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Atletismo

11/05/2021 18h10

Vôlei de praia

Duplas femininas do vôlei de praia intensificam a preparação de olho em Tóquio

Etapas do Circuito Mundial e períodos de treino em Saquarema estão na lista de atividades antes do embarque para o Japão

Em pouco mais de dois meses e meio, a arena montada no parque Shiokaze, em Tóquio, receberá a nata do vôlei de praia mundial. Entre diversos sotaques, bandeiras e culturas, Ágatha/Duda e Ana Patrícia/Rebecca levarão as cores do Brasil ao principal evento esportivo do planeta. Classificadas para a disputa feminina em busca de medalhas para o país, as duas duplas estão na reta final da preparação olímpica. As quatro integram a categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal, executado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

Duda e Ágatha: campeãs nacionais com uma etapa de antecedência e pódio em quatro etapas do Circuito Mundial. Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

“O fato de eu já ter jogado uma edição dos jogos traz uma bagagem, mas agora estou com outro time, o cenário atual promete um ambiente diferente. Outro aspecto é que não estarei no meu país, e as partidas não terão torcida. Há várias situações distintas em relação à participação anterior, o que gera expectativa”
Ágatha, medalhista de prata nos Jogos Rio 2016

Entre adiamentos e outros contratempos em razão da pandemia da COVID-19, a rotina das duplas olímpicas segue com foco no Japão. Além dos treinos regulares, as parcerias estiveram ativas nas disputas do Circuito Brasileiro e de etapas do tour Mundial desde o (re)início do ano olímpico. De janeiro até agora foram três etapas nacionais e quatro internacionais como oportunidades para que as atletas evoluíssem no ritmo de jogo, e avaliassem melhor as adversárias.

Os resultados até aqui têm sido promissores. Ágatha e Duda se sagraram campeãs nacionais com uma etapa de antecedência, e medalharam nas quatro etapas do Circuito Mundial. Ana Patrícia e Rebecca venceram duas etapas do Circuito Brasileiro e ficaram entre as três melhores em outras quatro oportunidades.

Com pouco mais de 70 dias até a estreia nos Jogos Olímpicos, as duplas focam no combate à ansiedade e no aprimoramento físico e técnico. Única entre as quatro classificadas que já tem experiência olímpica, Ágatha comentou sobre o cenário diferente que encontrará pela frente nesta edição.

“O fato de eu já ter jogado uma edição dos jogos traz uma bagagem, mas agora estou com outro time, o cenário atual promete um ambiente diferente. Outro aspecto é que não estarei no meu país, e as partidas não terão torcida. Há várias situações distintas em relação à participação anterior, o que gera expectativa”, disse Ágatha.

A jogadora, que já tem uma medalha de prata, contou que o foco nos últimos meses foi estudar as adversárias e simular situações que podem acontecer nas areias japonesas. “Nós já tínhamos o plano de usar as etapas do Circuito Mundial como aprendizado para minimizar a ansiedade, até porque enfrentaremos duplas que já conhecemos. Conseguimos, digamos, simular situações que podem acontecer em Tóquio. A gente vive o hoje, mas utilizamos as etapas como degraus para chegarmos bem no Japão. As quatro medalhas que conquistamos nos trouxeram confiança, mas não podemos deixar de fazer a nossa parte”, disse a bloqueadora.

Rebecca e Ana Patrícia conquistaram seis pódios no Circuito Brasileiro. Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

Em Fortaleza (CE), Ana Patrícia e Rebecca mantêm a série de treinos sob o comando do técnico Reis Castro. Com 1,97m, a gigante bloqueadora mineira Ana Patrícia já tem na carreira diversos títulos nas categorias de base, inclusive o ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim 2014, quando disputou a competição ao lado de Duda. Próxima de realizar o sonho olímpico, Ana relembrou alguns percalços enfrentados por todos os atletas no último ano, mas garante que o esforço diário será recompensado.

“Nosso objetivo sempre foi Tóquio. Todo o trabalho que viemos desenvolvendo desde o início, lá atrás, tem os Jogos Olímpicos como foco. Nesse meio tempo passamos por dificuldades, com pandemia, paralisação nos treinos, adiamento das Olimpíadas, retomada dos trabalhos. Não só a gente como todas as outras duplas estão se adaptando a uma nova realidade. Acredito que chegaremos bem preparadas para buscar nosso sonho e isso passa pelo esforço do dia a dia, aqui em Fortaleza”, comentou Ana.

Até a estreia em Tóquio, as duplas ainda têm muito caminho a percorrer. No calendário estão previstas duas etapas finais na corrida olímpica da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) – a data de corte da entidade para fechar a lista com as 15 melhores duplas em cada naipe é 13 de junho. Sochi, na Rússia, entre 26 e 30 de maio, e Ostrava, na República Tcheca, de 2 a 6 de junho, estão no itinerário. O torneio de Gstaad, na Suíça, de 6 a 11 de julho, também está nos planos. No cenário nacional os times ainda disputarão a nona etapa do Circuito Brasileiro e o SuperPraia, que ainda terão as datas e locais divulgados pela CBV.

Os adversários na competição olímpica serão conhecidos no dia 21 de julho, quando será realizado o sorteio das chaves. Desde 1996, quando estreou no programa oficial dos Jogos Olímpicos, em Atlanta (EUA), o vôlei de praia trouxe 13 medalhas para o Brasil (três ouro, sete pratas e três bronzes).

Fonte: Confederação Brasileira de Vôlei