombo foi vice-campeão mundial por equipe em 2010 e venceu os Campeonatos Pan-Americanos em 2014 e 2015. Campeão pan-americano em 2014, o paulistano Charles Chibana tem entre seus principais resultados os títulos de campeão do Grand Slam de Moscou, em 2013, e de Tyumen (Rússia), em 2014. Já a carioca Rafaela Silva, prata nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011, foi campeã mundial em 2013, entre outros resultados de destaque.
Detalhamento dos investimentos federais no judô:
Bolsa-Atleta:
257 bolsistas contemplados - R$ 3.240.580,00/ano * com judô de cegos
Bolsa Pódio:
23 atletas - R$ 3.024.000,00/ano (19 atletas paraolímpicos - R$ 948.000,00/ano)
Convênios:
8 convênios com a CBJ entre 2010 e 2014 – R$ 25.471.447,88
Lei de Incentivo ao Esporte (LIE):
20 projetos entre 2007 e 2014 – R$ 29.318.443,07 captados
Agnelo/Piva: R$ 3.500.000,00 em 2014
Luiz Roberto Magalhães, de Toronto – brasil2016.gov.br