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Lutas

31/01/2016 18h31

Evento-teste

Atletas e dirigentes da luta olímpica aprovam Arena Carioca 1 e apontam ajustes

Confederação Brasileira de Wrestling sugere algumas mudanças de posicionamento e fluxos para o período dos Jogos. Brasil termina a competição com três bronzes

A Arena Carioca 1 passou pela terceira avaliação e, mais uma vez, agradou os atletas. Depois do basquete e do halterofilismo, neste fim de semana foi a vez do “Lady's Open” de luta olímpica testar a área de competição, o sistema de resultados e o trabalho dos voluntários. Após passar pelos três tapetes montados na arena, lutadoras brasileiras e estrangeiras aprovaram da experiência.

“Adorei. A estrutura está do jeito que eu esperava. Você ainda vê obra para todo lado, mas gostei do local, fico feliz em saber que o Brasil vai ter ginásios e arenas desta qualidade para competições futuras.  Os voluntários engrandecem o evento, não te deixam ficar perdida, nos fazem sentir nos Jogos”, disse Aline Silva.

A brasileira ficou com o bronze na categoria até 75kg, com a desistência da chinesa Qian Zhou. Mais cedo, Aline travou uma luta dura com a algoz norte-americana Adeline Gray, mas perdeu por 2 a 0. Gray é atual bicampeã mundial, tendo derrotado a brasileira na final de 2014 e na semifinal de 2015. Ela faturou também o evento-teste ao vencer a canadense Erica Wiebe por 7 a 4. A norte-americana se encantou com o Brasil nesta que é a primeira viagem dela à América do Sul e gostou muito da Arena 1, apesar de lamentar o fato de a competição não ter sido realizada na Arena Carioca 2, sede da luta olímpica no Rio 2016.

“Eu gostaria que tivesse sido na outra arena, infelizmente não está pronta ainda, espero ver a minha arena pronta logo, mas aqui é tudo similar ao que teremos. Estou super animada de ver, de sentir a energia, conhecer os caminhos, pra nós é bom ter um gostinho do que vai ocorrer. Os assentos são lindos, com cores diferentes. Gostei da configuração. Os voluntários estão fazendo um excelente trabalho”, afirmou Gray.

“Eu gostei muito da arena. É ótimo poder ter o evento-teste para conhecer o que está sendo feito, um ensaio antes dos Jogos. Estou orgulhosa de estar aqui”, acrescentou a também norte-americana e bronze na categoria até 53kg, Alyssa Lampe.



Área de aquecimento

Além da medalha de Aline Silva, o Brasil conquistou mais dois bronzes no Lady's Open: um com Lais Nunes (até 63kg), neste domingo (31.01), e outro com Susana Santos (até 48kg), no sábado (30.01). Para Susana, a medalha representa a volta por cima após ter ficado sem a titularidade na categoria por um ano. A atleta de 33 anos comemorou o resultado e se encantou com a estrutura olímpica, mas fez uma observação sobre a área de aquecimento.

A única coisa é que o atleta anda muito da área de aquecimento até a área de competição. E pode esfriar. Mas é muito legal a atenção dos médicos, das pessoas, os voluntários, a organização, eles não deixam passar nada. As cadeiras chamam atenção, estão coloridas”, disse.

O diretor de Gestão de Instalações do Comitê Rio 2016, Gustavo Nascimento, explicou que a configuração será diferente no chamado “Games Time”. “Não há quase nenhuma diferença entre as Arenas 1 e 2. São 16 mil pessoas aqui e 10 mil lá, mas a dinâmica da operação é muito parecida. O que a gente precisa testar, que é a área de competição, não muda muito. Mas a área de aquecimento não vai ser assim nos Jogos. São as adaptações que têm que ser feitas para testar e temos que respeitar limitações dos nossos recursos. As distâncias serão encurtadas. O aquecimento será feito em uma tenda temporária bem próxima da área de competição da Arena 2”, afirmou.

Outros ajustes

Chefe da equipe brasileira e superintendente da Confederação Brasileira de Wrestling, Roberto Leitão avaliou como positivo o teste da área de competição. O dirigente, entretanto, criticou a falta de alguns protocolos de formato olímpico no evento-teste  e levantou alguns pontos de ajuste para agosto.

“O maior objetivo do teste aqui era a arena e, quanto a isso, acho que foi bem. Mas faltou a plataforma de premiação como será nos Jogos. A questão da credencial também influencia no trânsito das pessoas, é preciso ter uma segurança rígida. O som tem de melhorar, estava alto demais. Os treinadores estavam falando isso, porque atrapalha. E é ruim o acesso dos chefes de equipe, médicos e atletas que não estão competindo às arquibancadas. Se ocorre alguma coisa de emergência, são cinco minutos para entrar. Mas o evento-teste tem que ter falha. Se não fosse isso, não teria sentido mesmo”, detalhou.

Ao tomar conhecimento das observações feitas por Roberto Leitão, o diretor de Gestão de Instalações disse que o feedback é essencial para que algumas mudanças sejam feitas para agosto, mas ponderou que áreas que não estão sendo testadas agora não seriam mesmo no formato olímpico, até por uma questão financeira.

“Os fluxos da arquibancada não são os mesmos dos Jogos. Esse não é o foco do teste. Mas todos os feedbacks são importantes. A gente avalia com critério e negocia.  Ajustar o áudio é importante para a gente. Áudio, sistema de iluminação, posição de árbitro, o pessoal de mesa da arbitragem, tudo isso a gente quer saber e precisa ouvir para melhorar. Cada Federação quer o melhor para si, mas alguns testes a gente não faz mesmo, até por questão de eficiência de recursos”, explicou Gustavo Nascimento.

Após três testes na Arena, o Comitê Rio 2016 está satisfeito. “O feedback é excepcional. A Arena é muito bonita, não tem tido problema técnico. Detalhe sempre tem, tem testes finais de sistema elétrico, de tecnologia, pontos de rádio. Mas a gente quer construir nossa relação com cada Federação Internacional, e aí o teste com árbitro e voluntários varia em cada esporte”, disse Gustavo.

Para o secretário executivo do Ministério do Esporte, a Arena Carioca 1 está superando as expectativas.  “Já é o terceiro evento-teste que ocorre aqui e estamos ouvindo muitos elogios dos atletas de todas as modalidades. A Arena tem uma condição de climatização única, que traz o conforto, que faz com que os atletas não tenham um desgaste excessivo e isso faz diferença no alto rendimento”, disse Marcos Jorge, mencionando um investimento específico do governo federal nas instalações permanentes do Parque Olímpico, que são R$58,5 milhões voltados para climatização das três Arenas Cariocas , do Centro Olímpico de Tênis e do Velódromo.

Carol Delmazo, brasil2016.gov.br