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Atletismo

26/07/2021 02h27

Esgrima

Guilherme Toldo é superado na chave de 32 e se despede de Tóquio

Brasileiro, número do 17 do ranking mundial, caiu para japonês em duelo onde sofreu com a arbitragem e problemas no equipamento desde o início

Ainda não foi desta vez que Guilherme Toldo chegou ao seu grande objetivo na carreira, de conquistar uma medalha olímpica. O esgrimista brasileiro, número 17 do ranking mundial, foi superado pelo japonês Toshiya Saito, por 15 x 10, no início da madrugada desta segunda-feira (26.07), no Makuhari Messe Mall, pela fase de 32 da prova de florete masculino dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Foto: Gaspar Nóbrega/COB

A exemplo do que ocorreu com Nathalie Moellhausen na sexta-feira, Toldo também não enfrentou um adversário fácil. Saito é o 27° do ranking e o duelo já se desenhava equilibrado. “Já havia enfrentado esse japonês, inclusive tive um problema sério com a arbitragem, nesse mesmo ginásio aqui”, lembrou Toldo.

E os problemas começaram no início do primeiro tempo. Saito abriu 2 x 0 e a lâmina de Guilherme quebrou. Troca feita, o brasileiro conseguiu a virada, mas o equipamento apresentava problemas e ele insistiu com a arbitragem que era necessário trocar. “Infelizmente, eu testei o equipamento, mas na hora não funcionou. A lâmina quebrou e depois a ponta deu problema na molinha, mas eu tinha outros guardados”, disse o brasileiro.

Os dois atletas que representaram o Brasil nos Jogos de Tóquio são integrantes da categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro, executado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. No ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, a esgrima recebeu investimento direto, via Bolsa Atleta, de R$ 9,3 milhões. Os recursos permitiram a concessão de 480 bolsas para praticantes da modalidade em nosso país.

Esses problemas e as interpretações da arbitragem parecem ter afetado decisivamente o brasileiro. Saito voltou a virar e fechou o primeiro período vencendo por 7 x 3. Somente no segundo tempo foi realizada a troca. Toldo tentou tirar a diferença, mas se expôs e acabou sofrendo uma desvantagem ainda maior, com 13 x 8 ao fim da segunda etapa.

Toldo ainda diminuiu a vantagem no início do terceiro tempo, mas Saito teve tranquilidade para finalizar em 15 x 10 e garantir a classificação. “Foi um combate um pouco azedo, era um adversário difícil. Mesmo chegando com melhor ranqueamento, sabia que ia ser difícil. Acabei tendo dificuldade com a arbitragem. Arbitrou de modo muito moderno, de um jeito que eu não esperava, nas últimas competições não tinha esse tipo de interpretação. Tive dificuldades de entrar neste jogo, pelo visto meu adversário estava mais bem preparado. Mérito dele em ter aproveitado as brechas”, analisou o brasileiro.

Segundo Toldo, a eliminação é algo a se lamentar, pois ele fez uma grande preparação: “O resultado do Rio me deu uma condição positiva, em termos de postura, posicionamento. Melhorei em diversos aspectos, cheguei em 13° entre os cabeças de chave. Cheguei bem, me preparei fisicamente, mentalmente. Mas, para entrar entre os 16 melhores do mundo, é detalhe”.

O lamento pelo adiamento do sonho já deu lugar a uma projeção para daqui a três anos, nos Jogos de Paris. Guilherme Toldo já iniciou a projeção para brilhar futuramente no pódio, em 2024. E quer esquecer o momento ruim vivido na capital japonesa.

“É uma faceta da esgrima, se joga com o adversário, tem que se levar em consideração a interpretação do árbitro. Não tive a esperteza de me adaptar tão rapidamente. Infelizmente, a minha Olimpíada acaba aqui, estou meio desapontado, ainda quero digerir isso. Estou sempre pensando no próximo ciclo, tinha projetado uma Olimpíada melhor. Vou tirar um tempo para descansar e construir tijolinho por tijolinho novamente”, finalizou.

Fonte: Confederação Brasileira de Esgrima