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Canoagem

03/08/2021 04h47

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Fora do pódio na C2, Isaquias Queiroz chora e fala em virar a chave para a C1

Ao lado de Jacky Godmann, o canoísta baiano chegou em quarto lugar na prova C2 1000m. Na sexta, ele volta a competir em busca da classificação para a final da C1

Lágrimas de alegria que depois viraram um choro sentido e culminaram em desabafo. O dia de Isaquias Queiroz em Tóquio não foi como ele queria. Prata na prova do C2 1000m da canoagem velocidade no Rio 2016, o baiano esperava subir ao pódio novamente no Japão e chegou a falar até em ouro nas vésperas da final. Mas nesta terça-feira (03.08), na raia montada no Seaforest Waterway, na capital japonesa, Isaquias e seu parceiro de C2, Jacky Godmann, chegaram em quarto e viram até o bronze escapar.

Foto: Breno Barros/rededoesporte.gov.br
“Não é nem pela prova que falei que a gente ia brigar por medalha. É pelo tanto de trabalho que a gente treinou durante cinco anos. Claro, o Jacky não estava em 2017, mas eu e Jacky refizemos os treinamentos, fizemos tempos melhores, a gente sabia que ia bem"
Isaquias Queiroz

Depois, ao falar com a imprensa, Isaquias não segurou o choro, dessa vez de tristeza. “Depois da semifinal, eu chorei de felicidade, por todo o apoio que estava recebendo e por ter conseguido entrar na final com o Jacky, que tem pouco tempo de trabalho com a gente. Mas temos muito a evoluir ainda. Eu queria que o Jacky subisse no pódio pela primeira vez, ele representando Itacaré, eu representando Ubaitaba, o Lauro representando Pindamonhangaba, e a gente representando todo o Brasil”, lamentou Isaquias.

Jacky Godmann, também baiano, mas de Itacaré, tem 22 anos e foi chamado meses antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio para substituir Erlon Souza, que foi prata com Isaquias no Rio 2016, mas que se lesionou e foi cortado das Olimpíadas. “Não é nem pela prova que falei que a gente ia brigar por medalha. É pelo tanto de trabalho que a gente treinou durante cinco anos. Claro, o Jacky não estava em 2017, mas eu e Jacky refizemos os treinamentos, fizemos tempos melhores, a gente sabia que ia bem. Só que tinham quatro, cinco, até seis barcos brigando pela medalha e foi o que aconteceu. A gente lutou até o fim, mas não veio”, disse Isaquias.

Para Jacky, ter largado na raia 8 atrapalhou um pouco a dupla brasileira. “A gente estava bem, um pouco sem visão dos adversários, mas no finalzinho a gente não conseguiu fazer a subida que a gente queria. A gente deu o melhor, mas infelizmente não veio a medalha que a gente queria”, lamentou.

Na opinião de Isaquias, uma medalha viria coroar todo o trabalho que foi feito durante o ciclo olímpico para Tóquio. “Ninguém ia vir para cá, viajar não sei quantas horas de voo, um sol quente desse, enfrentar toda a quarentena, para querer ficar em quarto. A gente queria medalha, porque foi um trabalho doído, sofrido, de dedicação máxima”.

Investimento federal

Por meio do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal, entre 2017 e 2021 o Governo Federal investiu R$ 7,89 milhões na concessão de 495 bolsas para a canoagem velocidade somando todas as categorias.

Tanto Isaquias quanto Jacky são beneficiados pelo programa Bolsa Atleta. Isaquias está na categoria Pódio, a mais alta do programa, enquanto Jacky está na Internacional.

Nova chance no C1

Os Jogos de Tóquio ainda não acabaram para Isaquias, que ainda compete no C1 1000m – as classificatórias estão marcadas para a noite de quinta-feira (05.08) no Brasil. A bateria de Isaquias será disputada às 21h52 (de Brasília).

“A gente vai continuar o trabalho do C2 para Paris, Paris vai ser diferente, vai ser prova curta, 500m, mas agora não é hora de pensar nisso, agora é hora de virar a chave para ir para o C1 1000m daqui a dois dias”, encerrou Isaquias.

Mateus Baeta, de Tóquio, no Japão – rededoesporte.gov.br