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03/06/2016 12h05

Jogos Olímpicos Rio 2016

Equipe Olímpica dos Refugiados para os Jogos Rio 2016 é anunciada pelo COI

Time terá 10 atletas, entre eles dois judocas que foram acolhidos pelo Brasil. Todos se hospedarão na Vila Olímpica e, no desfile de abertura, entrarão antes da delegação brasileira no Maracanã

O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou, nesta sexta-feira (3.6), o nome dos 10 atletas que irão compor um time especial de competidores nos Jogos Olímpicos Rio 2016: a Equipe Olímpica dos Refugiados.

Eles disputarão as Olimpíadas no Brasil como símbolos da esperança de todos os refugiados do planeta e a participação desses atletas, espera o COI, deverá chamar ainda mais a atenção mundial para a magnitude da crise dos refugiados que assola principalmente a Europa nos últimos anos.

Foto: COI

Os atletas da Equipe Olímpica dos Refugiados, a primeira desta natureza em Jogos Olímpicos, desfilarão na cerimônia de abertura dos Jogos Rio 2016, no dia 5 de agosto, no Estádio do Maracanã, carregando a Bandeira Olímpica. Eles entrarão no estádio exatamente antes da delegação brasileira, o que promete trazer ainda mais emoção aos torcedores e chamar ainda mais atenção para o tema, uma vez que trata-se de um momento assistido por bilhões de pessoas em todo o planeta.

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Assim como todas as outras delegações nos Jogos Olímpicos Rio 2016, a Equipe Olímpica dos Refugiados terá sua própria comissão técnica para suprir as necessidades dos atletas. A fundista queniana Tegla Loroupe, atleta olímpica e ex-recordista mundial da maratona, será a chefe da missão da Equipe Olímpica dos Refugiados. A brasileira Isabela Mazão será a delegada-chefe da missão. As duas vão liderar um time de cinco técnicos e demais profissionais que trabalharão junto aos atletas durante a competição no Rio de Janeiro.

Os atletas escolhidos para a defender a Equipe Olímpica dos Refugiados são:

Masculino



Feminino


Ao revelar os nomes dos atletas da Equipe Olímpica dos Refugiados, o presidente do COI, Thomas Bach, afirmou: “Esses refugiados não tinham casa, time, bandeira ou Hino Nacional. Nós ofereceremos a eles uma casa na Vila Olímpica juntamente com os atletas de todo o mundo. O Hino Olímpico será tocado em sua honra e a Bandeira Olímpica os guiará dentro do Estádio Olímpico. Isso será um símbolo da esperança por todos os refugiados do mundo e deixará o planeta mais alerta para a magnitude dessa crise. E ainda será um sinal para a comunidade internacional de que os refugiados são seres humanos como nós e podem enriquecer as sociedades. Esses atletas refugiados mostrarão ao mundo que, apesar das tragédias inimagináveis que eles encararam, qualquer um pode contribuir para a sociedade por meio de seu talento, habilidades e com a força do espírito humano”.

Como parte do clamor para socorrer atletas de elite em potencial afetados pela crise mundial dos refugiados, os Comitês Olímpicos dos países ligados ao COI foram orientados a identificar quaisquer atletas refugiados com potencial para se classificar para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Esses candidatos podiam, então, receber fundos da Solidariedade Olímpica para assisti-los durante suas preparações para os Jogos.

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No total, 43 atletas nessas condições foram inicialmente identificados. A seleção dos 10 atletas da Equipe Olímpica dos Refugiados foi baseada em consultas realizadas junto aos Comitês Olímpicos dos países que abrigaram os atletas, junto às Federações Internacionais dos esportes que eles praticam e junto aos Comitês Olímpicos dos países de origem dos atletas. Os critérios de seleção incluíram o nível dos atletas em suas modalidades, o status de refugiado oficial confirmado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e uma checagem de antecedentes dos atletas.

No começo deste ano, o COI aprovou questões fundamentais referentes à Equipe Olímpica dos Refugiados. Elas determinavam que:

» Os atletas se hospedarão na Vila Olímpica como todas as outras delegações
» Os atletas participarão da cerimônia de boas-vidas na Vila Olímpica como todos os outros países
» Os uniformes serão fornecidos pelo COI
» Para todas as apresentações oficiais da Equipe Olímpica dos Refugiados, incluindo as possíveis cerimônias de medalhas, será hasteada a Bandeira Olímpica e o Hino Olímpico será tocado
» O processo de controle de dopagem será realizado normalmente pela Agência Mundial Antidopagem (Wada, na sigla em inglês)
» A Solidaridade Olímpica custeará a preparação, viagens e outras despesas da Equipe Olímpica dos Refugiados e continuará a apoiar os atletas do time depois dos Jogos Olímpicos Rio 2016

Programas

O COI, através da Solidariedade Olímpica e do Programa Olímpico de Bolsas para Atletas, visa ajudar os Comitês Olímpicos menores a classificar atletas para os Jogos Olímpicos. A prioridade do COI é focar primeiramente nos atletas que mais precisam de assistência e colocá-los em condições de igualdade com os competidores das regiões mais desenvolvidas do planeta. Para os Jogos Olímpicos de Londres 2012, por exemplo, 1.264 bolsas olímpicas foram destinadas a atletas de 171 Comitês Olímpicos, em 21 esportes. Do total, 657 bolsistas acabaram participando dos Jogos de Londres e conquistaram um total de 72 medalhas.

Seguindo a Agenda Olímpica 2020, o COI – e em especial devido à crise global dos refugiados – criou um fundo especial de US$ 2 milhões para desenvolver projetos que, através do esporte, possam colaborar com os Comitês Olímpicos em todo o planeta. Mais de 15 Comitês Olímpicos já fizeram uso deste fundo.

O COI já trabalha com várias agências da ONU para ajudar refugiados em todo o planeta. Nos últimos 20 anos, o COI e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), em particular, têm usado o esporte para ajudar a apoiar e desenvolver jovens refugiados em vários campos ou assentamentos ao redor do globo. Esses programas ajudaram milhares de refugiados a se beneficiarem dos programas de esporte e dos equipamentos doados pelo COI.

Fonte: Comitê Olímpico Internacional