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Atletismo

14/12/2020 10h13

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Darlan Romani conquista nona vitória seguida no Troféu Brasil

Além do atleta do arremesso do peso, outros destaques da competição foram Caio Bonfim na marcha, Alexsandro Melo no salto triplo, além de Lucas da Silva e Ana de Azevedo, nos 200m

O catarinense Darlan Romani (Pinheiros) conquistou na manhã deste domingo (13.12) a nona vitória consecutiva no arremesso do peso do Troféu Brasil de Atletismo, disputado no estádio do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo. A competição deste ano foi totalmente diferente, mas marcou a adaptação aos novos tempos provocados pela pandemia da COVID-19.

Darlan Romani: top cinco do mundo. Foto: Wagner Carmo/CBAt

Melhor atleta brasileiro nas últimas duas temporadas, Darlan venceu com a marca de 21,11m, seu melhor resultado da temporada e líder no Ranking Sul-Americano 2020. “Tinha uma expectativa melhor, mas tudo bem. Estou melhorando a cada prova”, comentou o catarinense, candidato a medalha na Olimpíada de Tóquio. “Agora vou conversar com o meu treinador (o cubano Justo Navarro) para definir a programação para o ano que vem”, lembrou Darlan, campeão sul-americano, pan-americano e Mundial Militar. Welington Silva Morais (Pinheiros) terminou em segundo lugar, com 19,43m, seguido de William Braido (Orcampi), com 19,23m.

O paranaense Alexsandro Melo (CT Maranhão) venceu o salto triplo, com 16,48m, a melhor marca da temporada. Campeão também do salto em distância, Bolt, como é conhecido no meio atlético, comemorou o bom desempenho no Troféu Brasil. “Sou o quarto atleta na história a vencer as duas provas na mesma competição”, disse, referindo-se a João Carlos de Oliveira, Jadel Gregório e João Muniz, seus antecessores. “Fiquei feliz e, apesar dos pesares causados pela pandemia, continuo buscando objetivos altos. Quero permanecer saudável e me preparar da melhor forma possível para a Olimpíada”, completou Bolt, qualificado no salto triplo.

Nos 1.500m, Thiago André (Balneário Camboriú) foi o vencedor, com 3min39s24. Campeão também dos 800m, o corredor fluminense queria bater o recorde de Joaquim Cruz na competição (3min37s53). “Saí na frente desde a largada e é muito difícil correr sozinho, ainda mais desgastado pela prova dos 800m”, disse o recordista sul-americano da prova em pista coberta. “Fui contra o relógio, mas estou feliz com dois ouros.” Guilherme Kurtz (APA-RS) ficou com a medalha de prata, com 3min46s19, e Leandro Alves Prates (ARPA) levou o bronze, com 3min46s53, ambos recordes pessoais.

Lucas da Silva Carvalho (FECAM/ASSERCAM) surpreendeu ao vencer os 200m, com 20s40. Campeão dos 400m, Lucas melhorou o recorde pessoal (20s81) e pela primeira vez se classificou para uma final da prova. “Fiz uma prova forte e fiquei surpreso também. Não esperava baixar tanto o tempo”, disse Lucas, que garantiu a vitória na linha de chegada e a liderança no Ranking Sul-Americano de 2020. Aldemir Gomes Junior (Pinheiros), pentacampeão dos 200m, ficou com a prata, com 20s41, seguido de Paulo André Camilo de Oliveira (Pinheiros), com 20s52.

Na prova feminina, Ana Carolina de Azevedo (Orcampi), que havia perdido os 100m por milésimos de segundo, garantiu o primeiro título individual do Troféu Brasil, com 23s01. “Estou feliz porque adoro os 200m e só tinha sido segundo e terceiro. Gostei da prova e agora vou para o Brasileiro Sub-23”, lembrou, referindo-se à competição que será disputada quinta (17.12) e sexta-feira (18.12), em Bragança Paulista (SP). Vitória Rosa (Pinheiros), campeã dos 100m, foi a vice-campeã, com 23s06, e Gabriela Mourão (Futuro Olímpico Arnaldo de Oliveira), ficou em terceiro lugar, com 23s73.

Em função dos protocolos sanitários em virtude da pandemia da COVID-19, não foi permitida a presença do público no estádio. Além disso, diversos outros protocolos de saúde foram tomados como o uso obrigatório de máscaras, a disponibilização de álcool em gel, e o distanciamento na câmara de chamada e no pódio, por exemplo.

Caio Bonfim: oito títulos de Troféu Brasil. Foto: Wagner Carmo/CBAt

Favoritismo confirmado na marcha

Caio Bonfim (CASO) e Érica Sena (Pinheiros), ambos qualificados para os Jogos de Tóquio-2021, confirmaram o favoritismo e venceram as provas dos 20km da marcha atlética no Troféu Brasil de Atletismo 2020. Caio completou as 50 voltas na pista em 1h23min05s46 e ficou feliz por vencer pela oitava vez o título da principal competição interclubes da América Latina. “É sempre um prazer grande participar do Troféu Brasil. A prova mudou da rua para a pista, mas temos de ter bom senso e entender que estamos numa pandemia”, lembrou o marchador, que é recordista brasileiro da especialidade, com 1h20min58s5, desde 2011.

“Estou nos treinamentos de base para 2021, mas ainda competitivo. Fiquei feliz de correr na casa de 1h23min. Acho que o meu resultado e o do Matheus foram bons para esta época do ano”, comentou o campeão, referindo-se a Matheus Gabriel de Liz Correa (AABLU), segundo colocado com 1h23min57s50. Paulo Henrique Ribeiro (PM Colombo) ficou com a medalha de bronze, com 1:33:04.

Matheus, tetracampeão brasileiro sub-20, disse que manteve o ritmo de prova solicitado pelo técnico Ivo da Silva. “Sabia que o Caio também ia fazer a prova dele e tentei acompanhá-lo. O Caio é um espelho, uma referência para toda uma geração de atletas mais jovens, além de meu amigo”, comentou. “O foco é manter o treinamento forte e, mesmo num período ainda de incertezas por causa da pandemia, pensar no índice olímpico e na soma de pontos para o ranking para os Jogos”.

Érica Sena também lembrou o “carinho especial” que sente pelo Troféu Brasil. “É uma competição que faço questão de participar sempre”, disse a atleta, que mora em Cuenca, no Equador, e veio especialmente para São Paulo para lutar por sua sétima vitória na prova. “Vim de coração aberto, mas a pista é desgastante. Agora é retomar a preparação para a temporada 2021.”

Quarta colocada nos Mundiais de Londres-2017 e de Doha-2019, Érica lamentou as dificuldades deste ano. “Comecei muito bem, ganhei a Copa Brasil de Marcha. Estava animada para a Olimpíada, mas de repente tudo parou. Recomecei de verdade no Camping da Missão Europa, em Portugal. Ainda pude fazer os 20km em Podebrady, na República Tcheca, onde fui vice-campeã”, lembrou Érica, que obteve o tempo de 1h29min14s, marca que lhe garantiu a liderança do Ranking Sul-Americano de 2020.

Fonte: Confederação Brasileira de Atletismo