Você está aqui: Página Inicial / Notícias / Fernando Reis quebra o próprio recorde e é ouro na despedida do levantamento de peso

Levantamento de peso

15/07/2015 23h16

Toronto 2015

Fernando Reis quebra o próprio recorde e é ouro na despedida do levantamento de peso

Bicampeão pan-americano pulveriza antiga marca e agora sonha com medalhas no Mundial de Houston (EUA), em novembro, e no Rio 2016

pan_header_coberturaespecial_cinza_1130x70.png

GettyImages480839114.jpg
Fernando Dantas comemora o bicampeonato pan-americano no Canadá. Foto: Getty Images
O levantamento de peso do Brasil já havia subido ao pódio na segunda-feira (13.07), com o bronze de Jaqueline Ferreira na categoria 76kg; e na terça-feira (14.07), com o bronze de Bruna Piloto nos 63kg. Nesta quarta-feira (15.07), a modalidade se despediu dos Jogos Pan-Americanos de Toronto com mais medalhas e, de quebra, um novo recorde pan-americano. Primeiro, veio a prata de Mateus Felipe Gregório nos 105 kg. Depois, na última disputa da noite, quem compareceu ao Oshawa Sports Centre assistiu ao show de Fernando Reis.

Paulista, Fernando chegou à disputa com moral, como o atual campeão e recordista pan-americano. Foi assim que ele desembarcou em Toronto e é assim que ele vai deixar o Canadá.

“Foi um caminho muito longo. A gente treinou muito e deu tudo certo. Agradeço ao Ministério do Esporte, meu treinador, Luiz Lopes... Tem muita gente que me apoiou e esse resultado é para todos”, declarou o campeão.

No arranco, Fernando arrasou seu antigo recorde, de 180 kg. Ao levantar 192 kg, levou a torcida ao delírio. Na sequência, na disputa do arremesso, ele se superou novamente. Passou dos 225 kg (antigo recorde) para 235 kg. Na soma, o recorde pan-americano passou de 410 kg para 427 kg. A prata ficou com o canadense George Kobaladze (376 kg no total) e o bronze foi para o equatoriano Fernando Manguis (370 kg).

“Essas quatro medalhas representam o melhor resultado da história do levantamento de peso brasileiro em Jogos Pan-Americanos”, vibrou o técnico Edmilson Dantas, primeiro treinador de Fernando. Eles começaram no esporte no Pinheiros, quando o hoje bicampeão pan-americano tinha apenas 11 anos, e ficaram juntos até ele completar 18. “A nossa história é interessante”, lembrou Edmilson. “No Pan de 1991, em Havana, eu ganhei três medalhas de bronze. Em 1995, em Mar del Plata, ganhei duas de bronze. Depois disso, só voltamos a ganhar medalha de novo em 2011, em Guadalajara, com o ouro do Fernando. E agora foram quatro pódios”, detalhou, lembrando das outras três medalhas brasileiras em Toronto.

Para o atual técnico do brasileiro, o cubano Luiz Lopez, que treina Fernando desde 2009, o objetivo inicial foi cumprido. “Esse é o maior torneio das Américas e ele se preparou muito bem. Fico só imaginando em 2016. Vai ser emocionante. Vamos nos preparar muito para que ele consiga essa medalha no Rio”, afirmou Lopez. O Brasil já tem três vagas garantidas para os Jogos Olímpicos no masculino e duas no feminino.

GettyImages480839126.jpg
Fernando faz força para conquistar o ouro em Toronto. Foto: Getty Images

Fernando, agora, irá se preparar para o Campeonato Mundial, em Houston, nos Estados Unidos, em novembro. Para essa competição, os planos são audaciosos. “No último Mundial eu fiquei em nono e agora quero, pelo menos, ficar entre os cinco”, declarou. Com os 427 kg levantados neste Pan, Fernando teria ficado em quinto no último mundial. Luiz Lopes e Edmilson Dantas, contudo, estão mais otimistas. “Em Houston, se tudo der certo, podemos pegar o bronze. E aí é embalar para 2016”, disse Dantas.

Além da meta de pódio, Fernando não esconde que terá que ganhar ainda mais peso para chegar ao sonho de brilhar no Rio de Janeiro no ano que vem. “Do último Pan para esse eu passei de 132 kg para 150 kg. Mas tenho que ganhar mais cinco quilos até 2016. Meu treinador fala para eu comer igual um louco”, brincou.

Investimentos

O levantamento de peso é uma das modalidades apoiadas pelo governo federal. Atualmente são 87 contemplados com a Bolsa-Atleta e a Bolsa Pódio, cujos benefícios movimentam R$ 1,8 milhão por ano. Além disso, só em 2014 foram repassados outros R$ 1,5 milhão para o esporte, via Lei Agnelo/Piva.

“Esse apoio é primordial. O atleta não pode sobreviver por amor à modalidade. Ele tem que pagar as contas e tem outras obrigações. Eu fico contente de ter o apoio do Ministério do Esporte e poder mostrar como é importante a nossa modalidade”, declarou Fernando, que é contemplado com a Bolsa Pódio, assim como o medalhista de prata Mateus Gregório.

Luiz Roberto Magalhães, de Toronto – brasil2016.gov.br