Você está aqui: Página Inicial / Notícias / Jessica Yamada se frustra com eliminação: "Não creio que este seja o meu nível atual"

Atletismo

24/07/2021 07h21

Tênis de mesa

Jessica Yamada se frustra com eliminação: "Não creio que este seja o meu nível atual"

Brasileira não consegue imprimir suas principais qualidades e acaba superada pela suíça Rachel Moret por 4 sets a 2

A ansiedade pela sonhada chance de estrear em Jogos Olímpicos cobrou um alto preço para Jessica Yamada neste sábado, 24.07, no Ginásio Metropolitano de Tóquio. A atleta paulista de 31 anos teve uma atuação aquém do patamar de qualidade que ela mesmo se impõe. Sem a precisão que gostaria nas recepções e em algumas finalizações e sequências, acabou derrotada na primeira rodada da chave de simples do tênis de mesa feminino pela suíça Rachel Moret, número 87 do mundo. Foram 4 sets a 2, com parciais de 6/11, 11/6, 4/11, 11/7, 6/11 e 12/14, em 45 minutos de partida.

Foto: Gustavo Cunha/ rededoesporte.gov.br
"Eu sei o quanto posso jogar, o quanto posso render. Eu esperava demais pelos Jogos Olímpicos. Embora sejam as mesma mesas, as mesmas bolas e as mesmas pessoas de outros torneios, é diferente. A frustração maior é porque eu não acredito que o nível que apresentei seja o meu nível atual"
Jessica Yamada

"Tentei preparar bem a cabeça para estar aqui tranquila nessa estreia, mas acho que do começo ao fim o braço estava um pouco duro, pesado. Senti que estava um pouco nervosa. Vi que ela também estava, mas demorei a controlar a mente e entender melhor o jogo. Normalmente me adapto rápido para mudar a tática quando é necessário, mas desta vez não foi assim".

As duas haviam jogado uma vez anos atrás. A brasileira tinha levado a melhor. Na outra oportunidade, Jessica conseguiu encontrar o caminho explorando o backhand da adversária, que era menos consistente. "Antes ali era uma fragilidade dela. Mas o tempo passou, ela evoluiu, eu evoluí e explorar o jogo ali deixou de ser uma boa opção tática para mim", comentou Jessica.

Mesmo sem estar inspirada, Jessica conseguiu igualar o marcador em 1 x 1, em 2 x 2 e, quando perdia por 3 x 2 e viu a adversária abrir cinco pontos de vantagem, teve força para empatar em 9 x 9, teve dois set points para igualar o confronto, mas acabou batida por 14 x 12. "Quando não é para ser, não tem jeito", brincou. Mais do que a derrota e a eliminação precoce, a frustração maior foi pela sensação de que a versão dela mesma apresentada nos Jogos Olímpicos não foi a que ela gostaria.

100% Bolsa Atleta
Os seis atletas titulares e os dois reservas brasileiros em Tóquio são integrantes da Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro. No período entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, foram investidos R$ 10,1 milhões no Bolsa Atleta para contemplar praticantes do tênis de mesa. Os recursos propiciaram a concessão de 562 bolsas no período.

"Eu sei o quanto posso jogar, o quanto posso render. Eu esperava demais pelos Jogos Olímpicos. Embora sejam as mesma mesas, as mesmas bolas e as mesmas pessoas dos outros torneios, é diferente. A frustração é porque não acredito que este nível seja o meu atual", afirmou. 

Com a experiência de quem disputou seis edições de Jogos Olímpicos como atleta e está na segunda como treinador, Hugo Hoyama avaliou com mais serenidade o desempenho. "Foi um bom jogo. Ela entrou um pouco nervosa, mas isso é coisa normal. Eu já disputei vários Jogos Olímpicos e é essa a sensação mesmo. Mas, depois, ela se recuperou e entrou no jogo, mas é que a adversária jogou bem. Nos momentos importantes, a Rachel conseguiu colocar mais efeito na bola, devolveu uma bola a mais nas trocas, teve um pouco de sorte. A Jessica perdeu nos detalhes", comentou Hoyama.

Atual número 142 do mundo, Jéssica ainda tem compromissos com a seleção de tênis de mesa. Ao lado de Bruna Takahashi e Caroline Kumahara, ela integra a equipe que terá pela frente, na primeira rodada da disputa por equipes, o time de Hong Kong. "É uma seleção muito forte, como todas as asiáticas, mas estamos numa fase boa de entrosamento e qualidade. Podemos render bem", encerrou Yamada.

Gustavo Cunha, de Tóquio, no Japão - rededoesporte.gov.br