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Badminton

25/05/2018 15h42

Cochabamba 2018

Altitude, secura e os rivais: a tripla missão do badminton

Quarteto brasileiro estreia neste sábado nos Jogos Sul-Americanos, na disputa por equipes. Meta é ratificar a hegemonia nacional

Jogos Sul-Americanos Cochabamba 2018

Com 2.500m de altitude, índice de precipitação quase nulo em maio e umidade do ar constantemente abaixo de 30%, o clima de Cochabamba torna-se adversário extra para algumas das 35 modalidades em disputa nos Jogos Sul-Americanos da Bolívia. Uma delas é o badminton, que tem início a partir das 9h deste sábado, antes mesmo da Cerimônia de Abertura, prevista para 20h (de Brasília).

"A gente tem de tomar um pouco de cuidado com a peteca. Por causa da altitude, ela fica muito rápida. É fácil errar", afirma o carioca Artur Pomoceno, de 21 anos, estreante em megaeventos continentais pela seleção brasileira. "A secura atrapalha na hora da respiração, mas a gente veio dois dias antes para se adaptar. Até a hora da competição vamos estar bem", previu o atleta, que iniciou no esporte num projeto social na comunidade da Chacrinha, no Rio de Janeiro. Hoje, treina em Campinas-SP, em um Centro de Treinamento voltado para a modalidade.

Ygor, Fabiana e Artur: três dos quatro integrantes da equipe nacional. Foto: Gustavo Cunha/rededoesporte.gov.br

"Precisamos ser muito inteligentes na forma de jogar, caso contrário vai tudo para fora. A gente pode perder partidas porque o que estamos acostumados a fazer em alguns golpes, aqui acaba tendo outro efeito. O ponto certo e a intensidade certa mudam", explicou Ygor Coelho, atleta número 1 do ranking das Américas e representante brasileiro nos Jogos Rio 2016.

Uma outra preocupação que os atletas tinham quando estavam a caminho da Bolívia era sobre a estrutura esportiva, mas as quatro quadras montadas em um dos ginásios do complexo Félix Capriles atendem, segundo os atletas, as demandas específicas do esporte: sem vento, com iluminação apropriada e material esportivo de qualidade. "A estrutura está muito boa. Fiquei impressionada. Está melhor do que em muitos dos jogos que participei", afirmou a carioca Fabiana da Silva, de 29 anos, que iniciou no badminton em Niterói - RJ e também vive atualmente em Campinas.

Visão aérea de Cochabamba, a partir do Cristo de La Concordia: altitude de 2.500m e umidade do ar frequentemente abaixo dos 30%. Foto: Rodolfo Vilela/rededoesporte.gov.br

Forma de disputa

Nos Jogos de Cochabamba, o badminton terá disputas por equipes e individuais. A estreia, neste sábado, é por equipes. O formato é misto, com atletas do feminino e do masculino. As partidas entre as nações preveem cinco duelos. Um de duplas mistas, outro de duplas masculinas, um de duplas femininas e um individual de cada naipe. Na fase de classificação, são dois grupos, cada um com três seleções. Os cinco confrontos são realizados e contam pontos para definir os dois primeiros de cada chave, que disputam a semifinal e a final. Na fase de mata-mata, o confronto é em melhor de cinco. Quem faz três pontos primeiro, segue adiante.

"Somos considerados a potência número um do badminton sul-americano, mas temos que respeitar todos"
Marco Vasconcelos, técnico

A delegação nacional tem, ao todo, quatro atletas. Todos eles integrantes do programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte. Além de Artur, Fabiana e Ygor, completa o quarteto Luana Vicente.

Em 2014, no Chile, não houve competição de badminton. A última vez que a modalidade integrou o programa dos Jogos Sul-Americanos foi em Medellín, na Colômbia, em 2010. Para o treinador brasileiro, o português Marco Vasconcelos, a relevância estratégica agora é confirmar a hegemonia nacional no continente, expressa nos últimos anos, e iniciar a preparação rumo ao Pan de 2019, em Lima, no Peru. 

"Temos aqui adversários diretos do Pan, como a própria equipe do Peru, que vai jogar em casa no próximo ano. A experiência aqui serve de referência. Isso além, é claro, de servir de motivação para os atletas, ao representar o Time Brasil num evento continental”, comentou o treinador. "Somos considerados atualmente a potência número um do badminton sul-americano, mas temos que respeitar todos dentro de quadra. Não existe campeão antecipado, mas trabalhamos para garantir o domínio continental”.

Treino da equipe brasileira de vela. Foto: COB

 

Outras estreias

O Brasil faz sua estreia, neste sábado, em outras duas modalidades do programa dos Jogos de Cochabamba. A vela terá a primeira de suas regatas, na represa Corani. Juliana Duque e Rafael Rizzato disputam a primeira regata da classe Snipe. O boliche, único esporte que será realizado na capital boliviana, La Paz, também terá as primeiras partidas. Marcelo Stuartz e Renan Ferreira são os representantes.

Confira mais fotos dos Jogos Sul-Americanos no Flickr do Ministério do Esporte

Jogos Sul-Americanos Cochabamba 2018

 

Gustavo Cunha, de Cochabamba, na Bolívia - rededoesporte.gov.br