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Tiro esportivo

23/04/2016 19h36

Tiro Esportivo

Dona de cinco medalhas olímpicas, Kimberly Rhode quer se divertir no Rio

Norte-americana foi superada neste sábado pela tailandesa Sutiya Jiewchaloemmit na final do skeet feminino do evento-teste, em Deodoro
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Kimberly Rhode durante o evento-teste do tiro esportivo, em Deodoro. Foto: CBTE
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Kimberly Rhode durante o evento-teste de tiro esportivo, em Deodoro. Foto: CBTE
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Pódio do skeet feminino: ouro para a tailandesa Sutiya Jiewchaloemmit e prata para a cinco vezes medalhista olímpica Kimberly Rhode. Foto: CBTE
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A tailandesa Sutiya Jiewchaloemmit celebra o ouro no skeet feminino. Foto: CBTE
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Kimberly Rhode durante o evento-teste do tiro esportivo, em Deodoro. Foto: Wagner Meier/CBTE
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A tailandesa Sutiya Jiewchaloemmit levou o ouro no skeet feminino. Foto: CBTE
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Evento-teste do tiro esportivo, em Deodoro. Foto: CBTE
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A tailandesa Sutiya Jiewchaloemmit levou o ouro na final do skeet feminino. Foto: CBTE
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Em Atlanta-1996, Atenas-2004 e Londres-2012, ela conquistou o ouro. Em Pequim-2008 foi a vez da prata e, em Sydney-2000, do bronze. Com as três posições do pódio já carimbadas ao longo de cinco edições olímpicas, Kimberly Rhode quer, é claro, mais um ouro no tiro esportivo no Rio de Janeiro. Contudo, o retrospecto dá margem a uma ambição ainda maior: aproveitar os Jogos Olímpicos para se divertir.

"Acho que todo atleta diria que a meta é ganhar o ouro. Estamos em busca da pontuação perfeita, que é o que sempre tentamos, mas ultimamente quero me divertir", explica a norte-americana. "Se me classificar para as Olimpíadas, terei meu marido e meu filho, que terá três anos na época, aqui comigo. Então quero ver as paisagens pelos olhos deles e pelos meus. Acho que, depois de cinco e talvez seis Olimpíadas, você pode ter essa habilidade de relaxar um pouco e aproveitar mais", pondera a atleta que, em 1996, aos 16 anos, se tornou a mais jovem campeã olímpica do tiro esportivo.

A recordação dos Jogos Olímpicos nos Estados Unidos é, ainda, a mais forte na memória de Kimberly. "A primeira é a que você mais lembra. Desfilar na cerimônia de abertura dos Jogos de Atlanta, quando eu tinha 16 anos, é algo difícil de ser batido para mim", ressalta a única norte-americana a conquistar medalhas individuais em cinco edições consecutivas das Olimpíadas. Além disso, Kimberly é ainda uma dos únicas três atletas, e a única mulher, a ganhar três ouros olímpicos no tiro esportivo, além do alemão Ralf Schumann e do sul-coreano Jin Jong-oh.

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Kimberly Rhode durante o evento-teste do tiro esportivo, em Deodoro. Foto: Wagner Meier/CBTE

Tempo perdido

Referência no tiro ao prato, a atleta competiu neste sábado (23.04) na Copa do Mundo de Tiro Esportivo, evento-teste da modalidade para os Jogos do Rio, no Centro Nacional de Tiro, em Deodoro. Ainda em busca da vaga pelos Estados Unidos, Kimberly tenta recuperar o tempo perdido nos últimos anos. "Estou trabalhando com nutricionista e preparador físico, tentando voltar ao auge que estava há dois ou três anos. Há muitas coisas que se passam por trás das cenas e que as pessoas não veem necessariamente. Estou animada, focando em uma competição por vez e me divertindo", analisa.

"Tive muitos problemas médicos nos últimos dois anos desde que tive meu filho. Meu marido também esteve no hospital algumas vezes, com diverticulite, e meu pai e técnico quebrou a perna logo antes de uma seletiva olímpica e Copa do Mundo. Em uma Copa do Mundo eu também acabei indo para o hospital", conta. "Saí apenas antes do meu avião partir e, quando cheguei em casa, ainda passei mais cinco dias internada. O ano de 2015 foi difícil. Estou me sentindo melhor, minhas pontuações estão melhorando e é para isso que tenho treinado", destaca. "Acho que isso tudo está me dizendo para ter paciência e apenas me concentrar em fazer o melhor que puder", acredita.

Medalha de prata

Neste sábado, Kimberly Rhode ficou com a prata no tiro ao prato (skeet) feminino. Depois de liderar a fase eliminatória e de ser a primeira garantida na disputa pelo ouro, a norte-americana empatou na decisão com a tailandesa Sutiya Jiewchaloemmit, ambas com o acerto de 15 pratos. No desempate, Sutiya atingiu oito pratos e, com um a mais do que a rival, levou seu primeiro ouro em uma edição de Copa do Mundo.

"Estive em outras finais e já ganhei a prata, mas hoje é o topo do pódio, então é uma sensação muito boa", comemora, principalmente por bater a atual campeã olímpica da prova. "Ela é uma grande campeã e uma lenda. Foi uma honra competir com ela hoje. Eu tento fazer o meu melhor como sempre. Hoje isso foi recompensado e espero continuar nesse caminho", deseja a tailandesa.

Após a premiação, Kimberly avaliou a estrutura do Centro Nacional de Tiro. "A instalação está muito boa. Há boas áreas para os atletas e um campo de tiro muito bonito, não posso reclamar de nada. Aqui me lembra o meu campo de tiro na Califórnia", aponta a atleta, que destaca ainda seu papel como mulher em uma modalidade frequentemente associada aos homens.

"A melhor coisa do nosso esporte é que não importa seu tamanho, sua força, se você é homem ou mulher. Estamos competindo em um campo de igualdade", afirma. "Antes as mulheres competiam com os homens. Preciso admitir que é divertido ganhar deles de vez em quando", brinca.

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Julio Almeida confirmou a vaga olímpica. Foto: Miriam Jeske/ brasil2016.gov.br

Vaga olímpica

O tiro esportivo brasileiro tinha, até este sábado (23), apenas mais uma vaga em aberto para os Jogos Olímpicos. A decisão seria entre Julio Almeida (pistola) e Bruno Heck (carabina), que, até o evento-teste, tinham a mesma pontuação no ranking da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE). Assim, a convocação seria definida a partir dos pontos adquiridos no Rio de Janeiro.

Nesta semana, Julio Almeida terminou em 26º na pistola de ar 10m e em 30º na de 50m. Bruno Heck precisaria garantir neste sábado uma vaga para a classificatória de domingo (24), em que ainda teria a missão de terminar, no mínimo, em nono lugar para superar a pontuação do compatriota. Heck, contudo, terminou em 30º lugar entre os 39 atletas do primeiro grupo, não avançando na disputa.

Os outros brasileiros já garantidos nos Jogos são: Cassio Rippel (carabina deitado), Felipe Wu (pistola de ar); Daniela Carraro (tiro ao prato), Janice Teixeira (tiro ao prato), Renato Portella (tiro ao prato), Roberto Schmits (tiro ao prato), Emerson Duarte (pistola) e Rosane Budag (carabina).

O dia do Brasil

Também na carabina 50m três posições, Leonardo Moreira e Cassio Rippel ficaram em 35º e 37º, respectivamente, no segundo grupo das eliminatórias, e não disputam a classificatória e a final neste domingo. No skeet feminino, mesma prova de Kimberly Rhode, as brasileiras Georgia Furquim (26º lugar) e Daniele Gedeon (28º) também não se classificaram. Já no skeet masculino, André Serafini terminou em 62º e José Carlos Vendrusculo, em 63º.

Na pistola rápida de 25m, Emerson Duarte havia somado 286 pontos na primeira etapa da fase eliminatória, na última sexta, quando terminou com a 23a colocação. Neste sábado, o brasileiro disputou a segunda etapa e somou 287 pontos, finalizando em 24º lugar e sem uma vaga na final. Na decisão, vitória para o russo Alexei Klimov, com 35 pontos. A prata ficou com o norte-americano Keith Sanderson (31 pontos), e o bronze, com o francês Jean Quiquampoix (26).

O último dia da Copa do Mundo em Deodoro terá as disputas do skeet masculino e da carabina 50m três posições, ambas tanto na fase classificatória quanto na final.

Provas em disputa neste domingo (24.04)

9h – 13h55: Tiro ao prato (Skeet) masculino (classificatória)
9h – 11h45: Carabina 50m três posições (classificatória)
13h: Carabina 50m três posições (final)
15h30: Tiro ao prato (Skeet) masculino (final)

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br