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Jogos Paralímpicos
Investimentos no paradesporto vão continuar após Rio 2016, diz Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Os atletas paralímpicos não ficarão esquecidos após os Jogos Paralímpicos Rio 2016. A garantia foi dada pela Secretária Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério da Justiça, Roseane Cavalcante de Freitas Estrela (Rosinha da Adefal), em entrevista coletiva nesta segunda-feira (12/9), no Rio Media Center. Ela estava acompanhada do judoca brasileiro Wilians Araújo, deficiente visual que conquistou medalha de prata no Rio 2016 no último sábado (10/9). "Teremos mais recursos para continuar investindo no paradesporto, para que em Tóquio 2020 tenhamos uma meta mais ousada que o quinto lugar no quadro geral de medalhas", disse a secretária.
Segundo Roseane, o Governo Federal investiu R$ 67,3 milhões diretamente em ações voltadas para o esporte paralímpico desde 2010. Além disso, foram firmados 17 convênios com confederações esportivas para preparar equipes em todo o país. "Nós acreditamos que o esporte é o melhor veículo de inclusão social. Além dos legados físicos e de imagem, queremos que o maior legado dos Jogos Paralímpicos seja a mudança de atitude em relação à pessoa com deficiência", afirmou a secretária.
A manutenção dos investimentos será viabilizada pelo aumento dos recursos destinados ao paradesporto via Loteria Esportiva. Após a sanção da Lei Brasileira de Inclusão, em agosto de 2015, o porcentual da arrecadação das loterias esportivas destinado ao paradesporto subiu de 0,3% para 1,0%. "Por isso, os investimentos não vão parar", disse Roseane.
O judoca Wilians comemorou a notícia e afirmou que isso tranquiliza muitos paratletas. "O investimento do Governo Federal foi muito grande, e isso permitiu que fizéssemos treinamento no exterior e pudéssemos viajar para competir", disse o lutador, que perdeu a visão aos 10 anos, num acidente com uma espingarda. Sem patrocínio privado, Wilians destacou que a Bolsa Pódio que recebe do Ministério do Esporte permitiu que ele pudesse treinar com mais tranquilidade. "Foi graças a isso que eu pude conquistar essa medalha e dar essa alegria à minha família e ao povo brasileiro. Fico muito feliz em saber que existe planejamento para continuar investindo no paradesporto depois dos Jogos Paralímpicos."
A falta de investimento, segundo o judoca, foi a maior dificuldade que ele enfrentou na sua trajetória esportiva. "No começo, quase desisti do judô. Tinha de estudar e concluir o ensino médio. Hoje melhorou muito, mas naquela época não havia materiais acessíveis para deficientes visuais, eu precisava ficar o dia todo na escola para que os colegas lessem pra mim. Não sobrava tempo para treinar, mas meus técnicos ligavam e insistiam para que eu voltasse aos treinos", contou Wilians.
Com a medalha de prata no peito, ele diz que seu próximo sonho é ser campeão de judô e trazer uma medalha de ouro de Tóquio, em 2020. Para Wilians, o esporte mostra o potencial da pessoa com deficiência que, muitas vezes, precisa apenas de oportunidade. "Espero que o grande legado dos Jogos seja mudar a cabeça de todos os brasileiros e mostrar o quanto somos capazes e o quanto somos iguais", disse o judoca.
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