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21/03/2016 18h12

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Janeth recorda medalha heroica do basquete feminino em Sydney 2000

Sem Paula e Hortência, ex-ala liderou a equipe que bateu a Coreia do Sul e conquistou o bronze nos Jogos Olímpicos

Para a seleção brasileira feminina de basquete, os Jogos Olímpicos de Sydney 2000 representaram um dos maiores desafios já encarados pela equipe. Depois do título mundial em 1994 e da prata em Atlanta 1996, a pressão em cima de uma equipe renovada, que já não contava com Paula e Hortência, era enorme.

A equipe demorou a engrenar dentro da competição, mas correspondeu no fim das contas e, liderada por Janeth, o grande nome da geração, conquistou mais uma medalha para o basquete brasileiro. Uma medalha de bronze, mas com um sabor muito mais doce para quem viveu aquela campanha.

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Seleção brasileira com a medalha de bronze nos Jogos de Sydney 2000: vitória de uma geração pressionada. Foto: Getty Images

“Essa medalha teve um gostinho especial de ouro. Passamos por momentos difíceis, mas superamos tudo com muita união. Essa foi uma geração de jogadoras vencedoras e que deram muito orgulho ao basquete brasileiro”, lembra Janeth, autora de 164 pontos na campanha, uma média de 20,5 por partida.

“Éramos uma geração que estava sendo renovada e muito unida. Fazíamos muitas brincadeiras com as novatas, que buscavam o lanche da noite. Ficávamos em dois apartamentos com seis atletas em cada, mas sempre nos reuníamos para conversar sobre a importância de estar lá e até onde desejávamos chegar. Aquela medalha representou muito para o nosso basquete”, diz a ex-atleta.

O caminho até a medalha, no entanto, não foi nada fácil. Com duas vitórias — 76 x 60 na Eslováquia e 82 x 48 em Senegal — e três derrotas — 70 x 81 para a Austrália, 70 x 73 para a França e 60 x 61 para o Canadá — na primeira fase, as brasileiras encontraram nas quartas de final a Rússia, uma das potências da modalidade.

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Janeth foi a cestinha da equipe na competição, com média de 20,5 pontos por partida. Foto: Getty Images

Com direito a cesta da ex-pivô Alessandra no último lance, o Brasil venceu as russas por 68 x 67 e se classificou para a semifinal, assegurando pelo menos o direito de brigar por uma medalha em Sydney.

“Lembrei a todas que se ganhássemos da Rússia, iríamos estar entre as quatro melhores. Uma derrota nos levaria para a decisão de quinto ao oitavo. Eu estava com muita confiança na vitória e acho que consegui passar essa força para as meninas. Eu ficava o tempo inteiro gritando para elas que a medalha era nossa. E chamei a responsabilidade para mim”, conta Janeth.

Na semifinal, derrota para a Austrália por 64 x 52, mas vaga na disputa pelo bronze com a Coreia do Sul. Em mais um jogo acirrado e decidido na prorrogação, a seleção brasileira venceu as asiáticas por 84 x 73 e conquistou a segunda medalha consecutiva nos Jogos Olímpicos.

“Depois de tantos anos, ainda consigo me lembrar da festa que fizemos para comemorar dentro da vila olímpica. São memórias como essas que ficam e são eternas. Estávamos muito felizes e foi a minha segunda medalha olímpica. Desejo para as meninas que vão disputar os Jogos Olímpicos do Rio que elas vivam eternamente este momento”, recorda Janeth.

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Janeth (camisa 9) comemora a conquista do bronze com as companheiras de seleção. Foto: Getty Images

Na final, os Estados Unidos ficaram com o ouro ao bater a Austrália por 76 x 54.

A campanha do Brasil em Sydney 2000

Campanha do Brasil
Brasil 76 x 60 Eslováquia
Brasil 70 x 81 Austrália
Brasil 82 x 48 Senegal
Brasil 70 x 73 França (63 x 63 no tempo normal)
Brasil 60 x 61 Canadá
Brasil 68 x 67 Rússia
Brasil 52 x 64 Austrália
Brasil 84 x 73 Coréia do Sul (65 x 65 no tempo normal)

Fonte: Confederação Brasileira de Basquete