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Saltos ornamentais

24/02/2016 12h36

Saltos ornamentais

Com dores, Hugo Parisi desiste da semifinal, mas comemora vaga para o Brasil nos Jogos

Atleta fez apenas o primeiro salto da prova e contou que a decisão foi tomada pensando no Rio 2016: “Tenho sonhos muito mais altos”

Primeiro e último salto de Hugo Parisi na semifinal da plataforma 10m. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Atualizada às 20h01

Hugo Parisi foi o primeiro a saltar na semifinal da plataforma 10m na manhã desta quarta (24.02), na Copa do Mundo de saltos ornamentais. Mas foi o primeiro salto e último. Com fortes dores nas costas, o brasiliense desistiu da prova no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro.

“Na preliminar, classificam os 18 primeiros, só que existem dois reservas, caso aconteça alguma coisa. Então, eu sou ‘obrigado’ a fazer um salto. Eu entrei na prova e saí, mas essa minha primeira nota (75.20) é computada e eu fico em último lugar, mas garanto o 18º. Foi difícil sair dessa prova, mas foi o mais prudente porque a gente tem sonhos muito mais altos que participar desta competição sem condição de competir com os melhores”, contou.

As dores são causadas por uma protusão discal. Segundo Hugo, elas o acompanham há dez anos, com crises temporárias que surgem de vez e quando. Desta vez, contudo, não passou rápido. Os treinos neste ano foram poucos, sempre acompanhados por dores.

“A diferença dos últimos anos é que, quando eu entro em crise, demora mais para passar. A parte física realmente não funciona como se eu tivesse 20 anos. Mas não é nada grave, daqui a pouco eu já estou bem. É uma lesão momentânea. E é tão normal que consigo saltar com essa lesão já tem bastante tempo. Mesmo estando bem pior do que ontem, porque de ontem para hoje eu não tomei nenhum remédio, fiz um excelente primeiro salto. A partir do momento em que as costas não me incomodarem mais,  o que deve ser coisa de um mês, aí eu vou conseguir saltar no nível dos melhores daqui. ”, disse o atleta de 31 anos.

Apesar de desistência da prova, Hugo disse que a sensação é de dever cumprido, já que conseguiu a vaga para o Brasil na terça-feira (23.02), ao se classificar em 18º na eliminatória.

“Dentro das condições em que eu estava, estou muito feliz com a competição, por tudo que conquistei, eu como pessoa e eu como atleta. E muito feliz por ter conquistado a vaga para o Brasil. Ela não é minha, mas eu tenho certeza de que, com a cabeça e com o nível que eu tenho, ninguém rouba essa vaga de mim”, afirmou.

“Ele conseguiu conquistar essa vaga com quase nada de treinamento, fez uma prova satisfatória e suficiente para conseguir a vaga olímpica. A participação dele superou as expectativas”, acrescentou o coordenador de seleção, Ricardo Moreira.

De acordo com os critérios da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), para que a vaga seja nominal, ou seja, do atleta, ele precisa alcançar um índice, que é de 420 pontos no caso da plataforma. O atleta que conquistou a vaga para o país tem prioridade, mas, caso Hugo não chegue aos 420 nas próximas competições que disputar, a vaga pode ser de outro atleta que faça, no Troféu Brasil, em maio, 5% a mais do que a melhor pontuação de Hugo.

Participação do Brasil

O Brasil conquistou três vagas em provas individuais para o Rio 2016 na Copa do Mundo de saltos ornamentais, com os resultados dos veteranos Hugo Parisi, César Castro e Juliana Veloso

“Uma competição como esta exige muita experiência, é muito tensa para todos. A pontuação, se comparada com o Mundial de Kazan, é bem mais baixa. O Brasil foi muito bem com três vagas, conquistadas pelos atletas mais experientes, e com boas chances de conquistar mais duas vagas. Temos que aguardar, mas essas três vagas entre os 18 já é algo acima do que já conquistamos. E os atletas jovens mostraram bastante caráter na competição, não se intimidaram”, avaliou Ricardo Moreira.

O 24º lugar de Ingrid Oliveira na plataforma 10m e o 23º de Isaac Souza na mesma prova masculina são resultados que ainda podem dar mais vagas ao Brasil. Giovanna Pedroso, 27º na mesma prova de Ingrid, tem chances mais remotas. Mas isso depende da Federação Internacional de Natação (FINA).  Cada país pode ter até duas vagas em cada prova nos Jogos, e um mesmo atleta não pode garantir duas vagas para o seu país em competições diferentes. Sendo assim, como há saltadores na zona de classificação nesta Copa do Mundo que já haviam carimbado o passaporte em outras seletivas, as vagas remanescentes serão abertas para atletas de outros países que ficaram a partir de 19º nas eliminatórias. A FINA tem até 7 de março para informar o número de vagas inicial.

Depois, os países vão confirmar, até o dia 16 de junho, quantas vagas irão ocupar. Segundo Ricardo Moreira, é comum ver um país que tem duas vagas no sincronizado e duas no individual levar só duas atletas para competir as duas provas.  Dessa forma, esse país que teria quatro vagas passa a ocupar duas e abrem-se outras duas vagas. São mais chances para que mais brasileiros possam estar no Rio 2016. Por ser país-sede, o Brasil tem vaga garantidas nas quatro provas de sincronizado.

A Copa do Mundo de Saltos Ornamentais, que também é evento-teste para os Jogos Olímpicos,  termina nesta quarta-feira (24.02).

Carol Delmazo, brasil2016.gov.br