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Badminton

31/05/2018 18h23

Cochabamba 2018

Com quatro ouros e três pratas, badminton confirma hegemonia

Brasileiros venceram competições individuais no masculino e no feminino e foram campeões por equipe e na dupla masculina. Peru foi melhor nas duplas femininas e mistas

Jogos Sul-Americanos Cochabamba 2018

Antes de a peteca subir para o primeiro dia de competições do badminton em Cochabamba, a intenção manifesta da delegação brasileira era confirmar a hegemonia do país no continente. Nesta quinta-feira (31.05), a delegação nacional saiu do Coliseu Evo Moraes com o objetivo cumprido com sobras. O torneio teve disputas em seis categorias. Nas seis o Brasil fez a final. Em quatro, conquistou o ouro. Em duas terminou com a prata. E inclua aí uma prata adicional porque a final individual masculina foi entre brasileiros (confira os resultados completos no site oficial do evento).

Quarteto de ouro: Artur, Ygor, Luana e Fabiana. Foto: Gustavo Cunha/rededoesporte.gov.br

"Estou super feliz com essa participação. Vir para uma competição dessa natureza com apenas quatro atletas, fazer um total de 39 jogos e só perder três é incrível. Eu me sinto, neste momento, um treinador realizado. Temos tudo para montar uma equipe bem forte para os Jogos Pan-Americanos do Peru", afirmou o português Marco Vasconcelos, técnico da Seleção Brasileira.

"Vir para uma competição dessa natureza com apenas quatro atletas, fazer um total de 39 jogos e só perder três é incrível"
Marco Vasconcelos, técnico da seleção brasileira de badminton

O critério de classificação do badminton para o megaevento de Lima, em 2019, é pelo ranking mundial. "Nossos atletas têm de estar presentes no circuito mundial e o ideal é ficarmos entre os três melhores países do cenário Pan-Americano. Assim teremos direito a uma equipe completa, com oito atletas. É o nosso próximo objetivo", completou o treinador.

Duelo doméstico

O primeiro ouro confirmado nesta quinta-feira foi de Ygor Coelho, número um no ranking das Américas e 32° do ranking mundial. O título, no entanto, quase escapou. O também brasileiro Artur Pomoceno fez uma partida extremamente competitiva. Ganhou o primeiro set por 21 x 19, chegou a abrir quatro pontos no segundo e teve um match point em 20 x 19. Ygor, no entanto, conseguiu salvar o ponto, virar o segundo set para 23 x 21 e fazer uma terceira parcial com autoridade para fechar em 21 x 12.

"Ele jogou muito bem. Estava rápido. Antecipou algumas das minhas ações. Eu tive de mudar um pouco a estratégia, jogar com inteligência e ganhar a rede. Para isso, explorei as bolas mais curtas. Consegui ser agressivo na hora em que empatamos em 21 x 21 e, no terceiro set, mantive a agressividade", avaliou.

Representante brasileiro nos Jogos Rio 2016, Ygor teve campanha 100% em Cochabamba. Já havia ajudado o time a levar o inédito ouro por equipe, venceu o individual e conseguiu o título também na dupla masculina, ao lado exatamente de Artur. Os adversários na decisão foram os peruanos Bruno Barrueto e Diego Mini Cuadros, batidos por 2 sets a 0, com parciais de 23 x 21 e 21 x 18.

"Consegui realizar minhas metas e objetivos aqui. Saio feliz para voltar a treinar ainda mais forte. Não costumo treinar duplas. Mas eu e o Artur queríamos muito pelo quadro de medalhas do Brasil", afirmou o atleta, de 21 anos.

Ygor está de mudança para a Dinamarca no início do segundo semestre. Vai treinar no país do atleta que atualmente ocupa a primeira colocação do ranking mundial, Viktor Axelsen. "É uma mudança importante, um investimento, em busca de crescer. A Dinamarca é um dos poucos países europeus que faz frente aos asiáticos no badminton", afirmou Ygor.

Fabiana conseguiu dar 'o troco' na peruana Daniela Macias na decisão. Foto: Gustavo Cunha/rededoesporte.gov.br

A revanche de Fabiana

Até a disputa das finais desta quinta, o Brasil só tinha uma derrota em 34 partidas disputadas. O tropeço ocorreu na terceira partida da decisão por equipes mistas. Fabiana da Silva havia vencido o primeiro set e tinha boa vantagem no segundo, mas permitiu a virada à peruana Daniela Macias e acabou derrotada por 2 x 1.

As duas voltaram a se encontrar na decisão individual feminina. Fabiana, que na véspera havia dito que entraria com "sangue nos olhos", fez jus à expressão. Muito rápida e antecipando as jogadas da adversária, venceu a primeira parcial com autoridade, por 21 x 13. No segundo set, no entanto, o fantasma da virada voltou a pairar. A peruana ficou muito consistente nas trocas de bola, criou dificuldades para Fabiana e abriu 20 x 17, com três oportunidades de set point para igualar o jogo.

"Eu estava engasgada com a derrota na disputa por equipes. Só conseguia pensar em continuar, em recuperar ponto a ponto. Fiquei focada, e repetia o tempo todo que o jogo era meu"
Fabiana da Silva

"Eu estava engasgada com a derrota na disputa por equipes. Duas semanas atrás, num outro torneio internacional, eu também tinha perdido para ela. Quando ficou 20 x 17, eu só conseguia pensar em continuar, em recuperar ponto a ponto. Fiquei focada, e repetia o tempo todo que o jogo era meu. No fim, consegui empatar, virar para 22 x 20 e conquistar esse ouro", afirmou Fabiana, que também saiu de Cochabamba com a prata na dupla feminina, ao lado de Luana Vicente. O ouro ficou com a parceria peruana formada por Daniela Macias e Danica Nishimura.

A última final do dia foi na dupla mista. Artur Pomoceno e Luana Vicente foram derrotados por 2 sets a 0 pelos peruanos Daniel La Torre e Danica Nishimura (21/17 e 21/13). Os quatro integrantes da equipe brasileira são beneficiários da Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte. 

 

Reação de ouro! Fabiana perdia por 20x17, salvou três set points, virou e fechou a partida em 22x20. #Cocha2018 pic.twitter.com/qxA9gdTs9q

— Rede do Esporte (@RedeDoEsporteBr) May 31, 2018

O Peru, que será a sede dos próximos Jogos Pan-Americanos, em 2019, trouxe à Bolívia uma equipe completa, com oito atletas. Mesmo assim, o quadro final de medalhas da modalidade terminou com o Brasil em primeiro, com sete medalhas, mas quatro ouros. Os peruanos somaram 11 pódios, mas apenas dois ouros. A delegação andina somou, ainda, três pratas e seis bronzes.

Gustavo Cunha, de Cochabamba, na Bolívia - rededoesporte.gov.br