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Tiro esportivo

21/04/2016 16h03

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Estrangeiros da Carabina deitado 50m enfrentam calor e elogiam Centro de Tiro

Alta temperatura dificultou a vida dos atletas em Deodoro, mas sentimento geral foi de satisfação com a estrutura olímpica

A final da Carabina deitado 50m masculina da etapa do Rio de Janeiro da Copa do Mundo de tiro esportivo promoveu um encontro de gerações. O contraste entre os oito melhores atletas da prova foi grande, colocando lado a lado no estande renomados e experientes medalhistas olímpicos e jovens que buscarão o primeiro pódio nos Jogos Rio 2016.

No total, o estande de finais do Centro Nacional de Tiro Esportivo, em Deodoro, reuniu sete medalhas olímpicas. A mais antiga, conquistada nos Jogos de Barcelona 1992, foi o bronze do sérvio Stevan Pletikosic, que representava a Iugoslávia à época. As mais recentes vieram de Londres 2012, com o norte-americano Matthew Emmons, bronze na Inglaterra, e o italiano Niccolo Campriani, ouro e prata quatro anos atrás.

Assim como a competição, o resultado da final também foi um retrato da transição. No topo do pódio, o alemão Henri Junghaenel, de 28 anos, campeão com 210 pontos, ficou cercado pelos dois atiradores mais veteranos da decisão: Warren Potent, da Austrália, de 54 anos, que ficou com a prata; e Stevan Pletikosic, da Sérvia, bronze.

No pódio, o alemão Henri Junghaenel, de 28 anos, ficou ao lado de dois veteranos medalhistas de bronze nos Jogos Olímpicos: Warren Potent, da Austrália, com a prata; e Stevan Pletikosic, da Sérvia, com o bronze. Foto: Wagner Meier/CBTE

A disputa pelo título da Copa do Mundo, o quinto da carreira do atirador alemão, é um indício do que pode ocorrer nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Pelo menos é o que espera Junghaenel. “É um sentimento ótimo e me dá mais confiança para os Jogos. Repetir essa medalha de ouro no Rio 2016 seria perfeito. Se conseguir manter o bom desempenho, melhor ainda, mas prefiro evitar falar de cor de medalha agora”, comentou o campeão da Copa do Mundo, já classificado para os Jogos.

Calor desafia atiradores

Além de competir entre si pelas medalhas, os atiradores da Carabina deitado 50m também batalharam contra o clima no Centro Nacional de Tiro Esportivo, em Deodoro. Alguns sofreram mais, outros menos, mas o calor foi citado por todos como um fator que deixa a prova ainda mais complicada.

“Foi difícil atirar por causa do tempo quente. Os resultados foram caindo ao longo da competição por causa das condições climáticas”, avaliou Stevan Pletikosic, de 44 anos. “Espero que nos Jogos esteja um pouco mais ameno, aí tudo estará perfeito”, acrescentou o sérvio.

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Os oito finalistas atiraram lado a lado no estande de finais do Centro: calor foi obstáculo. Foto: Wagner Meier/CBTE

Dono de três medalhas olímpicas, o norte-americano Matthew Emmons sabia que o calor seria um fator a se considerar durante a prova, mas não se surpreendeu com a temperatura. “É realmente muito quente aqui, mas sabia que seria assim, é normal”, declarou o dono de um ouro (Atenas 2004), uma prata (Pequim 2008) e um bronze (Londres 2012) olímpicos na modalidade.

Avaliações positivas

Apesar do calor, os atiradores aprovaram as instalações do Centro de tiro esportivo e se mostraram ansiosos para competir nos Jogos Olímpicos. Para o sérvio Pletikosic, que já havia competido no local anteriormente, não houve do que reclamar. “Está tudo funcionando bem. Estive aqui em 2008, em uma etapa da Copa do Mundo depois dos Jogos de Pequim, e desde aquele momento foi possível perceber as qualidades do centro”, avaliou.

Já Warren Potent se disse satisfeito pela familiaridade da instalação com aquela que ele usa para treinar em seu país. “É bem parecida, mas com algumas melhorias. É uma das melhores do mundo e uma das minhas favoritas. Me senti bastante em casa aqui, até por causa do calor também”, elogiou o australiano, acostumado às altas temperaturas.

Quem também comparou o Centro com outra instalação da modalidade foi Matthew Emmons. Para ele, o local lembra aquele utilizado nos Jogos de Sydney 2000. “Em muitos aspectos são parecidos. Não participei daquela edição dos Jogos, mas competi no local depois. Estou satisfeito com as condições e sei que estará ainda melhor nos Jogos”, disse.

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Matthew Emmons, dono de três medalhas olímpicas nas três últimas edições dos Jogos, ficou satisfeito com a estrutura da instalação do Rio 2016. Foto: Wagner Meier/CBTE

Os atletas apontaram apenas pequenos detalhes a serem melhorados para o Rio 2016, como a pintura que fica atrás dos alvos. “A tinta está muito escura, seria bom se isso pudesse ser ajustado, mas é um ótimo lugar para competir, sem dúvidas”, comentou Emmons.

O dia dos brasileiros

O Brasil esteve muito próximo de disputar sua primeira final na Copa do Mundo de Tiro Esportivo, no Rio de Janeiro. Na eliminatória da Carabina deitado 50m, Leonardo Moreira terminou a prova na 12ª posição, apenas 0,5 ponto atrás do oitavo colocado, o italiano Niccolo Campriani. O europeu, que conquistou duas medalhas nos Jogos de Londres, um ouro e uma prata, fez 624.6 pontos, contra 624.1 do brasileiro.

O brasileiro Leonardo Moreira ficou a apenas 0,5 ponto de conquistar uma vaga na final da Carabina deitado 50m. Foto: Wagner Meier/CBTE

Quem também competiu na prova foi Cassio Rippel. Ele terminou a eliminatória na 30ª colocação, com 620.7 pontos.

Na Carabina três posições 50m feminina, Rosane Ewald completou a primeira eliminatória também em 30º lugar. Ela somou 180 pontos na posição ajoelhada, 191 deitada e 177 em pé. A final da modalidade será disputada nesta sexta-feira (22.4), às 12h, sem a participação de atletas da casa.

Além da Carabina três posições 50m, a Copa do Mundo de tiro esportivo terá nesta sexta a primeira etapa da Pistola de tiro rápido 25m masculina e o primeiro dia de disputas do Skeet masculino e feminino. As provas começam às 9h.

Do Rio de Janeiro, Vagner Vargas – Brasil2016.gov.br