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Handebol

29/04/2016 16h14

Rio 2016

Grupos do handebol são sorteados. Brasil encara bicampeãs olímpicas na primeira fase

Seleção feminina optou por ficar no mesmo grupo da Noruega. No masculino, time verde e amarelo preferiu fugir da França e escolheu a Chave B

O dinarmaquês Morten Soubak, treinador da seleção feminina do Brasil, optou por encarar o Grupo A na primeira fase do handebol nas Olimpíadas. Foto: Miriam Jeske/Heusi Action/Brasil2016.gov.br

A Seleção Brasileira feminina de handebol terá, já na primeira fase, um duro adversário nos Jogos Rio 2016. Atual bicampeã olímpica e campeã mundial no ano passado, a Noruega está ao lado do Brasil no Grupo A, junto de Angola, Espanha, Montenegro e Romênia. As chaves foram definidas em sorteio que ocorreu nesta sexta-feira (29.04), na Arena do Futuro, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Como país-sede dos Jogos Olímpicos, o Brasil teve o privilégio de escolher o grupo após o chaveamento de 10 das 12 seleções participantes. A regra do direito de escolha da seleção local é usada em todos os principais torneios da Federação Internacional de Handebol (IHF, na sigla em inglês). O técnico da seleção feminina, o dinamarquês Morten Soubak, anunciou a opção pelo Grupo A. Com isso, a França, que estava no mesmo pote do Brasil, foi automaticamente colocada no Grupo B, que também terá Coreia do Sul, Argentina, Suécia, Rússia e Holanda. Todos jogam entre si nas chaves e as quatro primeiras seleções de cada grupo classificam-se para as quartas de final.  

“Na verdade, não tenho muitos motivos para escolher exatamente o lado A, como eu escolhi. O nível de cada equipe é tão alto que o dia vai definir quem vai ganhar. Acredito que vamos a uma Olimpíada bem parecida com o Mundial e com o Europeu. A palavra ‘tranquilo’ não entra na conversa para ninguém. O lado B vai ter um grande de fora. Isso vai acontecer no A também, mas não vai ser o Brasil”, disse Soubak.

De acordo com o Comitê Organizador Rio 2016, a tabela e os cruzamentos serão definidos nos próximos dias. Mas, levando em conta a configuração ocorrida nas últimas edições de Jogos Olímpicos, é provável, segundo Morten Soubak, que o Brasil encare, já na estreia, a bicampeã olímpica. “O primeiro jogo é Brasil x Noruega, se não me engano, e sabíamos isso antes de começar o sorteio. Noruega é a campeã europeia, olímpica e mundial, e vem com certo peso, sem dúvida. Pode ser o primeiro jogo e tenho certeza que estamos prontos para começar a Olimpíada bem”, afirmou.

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O dinamarquês espera que o fator-casa pese de forma positiva a favor da seleção feminina, e ele tem motivos para acreditar nisso. “Em qualquer modalidade, pode também pesar para o lado negativo, tem pressão, amigos e família presentes. Pela minha experiência no Mundial 2011, o Pan que elas jogaram em 2007, os amistosos feitos aqui no tempo em que eu estou com as meninas, sinto que elas se sentem muito bem aqui, que elas gostam de jogar em casa”, disse.

O técnico da Seleção Brasileira masculina, o espanho Jordi Ribera, optou pelo Grupo B do handebol nos Jogos Rio 2016. Foto: Miriam Jeske/Heusi Action/Brasil2016.gov.br

Masculino

Os grupos masculinos também foram sorteados nesta sexta, seguindo o mesmo procedimento do sorteio feminino. A escolha do técnico da Seleção Brasileira masculina, o espanhol Jordi Ribera, foi pelo Grupo B, ao lado de Egito, Alemanha, Suécia, Eslovênia e Polônia. O Brasil evitou, assim, encarar, logo na primeira fase, a França, atual bicampeã olímpica, que ficou no Grupo A com Argentina, Catar, Tunísia, Croácia e Dinamarca.

“Tivemos muito tempo trabalhando sobre o sorteio, assistimos mais de 30 jogos só em 2016, e tentamos buscar certas afinidades que pudessem nos ajudar na hora de eleger equipes que estão dentro das nossas possibilidades, tanto na primeira fase quanto nos possíveis cruzamentos depois, caso consigamos a classificação, evidentemente, porque temos dois objetivos: o primeiro é a classificação e o segundo é brigar por medalha”, explicou Jordi Ribera.

Ele reforçou que não há caminho fácil nos Jogos Olímpicos.  “Não é o sorteio ideal, se pudéssemos, pegaríamos as bolinhas e faríamos o sorteio que nós queríamos, mas isso não é possível. Os dois grupos são complicados. Está claro que vamos ter que brigar em todos os jogos, mas acho que em todos os jogos teremos nossas opções”.

Procedimentos

Em ambos os sorteios, os doze times foram divididos em seis potes, de acordo com o desempenho internacional recente, tendo ficado no pote 1 as seleções mais fortes e no 6, as mais fracas. A Seleção Brasileira ficou no pote 4 nos dois casos. No feminino, formou dupla com a França. No masculino, com a Tunísia.

A divisão dos potes ficou da seguinte maneira no sorteio feminino: Pote 1 - Noruega e Holanda; Pote 2 – Romênia e Rússia; Pote 3 – Suécia e Montenegro; Pote 4 – Brasil e França; Pote 5 – Espanha e Argentina; Pote 6 – Coreia do Sul e Angola. O sorteio foi feito a partir do pote 6, pulando o pote 4, do Brasil, para que a comissão técnica brasileira pudesse escolher o grupo ao final. O Brasil teve dois minutos para escolher a chave e o técnico Morten Soubak, anunciou a escolha do Grupo A.

A ex-atleta Maria José Batista, a Zezé, que teve extensa carreira no futebol de quadra e também no de areia, auxiliou o representante da Federação Internacional de Handebol na escolha das bolinhas que representavam cada seleção. Ela comentou a escolha brasileira. “A gente está pegando a última campeã olímpica, a Noruega, uma das favoritas, mas sabendo que nós também somos um dos favoritos. Eu já tive a satisfação de participar de uma Olimpíada e todos os adversários vão querer chegar ao pódio, mas acho que foi a melhor escolha”, disse Zezé. 

No masculino, a configuração era assim: Pote 1 - França e Polônia; Pote 2 – Eslovênia e Dinamarca; Pote 3 – Croácia e Suécia; Pote 4 – Tunísia e Brasil; Pote 5 – Alemanha e Catar; Pote 6 – Argentina e Egito. O sorteio teve a ajuda do ex-jogador Bruno Souza, bicampeão pan-americano com a camisa da Seleção Brasileira de handebol. No final, o técnico Jordi Ribera anunciou a escolha do Grupo B para o Brasil.

“Estive desde a primeira fundação desse ginásio, então é um prazer voltar aqui e ver que tudo ficou pronto e está lindo. Acredito que Olimpíada é sempre muito difícil. Mas acho que jogar contra França e Croácia na primeira fase seria mais difícil, então acredito que o Jordi tenha feito boa escolha, porque a gente quer passar de fase e levar o Brasil a outro patamar. Acho que teremos uma competição brilhante pela frente e vamos conseguir atingir nossos objetivos”, opinou Bruno Souza. 

Carol Delmazo e Mateus Baeta, brasil2016.gov.br