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Geral

02/02/2016 13h38

Saúde

Comitê Rio 2016 e governos trabalham em conjunto na prevenção do vírus Zika

Atletas estão recebendo orientações via Comitê Olímpico Internacional. Ministério da Saúde reforça que não há recomendação da OMS para evitar viagens ao Brasil

Vírus Zika é tema de encontro com a imprensa a pouco mais de seis meses para os Jogos Rio 2016 Foto: Carol Delmazo/brasil2016.gov.br

O Comitê Organizador dos Jogos e órgãos públicos de saúde reforçaram, em encontro com a imprensa nesta terça-feira (02.02), que ações de prevenção estão sendo realizadas para erradicar criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, do vírus Zika e da chikungunya, e diminuir o risco de infecção durante os Jogos Rio 2016. O Comitê Organizador também informou que os Comitês Olímpicos Nacionais estão recebendo orientações por meio do Comitê Olímpico Internacional (COI).

“Algumas medidas preventivas vêm sendo recomendadas aos Comitês Olímpicos Nacionais pelo COI. É importante dizer que alguns dos apartamentos da Vila dos Atletas terão ar condicionado e é importante manter janelas fechadas e isso pode ser uma dessas medidas. O mais importante são ações preventivas e efetivas que o Comitê já vem tomando junto com os órgãos de saúde para erradicação dos criadores de mosquito e a vigilância permanente das possíveis áreas onde o mosquito possa se desenvolver. A nossa expectativa é que em julho e agosto a infestação de Aedes caia drasticamente. A recomendação do COI e do Comitê Organizador aos comitês nacionais é o uso de vestuário apropriado e, se for o caso, o  uso dos repelentes”, explicou o diretor de Serviços Médicos do Comitê, João Grangeiro.

Medidas

O subsecretário de Vigilância e Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Alexandre Chieppe, citou a série histórica epidemiológica de 20 anos que mostra que os vetores que transmitem o Zika caem muito na época dos Jogos, por conta da queda das temperaturas e pela diminuição das chuvas. Chieppe explicou as ações de prevenção.

“Toda instalação olímpica, assim como os locais de grande aglomeração de pessoas para evento público, tornam-se pontos estratégicos. Qual a diferença? Na rotina, a gente faz visita domiciliar a cada dois meses, para orientar e eliminar possíveis criadouros. No ponto estratégico, essa visita é semanal ou quinzenal, inclusive com aplicação de produto, de larvicida e inseticida. Toda instalação olímpica é vistoriada a cada semana ou a cada 15 dias dependendo do risco de formação de criadouros do mosquito. Isso já vem acontecendo no momento das obras e vai até o momento em que os atletas começam a chegar, quando o Rio 2016 começa a fazer ações específicas”, explicou.

Ele detalhou como é feito o trabalho nas instalações. “Você elimina todas as possibilidades de criadouros do mosquito, aquela calha entupida, aquele acúmulo de água no canteiro de obra, inclusive com aplicação com veneno para fazer a eliminação de mosquitos. Várias das instalações estão próximas de áreas alagadas onde há uma grande população do mosquito Culex, que tem outra característica e não transmite doenças no Brasil, mas você consegue acabar com os criadouros do Aedes”.

O diretor executivo de Comunicação do Comitê Rio 2016, Mario Andrada, reiterou o trabalho conjunto com os três níveis de governo, com o COI e com Organização Mundial da Saúde (OMS) e afirmou que não haverá empecilhos financeiros para que todas as ações de prevenção necessárias sejam realizadas.

Emergência internacional

Nesta segunda-feira (01.02), a OMS declarou a disseminação do vírus Zika e sua possível ligação com casos de microcefalia uma emergência de saúde pública internacional. Em nota, o Ministério da Saúde disse que considera de fundamental importância a declaração da OMS e afirmou que o Brasil se colocou à disposição da organização para esclarecimentos e fornecimento de materiais técnicos.

A pasta reforçou ainda que a recomendação da OMS não inclui restrição de viagens ou comércio com países com a transmissão do vírus Zika. A orientação é para tomar medidas adequadas para evitar picadas, como utilizar repelentes, proteger-se da exposição de mosquitos, manter portas e janelas fechadas ou instalar telas e usar calça e camisa de manga comprida.

Carol Delmazo, brasil2016.gov.br