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Ginastica rítmica

22/04/2016 19h22

EVENTO-TESTE

Com falhas no conjunto, Brasil termina fora do pódio da ginástica rítmica

Quedas de aparelhos deixaram o país anfitrião com o quinto lugar na Arena Olímpica. No individual, ouro para a bielorrussa Melitina Staniouta

Depois das cinco medalhas conquistadas durante os dias de evento-teste de ginástica artística, a Arena Olímpica do Rio não voltou a ver o Brasil no pódio. Na última terça-feira (19.4), Rafael Andrade terminou em 14o lugar no trampolim, enquanto Natália Gaudio, da ginástica rítmica individual, se apresentou na quinta (21) nos quatro aparelhos e ficou com a 17a colocação. Nesta sexta (22), última dia do torneio, a seleção de conjunto cometeu erros nas apresentações e terminou com o quinto lugar, à frente do Azerbaijão e da Coreia do Sul.

Embaladas pela música “Aquarela do Brasil”, interpretada pela cantora Ivete Sangalo, as brasileiras apresentaram uma nova coreografia no conjunto de cinco fitas e envolveram a torcida presente na arena. “Elas estavam indo muito bem até os últimos 30 segundos. Quando aconteceu um erro, ele foi desencadeando outros e elas finalizaram a coreografia de maneira incorreta”, lamenta a técnica Camila Ferezin.

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Coreografia das cinco fitas da equipe brasileira, ao som de Ivete Sangalo, empolgou o público, mas houve erros de execução. Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br

Com duas quedas de aparelhos, o Brasil fechou a primeira rotação com 14.883 pontos. “Algumas ginastas ficaram nervosas. A gente tem que trabalhar isso agora, essa parte psicológica, e treinar para que os erros não aconteçam de novo”, aponta. Já na rotina de arcos e maças, montada no ano passado, com as músicas “Tico-tico no Fubá” e “Brasileirinho”, a seleção conseguiu um desempenho superior e a nota de 16.183, a terceira melhor da segunda rotação entre as equipes que disputaram o evento-teste.

“Estamos no páreo. Se tivéssemos acertado, poderíamos disputar o ouro neste evento. Estamos de igual para igual com todos os países que vieram aqui. Prova disso foi a coreografia de arco e maças, em que tiramos uma nota muito boa, mesmo tendo um aparelho no chão, e que foi por puro nervosismo”, analisa a treinadora. Assim, o Brasil somou 31.066 pontos e terminou com a quinta colocação. O ouro foi para a Alemanha (33.183), a prata para o Uzbequistão (32.832), e o bronze, para a Grécia (31.982). As três equipes garantiram as últimas vagas para os Jogos Olímpicos.

Como país-sede, o Brasil tem assegurada a participação da seleção de conjunto nas Olimpíadas, em agosto. Apesar dos erros, o elenco aprovou a experiência de competir dentro de casa. “Foi muito bom poder sentir a energia do público e evento-teste serve para isso, para a gente aprimorar as nossas coreografias e esses erros não acontecerem mais”, destaca Jéssica Maier. “Nas Olimpíadas a gente pretende estar no auge da performance. Ainda teremos algumas Copas do Mundo que vão servir para a gente testar alguns movimentos novos”, acrescenta a ginasta de 21 anos.

Buscar a perfeição nos próximos meses é também o que deseja Eliane Sampaio, a mais experiente do grupo, com 23 anos. “Na segunda apresentação entramos mais firmes e não tivemos grandes erros. Acho que falta um pouquinho de preparação. Vamos trabalhar em cima dos erros para não termos nenhuma falha nos Jogos Olímpicos”, antecipa.


Convocação

Até junho, a comissão técnica precisa definir os nomes das cinco atletas que representarão o Brasil nas Olimpíadas. De acordo com Camila Ferezin, o evento-teste também serviu para análise de como cada ginasta correspondeu à pressão psicológica. “A partir de agora vamos avaliar as ginastas que estão preparadas para os Jogos Olímpicos, para enfrentar tudo isso”, explica. Atualmente há 12 atletas na lista de possibilidades para a convocação final.

“Hoje, duas ginastas falharam na fita e a mesma falhou na coreografia de arco e maça, a Francielly (Machado). Então temos que analisar, fazer uma estatística de como ela foi nas competições anteriores e de como irá nas próximas, para ver se ela estabiliza e entra com mais tranquilidade para executar o que sabe fazer”, exemplifica a treinadora, prevendo ainda alterações na série de fitas para evitar outros erros. “Talvez a gente mude alguns exercícios, ainda estamos no processo de adaptação da coreografia até chegar à que vai mesmo para os Jogos. Só vamos finalizar isso em julho”, ressalta.

Ouro para Staniouta

Na final do individual geral, também disputada nesta sexta-feira, a favorita Melitina Staniouta, da Bielorrússia, mesmo recebendo descontos por perder o arco na primeira série, mais uma vez terminou na frente e ficou com o ouro, após somar 70.749 pontos. A medalha de prata foi para Sabina Ashirbayeva (68.966), do Cazaquistão, e o bronze, para Nicol Ruprecht (67.883), da Áustria. Dez ginastas se apresentaram durante a final nos quatro aparelhos: arco, bola, maças e fita.

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br