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Judô

13/08/2016 17h07

Judô

Depois do bronze, Rafael Silva quer um tempo para descansar

Peso pesado brasileiro não descartou a possibilidade de voltar a enfrentar o francês Teddy Riner, a quem chamou, com bom humor, de ‘uma pequena pedra do sapato’

Um dia especial, que para felicidade do judoca Rafael Silva, parece não terminar. Menos de 24 horas após a conquista da segunda medalha olímpica de bronze na carreira, Baby praticamente não havia dormido, foram três horas de sono. “A gente fica agitado, não tem como ser diferente com tanta adrenalina e emoção. Depois da minha medalha fui chegar à Vila Olímpica mais de duas da manhã, mas estou feliz, mesmo sem ter dormido direito”, revelou o atleta durante evento no Espaço Time Brasil, na Barra da Tijuca. 

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Baby agora acumula dois bronzes olímpico na categoria dos pesados. Foto: Francisco Medeiros/ME

O drama da lesão que o judoca precisou enfrentar para estar no Rio 2016 não foi simples e ele reconhece esse bronze como um verdadeiro capítulo de superação em sua história. “Me lesionei em julho de 2015, às vésperas do Pan de Toronto. Foi um período de muita dúvida sobre se eu conseguiria continuar, mas também de esperança. Aos poucos fui conseguindo bons resultados, me tratando e vendo que tinha chance de estar nas Olimpíadas” diz o atleta, que compete na categoria acima de 100kg, ressaltando, ainda, que disputar os Jogos Olímpicos no Brasil teve um sabor especial. “Lutar em casa é uma energia completamente diferente. A torcida, a família, os amigos acompanhando de perto. Acho que essa força me empurrou muito lá dentro”. 

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Guia de Atletas e Modalidades Olímpicas do Ministério do Esporte (disponível em versão digital – PDF)

Baby vinha se preparando para vencer o algoz Teddy Riner, mas o francês, medalhista de ouro no Rio 2016, segue invicto desde 2010. “Eu tenho uma pequena pedra no sapato chamada Teddy Riner, mas, na verdade, para mim é um privilégio fazer parte da geração desse cara. Ele é bicampeão olímpico, não perde desde 2010 e olha que eu tento atrapalhar a vida dele”, conta Rafael Silva.

“Acho que fiz uma boa luta, apesar de não ter ganhado. Cada vez mais a categoria vem se revolucionando também por conta do Teddy. Ele conseguiu deixar a categoria mais rápida, dinâmica e competitiva. Tá todo mundo aí tentando ganhar dele. E agora vamos ver se o Teddy vai sobreviver até 2020 sem perder”, acrescentou sorridente o judoca brasileiro.

Rafaela  e Rafael

Com a lição de casa feita e a medalha de bronze na bagagem, Baby quer tirar alguns dias de férias para relaxar e depois já começar a pensar no próximo ciclo. “Preciso descansar um pouco. Este ano foi conturbado, com muitas competições. Então quero parar, colocar a cabeça no travesseiro, relaxar, ver onde acertei e onde errei. Depois já ir pensando também no mundial da Hungria que será no ano que vem. E assim vou vivenciando ano a ano até chegar em Tóquio 2020. Mas quero fazer uma coisa de cada vez. Neste momento vou realmente viajar para descansar”, disse o judoca. 

"Quero parar, colocar a cabeça no travesseiro, relaxar, ver onde acertei e onde errei. Depois já ir pensando no mundial da Hungria de 2017. E assim vou ano a ano até chegar em Tóquio 2020"
Rafael Silva

Para o judoca, um dos diferenciais da preparação neste ciclo foi o aumento do investimento na modalidade, por meio de convênios, patrocínios e de incentivos individuais. “A Bolsa Pódio contribuiu muito para a minha preparação. O esporte de alto rendimento é caro. Gastamos com despesas de viagens, equipamentos. E esse suporte é fundamental para que o atleta tenha a possibilidade de só se preocupar em treinar para conseguir o seu melhor desempenho. A expectativa, não só minha, como de todos os atletas, é de que esse incentivo continue, porque ações desse tipo são fundamentais para o desenvolvimento do esporte no País”, disse.    

Além de Baby, outros dois representantes do judô estavam presentes: a medalhista de ouro Rafaela Silva e o gestor técnico de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô, Ney Wilson. “Nós tivemos uma preparação melhor do que o desempenho. Apesar da expectativa, a gente sabe que a nossa equipe fez o melhor. Saio daqui com o dever cumprido e entendo que cada atleta deu o seu máximo”, avaliou Ney Wilson, contando, ainda sem muitos detalhes, que mudanças podem ocorrer na CBJ visando a melhoria do esporte. 

Valéria Barbarotto, brasil2016.gov.br