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Ciclismo pista

15/08/2016 02h20

Velódromo do Rio

Gideoni Monteiro faz boa estreia no ciclismo de pista. Disputas da Omnium seguem nesta segunda

Brasileiro terminou o dia em uma crescente, na oitava posição. Apoio das arquibancadas oxigenou a volta do país à disputa olímpica na modalidade

O quarto dia de competições do ciclismo de pista marcou a volta do Brasil a um velódromo olímpico depois de 24 anos. As altíssimas velocidade alcançadas pelo cearense Gideoni Monteiro neste domingo (14.08) no Velódromo Olímpico do Rio deixaram a bandeira nacional na oitava posição do primeiro dia de disputas da prova Omnium - a mais completa da modalidade. O francês Thomas Boudat lidera, seguido de perto pelo italiano Elia Viviani e pelo britânico Mark Cavendish.

Para ficar com o ouro da Omnium, o ciclista precisa somar pontos em seis disputas diferentes, que exigem técnica, força e resistência. A primeira delas é a Scratch Race, corrida de resistência, de 15km, com todos os ciclistas na pista ao mesmo tempo. Gideoni ficou em 15º lugar entre os 18 competidores. "Demorei um pouco para me encaixar, estava um pouco ansioso. Mas consegui crescer aqui no Rio", disse o brasileiro.

Fotos: Getty Images
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Depois de uma pausa na Omnium para o público assistir às finais do Sprint Masculino (com dobradinha britânica de Jason Kenny e Callum Skinner levando ouro e prata; o bronze foi para o russo Denis Dmitriev), começou a etapa da perseguição individual. Nesse momento, dois ciclistas largam simultaneamente, cada um de um lado da pista. Eles percorrem quatro quilômetros e chegam a alcançar média de 56,47km/h. Foi com esta marca que o dinamarquês Lasse Norman Hansen quebrou o recorde olímpico, com o tempo de 4min14s92. Gideoni largou junto com Chun Wing Leung, de Hong Kong, e conseguiu se recuperar do primeiro resultado. Ele terminou em nono lugar, com 4min25s808.

O momento mais emocionante do dia ficou reservado para a corrida de eliminação. Os 18 largam juntos e, a cada volta, o último é eliminado até que sobre somente o vencedor. Nesta prova, Gideoni sobreviveu até restarem apenas seis. Ele ficou à frente do atual campeão olímpico e líder até então, o dinamarquês Lasse Norman, e de Mark Cavendish, terceiro maior vencedor de etapas do Tour de France da história.

Gideoni à frente do pelotão na corrida de eliminação. Foto: Getty Images

A sequência da Omnium toma conta do Velódromo Olímpico nesta segunda-feira. A partir de 10h20 da manhã, os dezoito competidores fazem a disputa contra o relógio. Pontua mais quem percorrer 1 km (quatro voltas na pista) no menor tempo.

Às 16h chega a hora da velocidade máxima: o mais rápido a percorrer uma única volta é o vencedor. Para terminar, a partir das 17h20, os ciclistas percorrem 40km na corrida por pontos. Ao final das seis provas, divididas em dois dias, somam-se os pontos para definir o campeão.

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Gideoni entre a mãe, Maria Aparecida, e a namorada, Rayssa. Foto: Abelardo Mendes Jr/ brasil2016.gov.br

Força fora da pista

O calor da torcida presente ao velódromo foi um oxigênio extra nos pulmões de Gideoni. "É gratificante ver todo esse público incentivando um ciclista brasileiro. Esta foi a primeira vez da minha mãe aqui no Velódromo do Rio. Quero dedicar a minha participação inteira a meu pai - especialmente neste Dia dos Pais. Tenho certeza que se ele estivesse vivo, me incentivaria como sempre fez", afirmou o brasileiro ao fim de seu primeiro dia olímpico.

O atleta permaneceu até quase o apagar das luzes, tirando fotos e recebendo cumprimentos de torcedores e voluntários. A foto mais esperada por ele foi feita pela equipe do brasil2016.gov.br: ao lado da mãe Maria Aparecida e da namorada Rayssa Lira, ele era só sorrisos.

"Ver o Gideoni aqui, com toda essa torcida a favor dele, é emocionante. Ele lutou, enfrentou adversidades até chegar aqui nessas Olimpíadas", disse Maria Aparecia, mãe do atleta, que veio até o Rio para acompanhar de perto as provas. Rayssa confirmou: "é muita dedicação, muito tempo longe das pessoas que ele gosta. Amanhã (segunda-feira), ele vai recompensar isso tudo com uma medalha, se Deus quiser".

Veja como está a classificação da Omnium ao fim de três disputas:

1) Thomas Boudat (França), 106 pontos
2) Elia Viviani (Itália), 104
3) Mark Cavendish (Grã-Bretanha), 96
4) Roger Kluge (Alemanha), 90
5) Fernando Gaviria Rendon (Colômbia), 90
6) Lasse Norman Hansen (Dinamarca), 86
7) Glen O'Shea (Austrália), 76
8) Gideoni Monteiro (Brasil), 66
9) Artyom Zakharov (Cazaquistão), 62
10) Dylan Kennet (Nova Zelândia), 60
11) Gael Suter (Suíça), 60
12) Tim Veldt (Holanda), 58
13) Kazushige Kuboki (Japão), 56
14) Sanghoon Park (Coreia do Sul), 56
15) Bobby Lea (Estados Unidos), 54
16) Ignacio Prado (México), 52
17) Chun Wing Leung (Hong Kong), 42
18) Jasper de Buyst (Bélgica), 28

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Abelardo Mendes Jr - brasil2016.gov.br