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16/09/2018 17h07

Ciclismo

Henrique Avancini é o primeiro brasileiro a conquistar um título mundial no mountain bike XCM

Ciclista do Rio de Janeiro venceu a prova de maratona na Itália

O ciclista Henrique Avancini conquistou o título do Campeonato Mundial de Mountain Bike Marathon (XCM), disputado na cidade de Auronzo di Cadore, na Itália, neste sábado (15.09). Esta é a primeira vez que um brasileiro sagra-se campeão mundial da categoria XCM.

Avancini chegou dois segundos à frente do austríaco Geismayr. Foto: UCI

O título coroou a ótima temporada de Avancini, que há havia chegado em quarto lugar no Mundial de Mountain Bike Cross-Country Olímpico (XCO), em Lenzerheide, na Suíça, na semana passada. Na Copa do Mundo de XCO, o brasileiro foi o ciclista que mostrou mais regularidade: foi o único a ficar entre os 20 primeiros colocados nas 13 etapas disputadas. Ele conseguiu cinco pódios e também obteve o quarto lugar geral.

» Avancini volta a bater na trave e repete a quarta posição no Mundial de MTB XCO

 

Avancini terminou a temporada como número 2 do ranking mundial, atrás apenas do suíço Nino Schurter, atual campeão olímpico e sete vezes campeão mundial.

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O título qualifica Avancini a utilizar a camisa especial da União Ciclística Internacional para campeões mundiais. Foto UCI

O final da prova deste sábado foi bastante disputado: após mais de cinco horas de pedaladas, Avancini chegou apenas dois segundos à frente do austríaco Daniel Geismayr. O colombiano Hector Paez Leon ficou em terceiro. "Eu sabia que estava em boa forma, mas também sabia que não seria fácil. Para tentar buscar o pódio eu tentei quebrar o ritmo dos ciclistas do Marathon e acho que consegui. Estou muito feliz e emocionado por levar um título dessa magnitude para o Brasil", declarou Avancini ao site da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC).

Três outros brasileiros participaram da prova:  Bruno Martins Lemes (50ª colocação, com 5h37min11s), Wenner Patrick de Sousa (137ª colocação, com 6h41min22s), e Lucas Vieira (146ª, com 7h53min43s). Nenhuma brasileira participou da prova feminina, vencida pela dinamarquesa Annika Langvad.

Resultado do Mundial de XCM 2018

1. Henrique Avancini (Brasil), com 5h08min28
2. Daniel Geismayr (Áustria), 5h08min30
3. Hector Leonardo Paez Leon (Colômbia), 5h08min35
4. Mathias Flueckiger (Suíça), 5h10min09
5. Samuele Porro (Italia), 5h10min10
6. Alexey Medvedev (Russia), 5h10min28
7. Kristian Hynek (Republica Tcheca), 5h12min17
8. Andreas Seewald (Alemanha), 5h14min10
9. Juri Ragnoli (Italia), 5h14min27
10. Ole Hem (Noruega), 5h17min00

Diferenças entre XCO e XCM

Para ser competitivo no mountain bike, o ciclista precisa demonstrar força, habilidade, técnica e resistência. Em cada percurso - predominantemente de estrada de terra -, há muitas subidas com alto grau de inclinação, descidas de nível técnico avançado, rock gardens (trecho com muitas pedras) e obstáculos a serem atravessados.

O Cross Country Olímpico (XCO) tem um trajeto menor, com provas de seis a 30 ou 35 quilômetros em circuitos que alternam trechos de subidas e declives. A largada e a bandeirada final são dadas no mesmo ponto. A topografia é sempre bastante acidentada - e muitas vezes há um planejamento na construção do circuito. A dificuldade técnica é mais alta e, além de demonstrarem potência muscular nos trechos íngremes, os ciclistas costumam se juntar em grupos durante a prova. Nas provas de XCO há uma área parecida com os boxes de corridas de automobilismo, onde os competidores contam com estrutura necessária e podem se hidratar e se alimentar, além de contar com ferramentas para ajustar falhas mecânicas das bicicletas e câmaras e pneus para os casos de furos. Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, os ciclistas deram seis voltas no percurso de 5,4 quilômetros montado em Deodoro.

Como o nome diz, o Mountain Bike Maratona (XCM) é uma prova mais longa que exige maior resistência. As distâncias ficam entre 20 e cerca de 100 quilômetros, com terrenos mais diversificados. A competição não é disputada em "voltas". O percurso é composto de variações entre trilhas estreitas (single tracks), pedras/cascalho, terra e até asfalto. O início e o fim da prova podem ou não serem no mesmo lugar - não é incomum que uma competição comece em uma cidade e termine em outra. No XCM, o ciclista precisa ser autossuficiente: ele carrega suas ferramentas, câmara de ar, alimentação e garrafas ou bolsa de hidratação. Não há prova XCM em Jogos Olímpicos.

Abelardo Mendes Jr - rededoesporte.gov.br, com informações da CBC