Atletismo
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Darlan Romani conquista nona vitória seguida no Troféu Brasil
O catarinense Darlan Romani (Pinheiros) conquistou na manhã deste domingo (13.12) a nona vitória consecutiva no arremesso do peso do Troféu Brasil de Atletismo, disputado no estádio do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo. A competição deste ano foi totalmente diferente, mas marcou a adaptação aos novos tempos provocados pela pandemia da COVID-19.
Melhor atleta brasileiro nas últimas duas temporadas, Darlan venceu com a marca de 21,11m, seu melhor resultado da temporada e líder no Ranking Sul-Americano 2020. “Tinha uma expectativa melhor, mas tudo bem. Estou melhorando a cada prova”, comentou o catarinense, candidato a medalha na Olimpíada de Tóquio. “Agora vou conversar com o meu treinador (o cubano Justo Navarro) para definir a programação para o ano que vem”, lembrou Darlan, campeão sul-americano, pan-americano e Mundial Militar. Welington Silva Morais (Pinheiros) terminou em segundo lugar, com 19,43m, seguido de William Braido (Orcampi), com 19,23m.
O paranaense Alexsandro Melo (CT Maranhão) venceu o salto triplo, com 16,48m, a melhor marca da temporada. Campeão também do salto em distância, Bolt, como é conhecido no meio atlético, comemorou o bom desempenho no Troféu Brasil. “Sou o quarto atleta na história a vencer as duas provas na mesma competição”, disse, referindo-se a João Carlos de Oliveira, Jadel Gregório e João Muniz, seus antecessores. “Fiquei feliz e, apesar dos pesares causados pela pandemia, continuo buscando objetivos altos. Quero permanecer saudável e me preparar da melhor forma possível para a Olimpíada”, completou Bolt, qualificado no salto triplo.
Nos 1.500m, Thiago André (Balneário Camboriú) foi o vencedor, com 3min39s24. Campeão também dos 800m, o corredor fluminense queria bater o recorde de Joaquim Cruz na competição (3min37s53). “Saí na frente desde a largada e é muito difícil correr sozinho, ainda mais desgastado pela prova dos 800m”, disse o recordista sul-americano da prova em pista coberta. “Fui contra o relógio, mas estou feliz com dois ouros.” Guilherme Kurtz (APA-RS) ficou com a medalha de prata, com 3min46s19, e Leandro Alves Prates (ARPA) levou o bronze, com 3min46s53, ambos recordes pessoais.
Lucas da Silva Carvalho (FECAM/ASSERCAM) surpreendeu ao vencer os 200m, com 20s40. Campeão dos 400m, Lucas melhorou o recorde pessoal (20s81) e pela primeira vez se classificou para uma final da prova. “Fiz uma prova forte e fiquei surpreso também. Não esperava baixar tanto o tempo”, disse Lucas, que garantiu a vitória na linha de chegada e a liderança no Ranking Sul-Americano de 2020. Aldemir Gomes Junior (Pinheiros), pentacampeão dos 200m, ficou com a prata, com 20s41, seguido de Paulo André Camilo de Oliveira (Pinheiros), com 20s52.
Na prova feminina, Ana Carolina de Azevedo (Orcampi), que havia perdido os 100m por milésimos de segundo, garantiu o primeiro título individual do Troféu Brasil, com 23s01. “Estou feliz porque adoro os 200m e só tinha sido segundo e terceiro. Gostei da prova e agora vou para o Brasileiro Sub-23”, lembrou, referindo-se à competição que será disputada quinta (17.12) e sexta-feira (18.12), em Bragança Paulista (SP). Vitória Rosa (Pinheiros), campeã dos 100m, foi a vice-campeã, com 23s06, e Gabriela Mourão (Futuro Olímpico Arnaldo de Oliveira), ficou em terceiro lugar, com 23s73.
Em função dos protocolos sanitários em virtude da pandemia da COVID-19, não foi permitida a presença do público no estádio. Além disso, diversos outros protocolos de saúde foram tomados como o uso obrigatório de máscaras, a disponibilização de álcool em gel, e o distanciamento na câmara de chamada e no pódio, por exemplo.
Favoritismo confirmado na marcha
Caio Bonfim (CASO) e Érica Sena (Pinheiros), ambos qualificados para os Jogos de Tóquio-2021, confirmaram o favoritismo e venceram as provas dos 20km da marcha atlética no Troféu Brasil de Atletismo 2020. Caio completou as 50 voltas na pista em 1h23min05s46 e ficou feliz por vencer pela oitava vez o título da principal competição interclubes da América Latina. “É sempre um prazer grande participar do Troféu Brasil. A prova mudou da rua para a pista, mas temos de ter bom senso e entender que estamos numa pandemia”, lembrou o marchador, que é recordista brasileiro da especialidade, com 1h20min58s5, desde 2011.
“Estou nos treinamentos de base para 2021, mas ainda competitivo. Fiquei feliz de correr na casa de 1h23min. Acho que o meu resultado e o do Matheus foram bons para esta época do ano”, comentou o campeão, referindo-se a Matheus Gabriel de Liz Correa (AABLU), segundo colocado com 1h23min57s50. Paulo Henrique Ribeiro (PM Colombo) ficou com a medalha de bronze, com 1:33:04.
Matheus, tetracampeão brasileiro sub-20, disse que manteve o ritmo de prova solicitado pelo técnico Ivo da Silva. “Sabia que o Caio também ia fazer a prova dele e tentei acompanhá-lo. O Caio é um espelho, uma referência para toda uma geração de atletas mais jovens, além de meu amigo”, comentou. “O foco é manter o treinamento forte e, mesmo num período ainda de incertezas por causa da pandemia, pensar no índice olímpico e na soma de pontos para o ranking para os Jogos”.
Érica Sena também lembrou o “carinho especial” que sente pelo Troféu Brasil. “É uma competição que faço questão de participar sempre”, disse a atleta, que mora em Cuenca, no Equador, e veio especialmente para São Paulo para lutar por sua sétima vitória na prova. “Vim de coração aberto, mas a pista é desgastante. Agora é retomar a preparação para a temporada 2021.”
Quarta colocada nos Mundiais de Londres-2017 e de Doha-2019, Érica lamentou as dificuldades deste ano. “Comecei muito bem, ganhei a Copa Brasil de Marcha. Estava animada para a Olimpíada, mas de repente tudo parou. Recomecei de verdade no Camping da Missão Europa, em Portugal. Ainda pude fazer os 20km em Podebrady, na República Tcheca, onde fui vice-campeã”, lembrou Érica, que obteve o tempo de 1h29min14s, marca que lhe garantiu a liderança do Ranking Sul-Americano de 2020.
Fonte: Confederação Brasileira de Atletismo