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Hóquei grama

28/11/2015 19h48

Aquece Rio

Evento-teste do hóquei tem boa avaliação e vitória brasileira

Primeira competição na instalação que vai receber a modalidade durante os Jogos Rio 2016 terminou com o Brasil campeão no masculino

Com vaga olímpica garantida, Seleção Brasileira masculina venceu o Chile na final da primeira competição disputada na instalação que vai receber a modalidade em 2016. Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br

A primeira competição disputada no Centro Olímpico de Hóquei, em Deodoro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, terminou com festa brasileira neste sábado (28.11). Na final do Campeonato Internacional de Hóquei sobre Grama, o 17º evento-teste para os Jogos Rio 2016 no calendário do Aquece Rio, a Seleção Brasileira masculina venceu o Chile nos pênaltis (3 x 2), após empatar em 2 x 2 no tempo normal.

Com direito a bandeira brasileira, coro de “É campeão!” e festa no campo principal e na arquibancada, a instalação que vai receber o hóquei sobre grama nos Jogos Olímpicos foi testada e aprovada por atletas e dirigentes. “A instalação é ótima, o campo é perfeito, o melhor que já joguei. A organização também estava muito boa, então foi ótimo participar do torneio e ainda mais ganhá-lo”, disse Paul Dunker, que nasceu em São Paulo quando seus pais viajavam a trabalho e por isso tem dupla cidadania: brasileira e holandesa.

“Foi para fechar um ano muito bom para a gente: depois de conseguirmos um quarto lugar nos Jogos Pan-Americanos e a vaga olímpica, fomos para um pan-americano challenger no Peru e fomos campeões de forma inédita e fechamos aqui no nosso campo, em casa, com o ouro, não poderia ser melhor”, acrescentou o goleiro Rodrigo Faustino, lembrando que o Seleção masculina conseguiu se classificar para a modalidade nos Jogos Olímpicos pela primeira vez na história.

Para Rodrigo, disputar um evento-teste para os Jogos Rio 2016 em uma instalação olímpica já deu um gostinho do que espera os jogadores brasileiros no ano que vem. “Estava todo mundo ansioso para ver o campo, a gente só via fotos e pensava ‘Quero ir para lá logo, quero ver logo’, então poder jogar aqui foi muito bom. A gente fica imaginando depois, com todos os lados cheios de torcida. Vamos poder mostrar para o público do Brasil o que é o hóquei”, projetou o goleiro da Seleção Brasileira.

“Temos dois campos de nível mundial aqui. A superfície é fundamental para o sucesso ou o fracasso do esporte. Tem que ser algo em que os jogadores possam confiar para que possam alcançar suas melhores performances. E os campos aqui são de alta qualidade. Eles ainda precisam de horas de jogo, cerca de 180 horas, então a Confederação Brasileira e o comitê organizador ainda vão ter trabalho para garantir jogos regulares aqui e deixar os campos na melhor forma possível, mas teremos uma ótima atmosfera para os Jogos”, disse o diretor esportivo da Federação Internacional de Hóquei, David Luckes.

Evento-teste que reuniu oito equipes, 144 jogadores, 230 colaboradores, sendo 166 voluntários, o Campeonato Internacional de Hóquei sobre Grama serviu para que o Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 avaliasse 25 áreas operacionais. “Tudo o que a gente precisava testar foi testado. A gente teve área de competição, voluntários, serviços médicos, serviços para a Federação Internacional, a estrutura da instalação como um todo, e tudo correu bem”, afirmou Rodrigo Garcia, diretor de esportes do Comitê Rio 2016.


Garcia lembrou que os campos de hóquei têm especificidades que demandam atenção especial. “Para que você possa realizar a competição, é necessário que você faça uma camada de água em cima da grama artificial, para que a bola possa deslizar numa velocidade adequada, para caso o atleta caia não se machuque. Então tem uma série de utilidades. E hoje quando a gente chegou aqui, a gente teve que regular o sistema de água, até porque está muito quente e úmido. Isso faz parte do nosso teste, saber quanta água a gente precisa colocar no campo. Então foi uma situação de simulação real”, explicou, lembrando que durante o torneio houve dias chuvosos e outros de calor, o que ajudou a testar a quantidade de água necessária para o campo.

O diretor de esportes do Comitê Rio 2016 também comemorou o retorno positivo dado por atletas e dirigentes. Além das equipes que participaram do campeonato, a instalação olímpica foi testada pela seleção feminina da Holanda, atual bicampeã olímpica. De passagem pela América do Sul, onde vão disputar um torneio na Argentina, as holandesas fizeram questão de ir até Deodoro na sexta-feira (27.11) para conhecer o Centro Olímpico de Hóquei. “Elas quiseram vir e experimentar o campo e o retorno que a gente recebeu é 100% positivo”, contou Rodrigo Garcia.        

Com cidadania brasileira e holandesa, Paul Dunker ajudou o Brasil a levar o ouro e ficou impressionado com a instalação: "É o melhor campo em que eu já joguei". Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br

Resultados

O Campeonato Internacional de Hóquei sobre Grama teve disputas no masculino e no feminino, com quatro equipes em cada categoria. Entre os homens, o Brasil foi campeão ao vencer o Chile nos pênaltis. Em terceiro lugar, ficou a seleção de Trinidad & Tobago, que derrotou o México por 3 x 1. No feminino, o Brasil não teve bom desempenho e ficou em quarto, após perder a disputar de terceiro lugar para o Paraguai, por 1 x 0. As campeãs foram as meninas de Barbados, com o Peru em segundo lugar. O maior problema enfrentado pelos atletas foi o forte calor deste sábado em Deodoro.

Legado

Os campos de 91,40m x 55m do hóquei sobre grama - que é jogado sobre grama sintética - trazem as cores da bandeira do Brasil: a parte interna é azul, com as bordas verdes, e as linhas são brancas. Todas as cores são contrastantes com as bolas amarelas, o que facilita a visualização das jogadas. Hoje com assentos em apenas uma das laterais, o campo principal do Centro Olímpico de Hóquei, em Deodoro, ganhará arquibancadas temporárias para 8 mil pessoas. Já o campo secundário terá capacidade para 5 mil torcedores.

Além dos dois campos já finalizados, o complexo contará ainda com um campo de aquecimento para os Jogos Olímpicos Rio 2016.Após os Jogos, as instalações deverão servir para treinamentos de equipes de alto nível e para programas sociais que envolvem a prática esportiva. “Poder treinar em um campo como esses é muito importante, vai fazer toda a diferença”, disse o goleiro Rodrigo Faustino. 

Mateus Baeta, Brasil2016.gov.br