Judô
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Em Cuba, Brasil brilha e conquista 17 medalhas no Pan-Americano de Judô
O judô brasileiro confirmou sua hegemonia continental e fechou o Campeonato Pan-Americano de Havana, em Cuba, em primeiro lugar geral. No total, os judocas brasileiros conquistaram 17 pódios. Foram sete ouros, quatro pratas e seis bronzes na competição encerrada no sábado (30.4). A distância para os principais adversários foi enorme, já que Canadá, Estados Unidos e Cuba conquistaram apenas dois ouros cada um. A Colômbia ficou com o último ouro. Os destaques do último dia foram Rafael Silva (+100kg) e Tiago Camilo (90kg), que conquistaram medalhas douradas.
“São cinco títulos pan-americanos. Estou muito feliz pela maneira como eu lutei. Venho me sentindo cada vez melhor no tatame. Meu judô vem saindo desde as últimas competições o que me dá muita felicidade. Conseguir lutar como eu sempre lutei ainda mais agora perto dos Jogos”, disse Tiago, que venceu suas três lutas por ippon, inclusive a final contra o americano Colton Brown.
Depois de conquistar nove medalhas no primeiro dia do evento, a seleção teve novamente representantes nas finais de todas as categorias disputadas o sábado. O peso-pesado masculino foi decidido entre Baby e David Moura, que brigam ponto a ponto por uma vaga nos Jogos do Rio. Assim como no bronze do Grand Prix de Samsun, o duelo foi para o golden score e Rafael Silva levou a melhor sobre o compatriota pontuando com um waza-ari.
“Fiz boas lutas. Fazer a final com um brasileiro é sempre complicado, porque a gente se conhece bastante. Não tem nada definido ainda. Temos mais duas competições pela frente. Expectativa está grande já para o Grand Slam de Baku, que é na próxima semana, e depois vou ter um tempo maior para treinar pro Marsters, em Guadalajara”, projeta Rafael Silva, que estará ao lado de David também nessas duas competições.
“É óbvio que nós dois estamos muito bem preparados para a Olimpíada. São poucas competições, mas a gente ainda vai concorrer a 1200 pontos e espero que eu consiga tirar essa diferença. A última cartada é o World Masters, que vale quase o dobro do Pan, e eu vou com tudo para o essa disputa e para o Grand Slam de Baku para conquistar minha vaga”, disse David.
Na final do meio-pesado, Mayra Aguiar e a americana Kayla Harrison reeditaram o clássico mundial da categoria que, diferentemente da final do Grand Slam de Paris deste ano, terminou com vitória para a americana.
“Fiz lutas muito duras durante a competição. As duas cubanas (Kaliema Antomarchi e Yalennis Castillo) que enfrentei são adversárias fortíssimas. Com certeza, uma delas vai estar brigando nos Jogos. Olhando friamente, fiz uma competição boa”, avaliou Mayra. “Infelizmente, o que me deixa mais triste foi a final ter sido tão rápida. Mesmo se ela tivesse ganhado e eu tivesse lutado mais eu ficaria mais feliz. Ela é uma atleta muito forte no chão e acabou me surpreendendo, pegando meu braço. Levo como mais uma experiência e mantenho o foco totalmente na Olimpíada”, continuou a brasileira.
Maria Suelen Altheman também lutou pelo ouro contra uma velha conhecida, a cubana Idalys Ortiz, campeã olímpica e mundial. Em duelo equilibrado, Suelen forçou uma punição para a adversária, mas sofreu três e terminou com a prata.
“É um campeonato muito importante para a gente por causa da pontuação. Chegar à final para mim foi uma vitória, porque ano passado eu não participei. A final foi disputada, eu consegui fazer algumas pegadas que eu havia treinado para fazer com ela (Ortiz) e estou vendo que cada vez evoluo mais um pouco. Um degrau de cada vez rumo aos Jogos”, disse Suelen.
Rochele Nunes (+78kg) garantiu a dobradinha brasileira no pódio do pesado feminino ao derrotar a mexicana Vanessa Zambotti por um yuko na disputa do bronze. Além dela, Luciano Corrêa (100kg) e Victor Penalber (81kg) também voltaram de Havana com o bronze. O meio-pesado derrotou o americano Ajax Tadehara, enquanto Penalber venceu o salvadorenho Juan Turcios.
A médio Maria Portela bateu na trave e ficou em quinto, perdendo na semifinal para a canadense Kelita Zupancic e na disputa de terceiro para Elvismar Rodriguez, da venezuela, ambas por uma punição apenas.
O próximo compromisso da Seleção Brasileira é o Grand Slam de Baku, de 6 a 8 de maio. Parte da delegação que está em Cuba embarca direto para o Azerbaijão nesta segunda-feira (2.5).