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Esporte de base
Dos Jogos Escolares para as Olimpíadas Rio 2016
O sonho de toda criança que pratica esporte é vivenciar a magia dos Jogos Olímpicos. No Brasil, os Jogos Escolares são a porta de entrada para o olimpismo e para 51 atletas brasileiros que defenderão o país nas Olimpíadas em casa, o sonho de disputar o megaevento começou ainda na fase escolar, quando eles disputaram os Jogos Escolares da Juventude - maior competição esportiva estudantil do país.
Nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, a delegação brasileira contou com 11% de atletas que passaram pelos Jogos Escolares. Quatro ano depois, o número saltou para mais de 20% da delegação verde e amarela, levando em consideração apenas as modalidades disputadas nos Jogos Escolares.
Os eventos estudantis são uma oportunidade de estímulo ao espírito esportivo, além de difundirem os valores do esporte entre os jovens. Após 12 anos do novo formado da competição estudantil nacional, já passaram pelos Jogos Escolares cerca de 20 milhões de jovens, de 27 estados, sendo que 60 mil estudantes disputaram as duas fases finais da competição escolar – 12 a 14 e 15 a 17 anos.
“Os Jogos Escolares contam com 12 anos no novo formato, com o apoio do Ministério do Esporte como parceiro na realização. Para se ter uma ideia, o evento envolve 2 milhões de estudantes na fase classificatória, que buscam uma vaga na fase final dos Jogos. Os números mostram que o evento contribui para o fortalecimento da base esportiva nacional”, explica o diretor-geral dos Jogos Escolares, Edgar Hubner, gerente-geral de infraestrutura e juventude do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
Os estudantes disputam nos Jogos Escolares 14 modalidades esportivas: atletismo, basquete, badminton, futsal, ciclismo, ginástica rítmica, handebol, judô, luta olímpica, natação, tênis de mesa, vôlei, vôlei de praia e xadrez.
“A essência da competição escolar é a transformação social por meio do esporte. Entretanto, a revelação de novos talentos esportivos é inevitável, porque o evento envolve uma quantidade grande estudantes. Assim, as escolas e os estados perceberam que investir no esporte é um caminho claro para identificar novos atletas”, acrescenta Edgar Hubner.
Revelação nos Jogos Escolares
Com mais de dez anos dedicados ao esporte, Hugo Calderano faz parte de uma geração de atletas que despontou nacionalmente nos Jogos Escolares da Juventude. O mesatenista foi medalhista nas edições de 2008 e 2009, quando ganhou o Prêmio Brasil Olímpico de melhor atleta escolar e passou a receber o benefício do Bolsa-Atleta.Em 2012, Calderano conquistou o título da etapa do Circuito Mundial na Argentina, quando passou a liderar o ranking de entradas sub-18 - posição nunca ocupada por um brasileiro. Na ocasião, tornou-se o primeiro colocado no Circuito da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF, na sigla em inglês) juvenil masculino.
Como uma grande aposta do tênis de mesa nacional, nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, então com 16 anos, o mesatenista participou do projeto Vivência Olímpica, quando teve a oportunidade de se juntar à delegação brasileira nas olimpíadas para ganhar experiência, quebrar a ansiedade e viver pela primeira vez o clima olímpico.
Hugo é destaque de uma modalidade em ascensão no país. Intercâmbios, participação em torneios internacionais e suporte técnico de profissionais estrangeiros são exemplos do que vem sendo realizado. O planejamento da modalidade é de longo prazo, com investimentos que vão da base ao alto rendimento. Em 2014, Calderano conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, disputados em Naquim, na China.
“Sei que pensar em medalha agora é muito difícil. Meu foco são os próximos dois Jogos Olímpicos, quando estarei mais maduro e no auge do meu jogo. Acredito que, atualmente, eu possa enfrentar qualquer jogador de igual para igual. A principal dificuldade em uma competição como essa é ter que derrotar os melhores do mundo uma partida após a outra. Meu principal objetivo nos Jogos é conseguir competir em alto nível contra todos os atletas de ponta e desenvolver ainda mais o meu jogo”, revela Calderano.
O nadador Luiz Altamir, 20 anos, é outro exemplo de atleta que passou por todos os degraus até chegar ao esporte de alto rendimento. Foi defendendo a bandeira do Colégio Antares, de Fortaleza (CE), que ele disputou as primeiras provas de nível nacional. Aos 12 anos, estreou nos Jogos Escolares da Juventude 2008. Nos anos seguintes, voltou a nadar no evento nacional escolar, ganhou medalhas e, em 2016, pôde olhar para trás e ver que todo o esforço valeu a pena: vai nadar as provas de 400m livre e revezamento 4 x 200m livre nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.
“No ano de 2013, consegui ser campeão dos 100 metros borboleta e fui recordista da prova nos Jogos Escolares. Desde sempre, eu consegui agarrar as oportunidades, desde os Jogos Escolares. Olhando para o passado vejo que foi um passo bem dado. Considero um degrau a mais na minha carreira”, recorda Luiz Altamir.
Com 19 atletas, o atletismo é o esporte que contará com o maior número de representantes com passagem pelos Jogos Escolares. O velocista Aldemir Gomes Junior, 24 anos, considera que a iniciativa do evento escolar é primordial para os jovens tomarem gosto pelo esporte. “A iniciativa do evento é maravilhosa. É a integração com estudantes de outros estados e com o espírito esportivo”, disse o atleta, que entrou para o atletismo aos 10 anos.
Confira os atletas do Time Brasil no Rio 2016 que já disputaram os Jogos Escolares:
Atletismo:
Ana Cláudia Lemos (100m, 200m e 4x100m), Andressa Oliveira (lançamento do disco), Bruna Farias (4x100m), Cristiane dos Santos Silva (4x400m), Franciela Krasucki (100m e 4x100m), Geisa Arcanjo (arremesso de peso), Rosângela Santos (100m, 200m e 4x100m), Tábata Vitorino (4x400m), Tatiele de Carvalho (10.000m), Vitória Rosa (200m e 4x100m), Nubia Aparecida Soares (salto triplo), Vanessa Spinola (heptatlo), Aldemir Gomes Junior (200m e 4x100m), Darlan Romani (arremesso do peso), Hederson Estefani (400m, 400m com barreiras e 4x400m), João Vitor de Oliveira (110m com barreiras), Ricardo Mário de Souza (4x100m), Talles Frederico (salto em altura) e Thiago do Rosário André (1500m)
Basquete:
Isabela Ramona, Tatiane Pacheco, Tainá Mayara da Paixao, Raul Togni Neto e Augusto Cesar Lima Brito
Futebol (Futsal nos Jogos Escolares):
Andressa Cavalari Machry e Thaisa de Moraes Rosa Moreno
Ginástica Rítmica:
Emanuelle Lima e Gabrielle Moraes
Handebol:
Jéssica Quintino, Samira Rocha, Tamires, Haniel Langaro, Henrique Selicani e João Pedro Silva
Judô:
Sarah Menezes, Erika Miranda, Mayra Aguiar, Charles Chibana e Victor Penalber
Natação:
Daiene Dias (100m borboleta), Etiene Medeiros (100m costas, 100m livre, 50m livre e 4x100m livre), Gabrielle Roncatto (4x200m livre), Natália de Luccas (4x100m medley), Jessica Cavalheiro (4x200m livre), Brandonn Almeida (400m medley e 1500m livre), Leonardo de Deus (200m costas e 200m borboleta), Luiz Altamir Melo (400m livre e 4x200m livre), Matheus Santana (4x100m livre) e Thiago Simon (200m peito)
Taekwondo:
Venilton Torres Teixeira
Tênis de Mesa:
Hugo Calderano
História dos Jogos Escolares
São 47 anos de história de incentivo à prática esportiva nas escolas do Brasil. A primeira competição de cunho escolar de abrangência nacional foram os Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs). Criada em 1969, pela antiga divisão de Educação Física e Desporto do Ministério da Educação e Cultura (DEF/MEC), a edição de estreia foi realizada na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.
Com o passar dos anos, o evento trocou de nome, mas continuou com a mesma proposta de inspirar novas gerações de atletas. O evento já foi chamado de Jogos Escolares Brasileiros, Campeonatos Escolares Brasileiros, Jogos da Juventude, Olimpíadas Colegial Esperança e Olimpíadas Escolares. Atualmente os estudantes brasileiros disputam os Jogos Escolares da Juventude.
Breno Barros - brasil2016.gov.br