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Nápoles
Com ouro na Universíade, Jhennifer Conceição faz história na natação brasileira
O último dia da natação na Universíade 2019 reservou momentos muitos especiais para o Brasil: Jhennifer Alves da Conceição conquistou uma medalha de ouro histórica nos 50m peito, enquanto o revezamento 4x100m medley masculino fechou a conta de medalhas nacionais com um bronze. No total, foram 4 medalhas (1 ouro, 1 prata e 2 bronzes) para o Brasil na Piscina Scandone, em Nápoles, na Itália.
O ouro de Jhennifer, com o tempo de 30s73, é o primeiro da natação feminina brasileira em Universíades. Antes dela, apenas Fabíola Molina, que foi prata em 1997 nos 100m costas, e Rebeca Gusmão, bronze em 2007 nos 50m livre, haviam medalhado para o país na competição. Com a conquista, a carioca Jhennifer se coloca na história da natação brasileira ao lado de Etiene Medeiros, primeira brasileira a ganhar um ouro no Mundial de natação (nos 50m costas) e que é uma inspiração para a atleta universitária.
"É muito gratificante. Estou feliz de estar fazendo história junto com a Etiene, que está fazendo história no Mundial, na natação. É um grande sonho meu estar incentivando essa garotada a batalhar e competir fora", disse a jovem. "Eu já tinha ficado feliz com os 100m peito aqui, porque foi minha segunda vez nadando para 1min07 nos 100m peito e os 50m acredito que está ficando fácil de sair essa casa dos 30. Espero trabalhar mais na questão de velocidade e técnica com meu treinador para sair da casa dos 30 e ir para a casa do 29 segundos", projetou.
A medalha na Universíade é o ponto alto de uma maratona de seis competições em menos de um mês para Jhennifer. Mas ela mal vai ter tempo de recuperar o fôlego. Em duas semanas, faz as malas para disputar os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. "Eu volto para o Brasil amanhã, treino duas semanas e viajo para Lima em busca da medalha nos 100m peito, porque infelizmente em Lima não tem os 50m. Mas com 1min07 eu tenho grandes chances de medalha no Pan", avaliou.
Para ficar um mês na Europa, disputando competições como o Sette Colli, em Roma, onde no mês passado quebrou o recorde sul-americano dos 100m peito ao marcar 1min07s64, Jhennifer contou com a ajuda do Programa Bolsa Atleta. "Eu guardei o dinheiro alguns anos para poder bancar as minhas viagens no último mês aqui na Europa. Eu vi que tinha que sair do Brasil para competir com os grandes nomes da natação e abaixar meus tempos. Eu utilizei esse apoio do Bolsa e sou eternamente grata ao governo por dar essa chance aos atletas", disse.
Para Marco Antônio Ferreira, que se despediu da Universíade como o maior medalhista do Brasil na natação - ele ganhou uma prata com a equipe de revezamento 4 x 100m livre, um bronze com o revezamento 4 x 100m medley e um bronze nos 100m livre -, o apoio do Programa Bolsa Atleta será fundamental para fazer uma temporada de treinos no exterior. "É um apoio muito bom, me ajuda em bastante coisa: suplementação, viagens que eu faço... No final do ano, estou indo para os Estados Unidos fazer um mês de treinamento e esse dinheiro vai me ajudar bastante", explicou.
Ao lado de Gabriel Fantoni, que abriu o revezamento nadando os 100m costas, Pedro Cardona (peito) e Iago Moussalem (borboleta), Marco Antônio conquistou o bronze no revezamento 4x100m medley com o tempo de 3min35s33. Os Estados Unidos ficaram com o ouro, com 3min33s02, e a Rússia levou a prata ao marcar 3min33s72.
O chefe da equipe de natação brasileira na Universíade, Carlos Matheus, comemorou o resultado, que superou a campanha da edição passada, disputada em Taipei-China, em 2017. Há dois anos, o Brasil conquistou 1 prata e 2 bronzes. Como não poderia deixar de ser, ele destacou o ouro inédito de Jhennifer Alves. "Ela é uma atleta que está em preparação para o Pan, não está 100%, passou por essa competição e ainda assim conseguiu sair com o ouro. Isso é muito legal", festejou.
Dobradinha no atletismo
No Estádio San Paolo, onde está sendo disputado o atletismo, o Brasil mais uma vez emplacou uma dobradinha no pódio. Se ontem o país tinha conquistado ouro e bronze nos 100m com Paulo André e Rodrigo Nascimento, dessa vez as medalhas vieram no salto triplo: prata para Mateus Sá e bronze para Alexsandro Melo. Os dois terminaram a competição com a mesma marca: 16m57.
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"Foi uma das provas mais emocionantes em que já competi e gostei muito de como me comportei", disse Mateus. "Estou extremamente emocionado, muito feliz mesmo. Era algo que eu queria muito", completou Alexsandro.
Com as conquistas desta quarta (10,07), o Brasil está em 14º lugar no quadro de medalhas. São 12 medalhas até agora: 2 ouros, 2 pratas e 8 bronzes. No número total de medalhas, a campanha brasileira em Nápoles já igualou a da edição passada. Em Taipei 2017, o Brasil conquistou 12 medalhas, sendo 2 ouros, 4 pratas e 6 bronzes. Com mais três dias de competição, a expectativa é que esses números sejam superados. O Brasil ainda tem chances de medalha no atletismo, no taekwondo e no futebol masculino.
Mateus Baeta, de Nápoles, na Itália - rededoesporte.gov.br