Canoagem
CANOAGEM SLALOM
De países sem tradição na canoagem, jovens têm a oportunidade de viver com os melhores do Mundo do Rio
Jovens atletas de diferentes países estão no Rio de Janeiro para observar, trocar conhecimento e disputar o Campeonato Mundial de Canoagem Slalom em um dos palcos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no Parque Radical, em Deodoro. São dez atletas que vieram de países, como Senegal, Finlândia, Chile, Sérvia e Bósnia – nações que não têm tradição na canoagem slalom.
Os canoístas vieram ao Brasil a convite do Programa de Identificação de Talentos da Federação Internacional de Canoagem (ICF, na sigla em inglês). Proporcionar intercâmbio, conviver durante uma semana com os melhores atletas do mundo e observar as diferentes provas da modalidade em alto nível são as ações garantidas pela entidade internacional para fomentar a canoagem no maior número de países, além de aumentar a quantidade de praticantes do esporte pelo mundo.
O projeto inovador conta com um brasileiro. Aos 33 anos, João Vitor, ex-atleta da Seleção Brasileira, é um dos três técnicos que apoiam os jovens do programa nas corredeiras de Deodoro. Ele orienta, dá dicas e instruções para suscitar a paixão do esporte nos jovens.
“Estamos dando suporte na parte técnica aqui no Mundial. A gente tem colhido muitos frutos. Identificamos países que participaram do projeto e foram disputar os Jogos Olímpicos. Os atletas da América Latina estão evoluindo muito dentro do esporte, com grandes destaques e evolução dos resultados nos últimos mundiais”, explicou João Vitor.
O programa conta também com um técnico alemão e outro francês garantindo o suporte no Mundial. “A nossa ideia é que esses atletas voltem aos seus países e desenvolvam a modalidade lá. Essa ação vai deixar um legado porque eles vão voltar para casa com a missão de dar suporte para quem está começando na canoagem slalom. Depois, vamos monitorá-los”, revelou.
O Programa de Identificação de Talentos da Federação Internacional é replicado também nas etapas das copas do mundo e nos diferentes campeonatos mundiais de base, como júnior e sub-23. “Tem muitos países do Leste Europeu que têm tradição em outras provas da canoagem, como na velocidade, e não têm na slalom. Aqui, inserimos eles na slalom para começar a despertar o interesse pelo esporte”, completou.
João Vitor foi atleta da Seleção Brasileira de 2002 a 2014. Para o técnico, a evolução que é percebida no cenário internacional é mais evidente no Brasil. “Vi a evolução do Brasil nos últimos anos. Tivemos muito mais investimento, o acesso aos equipamentos ficou mais fácil, além de ter dois canais artificiais para treinar. Em 2006, quando a pista de canoagem slalom foi inaugurada em Foz do Iguaçu, significou um salto de qualidade para a nossa canoagem. Antes, treinávamos só em rio natural e ficávamos na desvantagem, pois as provas internacionais são geralmente em canais artificiais. Quando os atletas passaram a treinar em Foz, a evolução foi notório o crescimento, aprendemos muito mais, aumentou a qualidade dos atletas, mais clubes passaram a oferecer a modalidade e o esporte ficou mais competitivo”, relembra.
Breno Barros, do Rio de Janeiro – rededoesporte.gov.br