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Atletismo

25/08/2019 01h20

Lima 2019

Thiago Paulino quebra recorde mundial pela terceira vez e leva ouro no Parapan

Brasil encerrou o primeiro dia de competições com 40 medalhas, sendo 11 de ouro, 10 de prata e 19 de bronze

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Após queimar quase todos os arremessos durante o Mundial de Doha de 2015 e ter uma participação frustrante nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro, Thiago Paulino pensou em abandonar o esporte. Três anos depois, o paulista de Orlândia saiu da posição de coadjuvante para se tornar alvo dos adversários no atletismo paralímpico. Neste sábado (24.08), ele fez uma prova perfeita, alcançou a marca de 15,26 metros, bateu o recorde mundial pela terceira vez consecutiva e conquistou o ouro no arremesso de peso nos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019, no Peru. O Brasil encerrou o primeiro dia de provas de atletismo com 12 medalhas: quatro ouros, três pratas e cinco bronzes.

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Foto: Daniel Zappe/EXEMPLUS/CPB.

Thiago Paulino sofreu um acidente de moto em 2010 e teve que amputar a perna esquerda abaixo do joelho. Um dia depois de ter sobrevivido à batida, soube que seria pai. Depois de receber a notícia, buscou se reinventar. Ainda no hospital se recuperando do acidente, conheceu o atletismo paralímpico por meio de um amigo. "Saí do hospital e seis meses depois já estava fazendo os primeiros arremessos. Em 2013 me profissionalizei e quebrei o primeiro recorde brasileiro. Foi tudo rápido", recorda.

"O atletismo virou o meu trabalho. Não me imagino fazendo outra coisa. A maior renda que a gente tem hoje no esporte é a Bolsa Atleta. Sou Bolsa Pódio e recebo o teto da iniciativa, o que garante uma tranquilidade para morar em São Paulo"
Thiago Paulino

O paulista é atualmente o único atleta paralímpico do mundo a arremessar acima de 15 metros. Em Lima, precisou de somente três tentativas, em seis, para conquistar o título continental. O novo recorde foi garantido com a marca de 15,26 metros, na classe F57. As melhores marcas anteriores de Thiago eram 15,00m e 15,11m. A medalha de prata ficou com o brasileiro Claudinei Batista (classe F56), com 11,55m. O argentino Pablo Damian (F57) completou o pódio, com 12,38m (mesmo com a marca superior em relação a Claudinei, Pablo ficou com o bronze por conta da classificação funcional).

"Passei a me dedicar totalmente ao arremesso de peso depois das Paralimpíadas do Rio de Janeiro. Sou recordista mundial também na prova de disco, mas deixei de lado para focar no peso. É a terceira vez que quebro o recorde mundial neste ano e a confiança aumentou aqui em Lima para conquistar um pódio inédito na Paralimpíada de Tóquio 2020", projetou o atleta, que recebe o benefício do programa Bolsa Pódio da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

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Foto: Daniel Zappe/EXEMPLUS/CPB

Atualmente, Thiago Paulino vive do atletismo paralímpico. Com os recursos do governo, o tempo do paulista é dividido entre treinos e competições. "O atletismo virou o meu trabalho. Não me imagino fazendo outra coisa. A maior renda que a gente tem hoje no esporte é a Bolsa Atleta. Sou Bolsa Pódio e recebo o teto do programa, o que garante uma tranquilidade para morar em São Paulo e manter a minha família na cidade de Orlândia, no interior paulista", disse.

Mais pódios brasileiros

O Brasil encerrou o primeiro dia de provas do atletismo com 12 medalhas. A primeira do país no Estádio de Videna saiu das mãos de Izabela Campos (F11), no lançamento de disco. A mineira de 38 anos conquistou o ouro com a marca de 35,32 metros. A prata ficou com a colombiana Yesenia Maria, com 35.12m, e a argentina Florencia Belen completou o pódio, com 28.54m.

"Estou com o sentimento de que todo o esforço valeu a pena. Estou feliz com a medalha. É gratificante, pois a gente treina todo dia, abre mão de muitas coisas para representar o país. Essa medalha foi lutada a cada lançamento", agradeceu.

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Foto: Ale Cabral/CPB

Izabela começou no esporte aos 23 anos, correndo as provas de fundo: 5.000m, 1.500m e 800m. Ela foi vítima de sarampo aos seis anos, quando perdeu a visão de forma progressiva até não enxergar mais aos 15. Na última edição do Parapan, em 2015, conquistou a medalha de ouro no lançamento de disco e a prata no arremesso de peso. "Eu brinco que amo o disco, sou apaixonada pelo peso e gosto do dardo", brinca a atleta, que ainda vai disputar as provas de arremesso de peso e lançamento de dardo.

A delegação brasileira também ouviu o hino nacional com Elizabeth Rodrigues (F52), em outra prova de lançamento de disco, e com Jerusa dos Santos (T11), nos 200m. As medalhas de prata foram conquistadas por Claudinei Batista (F55/56), arremesso de peso, João Vitor Texeira (F37), lançamento de disco, e Vitoria Thalita (T11), nos 200m. As cinco medalhas de bronze vieram com Fabio da Silva (T35), nos 200m, Francisco Ortega (T13), nos 5.000m, Jair Henrique (F40), no arremesso de peso, Lorena Salvatini (T11), nos 200m, e Viviane Soares (T12), nos 200m.

Infográfico - Jogos Parapan-Americanos Lima 2019

Breno Barros, de Lima, no Peru – rededoesporte.gov.br