Ginastica artística
Ginástica Artística
"Essa medalha veio de uma preparação de 12 anos", diz Diego Hypolito
A felicidade e o sentimento de dever cumprido estavam estampados nos olhares dos ginastas Diego Hypolito e Arthur Nory na manhã desta segunda-feira (15.08), um dia após o histórico resultado obtido por ambos na prova do solo do torneio olímpico de ginástica artística. Os dois concederam entrevista coletiva à imprensa, no Espaço Time Brasil, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ainda em estado de euforia, eles comentaram o inédito pódio duplo da ginástica brasileira em uma Olimpíada, com as medalhas de prata e de bronze conquistas por Diego e Nroy respectivamente.
"Passou um filme na cabeça. Esses Jogos não levaram quatro anos, foram 12 anos. Foi o treino para Pequim, Londres e para cá. Todos os atletas eram muito merecedores de estarem competindo aqui. E quando a gente termina e vê que o trabalho foi cumprido, percebemos que valeu muito a pena. E, além de tudo, conseguir duas medalhas, nunca pensei que fosse possível", comemorou Diego Hypolito.
De acordo com Diego, os erros que lhe tiraram a chance de medalha nos Jogos de 2008 e 2012, ainda incomodavam. "Eu pensava assim: 'Caramba, eu tenho 65 medalhas em Copas do Mundo, cinco em Mundiais. Será que eu nunca vou conseguir uma medalha olímpica?".
» A prata da persistência de Diego veio em inédita dobradinha nos esportes individuais com o bronze de Nory
Para o ginasta, que ressaltou o apoio psicológico oferecido pela Confederação Brasileira de Ginástica, o foco e a concentração no objetivo foram fundamentais para conquistar a medalha, mesmo não estando no auge da carreira. "Eu estou bem mais velho, não tenho o mesmo talento dos Jogos de Pequim e Londres e, por isso, eu tentei me focar ao máximo nessa reta final para dar certo. E quando dá certo, passa muita coisa na cabeça".
A família, segundo Diego, também foi fundamental para que ele pudesse superar traumas de outros Jogos Olímpicos. "Aqui no Rio foi muito diferente, porque minha mãe estava na arquibancada, meu pai, meu irmão, meus amigos, a família brasileira. E, isso faz com que a gente fique muito mais incentivado. A família contribui demais no sucesso" garantiu.
O medalhista de prata ainda homenageou a irmã, Daniele Hypolito, que também é ginasta e foi a primeira medalhista brasileira da modalidade em Mundiais, com a prata nos exercícios de solo, em 2001. "Eu tive muita sorte de ao longo da minha carreira ter tido a minha irmã (Daniele) ao meu lado, que me incentivou muito. Quando ela conseguiu a primeira medalha mundial da ginástica, isso abriu portas para eu estar aqui, para o Nory estar aqui, para a Daiane dos Santos ter surgido". O atleta seguiu homenageando a irmã. "A Dani foi minha maior inspiração, meu maior ídolo. Eu nunca vou me esquecer do dia da minha primeira medalha no Mundial e apareceu ela no telão chorando", celebrou.
Diego Hypolito garantiu que vai continuar competindo e que pretende chegar aos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, para depois se aposentar. "Sonho depois de Tóquio trabalhar com jornalismo, porque com isso vamos dar a oportunidade de nosso povo entender que todos somos vitoriosos" encerrou.
#GinásticaArtística VAMOS VER DE NOVO! Foi com esse apresentação INESQUECÍVEL que Diego Hypólito ganhou a #Prata! pic.twitter.com/yI3zXBFsFH
— Brasil 2016 (@Brasil2016) 14 de agosto de 2016
Ousadia
Além da experiência de Diego Hypolito, o sucesso da ginástica contou com a juventude de Arthur Nory. Disputando a primeira olimpíada da carreira, o ginasta conquistou a medalha de bronze, no solo, especialidade que não é a sua principal.
"Para brigar por medalhas, você tem que ousar e ir para o tudo ou nada. Depois que peguei a final, passou aquele filme todo porque sempre me destaquei no solo mas, na verdade, estava mais preparado para a barra. Falei com o meu técnico e ele confiou em mim para buscarmos uma medalha. Acabou dando certo, arrisquei e acreditei nesse trabalho. Fui ambicioso", afirmou o ginasta.
O bronze conquistado em solo brasileiro também teve o sabor especial de ter sido acompanhado de perto pela família, garante Nory. "Para mim foi muito emocionante, pois minha família não mora comigo, então eu queria que eles estivessem juntos comigo nesse momento. Me emocionei bastante quando vi eles no ginásio. A torcida deles dá aquele gás, foi fundamental".
Arthur Nory também ressaltou a evolução que a ginástica brasileira tem tido nos últimos anos. "Programas como o Bolsa Atleta, o Bolsa Pódio são fundamentais para a formação de novos atletas, sejam eles ginastas ou de outros esportes. Então, a gente agradece ao Ministério do Esporte pelo apoio que deu ao esporte nesse último ciclo olímpico. Esperamos que esse incentivo continue", finalizou o atleta, acreditando que com a atual preparação, resultados ainda melhores possam surgir no próximo ciclo olímpico para os Jogos de Tóquio, em 2020.
Galeria de fotos (disponíveis para uso editorial gratuito, desde que creditadas para Francisco Medeiros/ brasil2016.gov.br)
João Paulo Machado - brasil2016.gov.br