Atletismo
Vôlei de praia
Duplas femininas do vôlei de praia intensificam a preparação de olho em Tóquio
Em pouco mais de dois meses e meio, a arena montada no parque Shiokaze, em Tóquio, receberá a nata do vôlei de praia mundial. Entre diversos sotaques, bandeiras e culturas, Ágatha/Duda e Ana Patrícia/Rebecca levarão as cores do Brasil ao principal evento esportivo do planeta. Classificadas para a disputa feminina em busca de medalhas para o país, as duas duplas estão na reta final da preparação olímpica. As quatro integram a categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal, executado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
“O fato de eu já ter jogado uma edição dos jogos traz uma bagagem, mas agora estou com outro time, o cenário atual promete um ambiente diferente. Outro aspecto é que não estarei no meu país, e as partidas não terão torcida. Há várias situações distintas em relação à participação anterior, o que gera expectativa”
Ágatha, medalhista de prata nos Jogos Rio 2016
Entre adiamentos e outros contratempos em razão da pandemia da COVID-19, a rotina das duplas olímpicas segue com foco no Japão. Além dos treinos regulares, as parcerias estiveram ativas nas disputas do Circuito Brasileiro e de etapas do tour Mundial desde o (re)início do ano olímpico. De janeiro até agora foram três etapas nacionais e quatro internacionais como oportunidades para que as atletas evoluíssem no ritmo de jogo, e avaliassem melhor as adversárias.
Os resultados até aqui têm sido promissores. Ágatha e Duda se sagraram campeãs nacionais com uma etapa de antecedência, e medalharam nas quatro etapas do Circuito Mundial. Ana Patrícia e Rebecca venceram duas etapas do Circuito Brasileiro e ficaram entre as três melhores em outras quatro oportunidades.
Com pouco mais de 70 dias até a estreia nos Jogos Olímpicos, as duplas focam no combate à ansiedade e no aprimoramento físico e técnico. Única entre as quatro classificadas que já tem experiência olímpica, Ágatha comentou sobre o cenário diferente que encontrará pela frente nesta edição.
“O fato de eu já ter jogado uma edição dos jogos traz uma bagagem, mas agora estou com outro time, o cenário atual promete um ambiente diferente. Outro aspecto é que não estarei no meu país, e as partidas não terão torcida. Há várias situações distintas em relação à participação anterior, o que gera expectativa”, disse Ágatha.
A jogadora, que já tem uma medalha de prata, contou que o foco nos últimos meses foi estudar as adversárias e simular situações que podem acontecer nas areias japonesas. “Nós já tínhamos o plano de usar as etapas do Circuito Mundial como aprendizado para minimizar a ansiedade, até porque enfrentaremos duplas que já conhecemos. Conseguimos, digamos, simular situações que podem acontecer em Tóquio. A gente vive o hoje, mas utilizamos as etapas como degraus para chegarmos bem no Japão. As quatro medalhas que conquistamos nos trouxeram confiança, mas não podemos deixar de fazer a nossa parte”, disse a bloqueadora.
Em Fortaleza (CE), Ana Patrícia e Rebecca mantêm a série de treinos sob o comando do técnico Reis Castro. Com 1,97m, a gigante bloqueadora mineira Ana Patrícia já tem na carreira diversos títulos nas categorias de base, inclusive o ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim 2014, quando disputou a competição ao lado de Duda. Próxima de realizar o sonho olímpico, Ana relembrou alguns percalços enfrentados por todos os atletas no último ano, mas garante que o esforço diário será recompensado.
“Nosso objetivo sempre foi Tóquio. Todo o trabalho que viemos desenvolvendo desde o início, lá atrás, tem os Jogos Olímpicos como foco. Nesse meio tempo passamos por dificuldades, com pandemia, paralisação nos treinos, adiamento das Olimpíadas, retomada dos trabalhos. Não só a gente como todas as outras duplas estão se adaptando a uma nova realidade. Acredito que chegaremos bem preparadas para buscar nosso sonho e isso passa pelo esforço do dia a dia, aqui em Fortaleza”, comentou Ana.
Até a estreia em Tóquio, as duplas ainda têm muito caminho a percorrer. No calendário estão previstas duas etapas finais na corrida olímpica da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) – a data de corte da entidade para fechar a lista com as 15 melhores duplas em cada naipe é 13 de junho. Sochi, na Rússia, entre 26 e 30 de maio, e Ostrava, na República Tcheca, de 2 a 6 de junho, estão no itinerário. O torneio de Gstaad, na Suíça, de 6 a 11 de julho, também está nos planos. No cenário nacional os times ainda disputarão a nona etapa do Circuito Brasileiro e o SuperPraia, que ainda terão as datas e locais divulgados pela CBV.
Os adversários na competição olímpica serão conhecidos no dia 21 de julho, quando será realizado o sorteio das chaves. Desde 1996, quando estreou no programa oficial dos Jogos Olímpicos, em Atlanta (EUA), o vôlei de praia trouxe 13 medalhas para o Brasil (três ouro, sete pratas e três bronzes).
Fonte: Confederação Brasileira de Vôlei