Seleção de badminton se classifica para 100% das finais

Eles são apenas quatro, mas se multiplicaram em Cochabamba. Somados, fizeram 34 jogos em cinco dias, uma média de quase sete para cada um, sob influência dos 2.500m de altitude da cidade boliviana. E chegaram ao último dia de competições na Bolívia com tudo o que estava no script devidamente cumprido. O Brasil, depois de conquistar o título por equipes mistas, está nas cinco finais possíveis no último dia de competições da modalidade, no Pavilhão Evo Morales.

Ygor (à frente) e Artur fazem a final individual e disputam a decisão de dupla masculina. Artur ainda terá que ter fôlego para a decisão de dupla mista. Foto: Abelardo Mendes Jr./rededoesporte.gov.br

"Eles são muito guerreiros. Sabem exatamente o que treinam. Estão preparados. E vamos por todos os ouros"

Marco Vasconcelos, técnico da seleção brasileira de badminton

"Administramos muitos dos jogos. Ganhamos o mais rápido que podíamos. E temos toda a estrutura do Comitê Olímpico Brasileiro, com equipe de massagistas e fisioterapeutas para recuperar a musculatura. A gente consegue aguentar mais um dia", brincou Ygor Coelho, atleta número um do ranking das Américas. "Trabalhei muito para chegar até a final. Quero muito o ouro", afirmou o atleta, que fará a final doméstica do torneio individual masculino contra o também brasileiro Artur Pomoceno. 

No individual feminino, Fabiana da Silva superou Barbara Berruezo (Argentina) e Tiffany Sanchez (Venezuela) antes de chegar à semifinal, diante da peruana Ines Castillo. Com maior volume, impôs 2 sets a 0 e vai encarar uma adversária "indigesta" na decisão: a também peruana Daniela Macia. "Acho que a gente já jogou uma contra a outra umas dez vezes, e ganhei umas sete, mas perdi duas recentemente", disse Fabiana.

Luana e Fabiana estarão na final de duplas. Fabiana joga também pelo ouro individual. Foto: Abelardo Mendes Jr./rededoesporte.gov.br

Um desse tropeços foi a única derrota nacional nos 34 jogos disputados em Cochabamba. Uma virada por 2 sets a 1 no terceiro jogo da final por equipes mistas. "Eu estava centrada, venci o primeiro set, mas depois perdi o foco e o jogo desandou", afirmou Fabiana. Na ocasião, o Brasil fechou a disputa em 3 x 1 e ficou com a primeira medalha de ouro do torneio continental. "Mas amanhã vai ser diferente. Vou com sangue nos olhos", avisou Fabiana.

O Brasil ainda disputa a medalha de ouro nas três duplas: no masculino, Ygor e Artur encaram Diego Mini Cuadros e Bruno Barrueto, do Peru. No feminino, Luana Vicente e Fabiana Silva disputam o topo do pódio contra a parceria peruana formada por Daniel La Torre e Danica Nishimura. Nas duplas femininas, Luana Vicente e Fabiana Silva medem forças com Daniela Macias e Danica Nishimura.

Para o técnico português Marco Vasconcelos, que está desde 2013 à frente da seleção brasileira, o desgaste físico e mental dos atletas foi grande durante a competição, mas o quarteto nacional está pronto. "Eles são muito guerreiros. Sabem exatamente o que treinam. Estão preparados. E vamos por todos os ouros", afirmou o treinador.

Gustavo Cunha, de Cochabamba, na Bolívia - rededoesporte.gov.br