Geral
Ciência, arte, cultura
Com a presença de Dilma Rousseff, Museu do Amanhã é inaugurado no Rio de Janeiro
“Este museu é belíssimo, mas, sobretudo, é instigante, inspirador, feito para o meu neto, para o neto de todos nós, para os nossos filhos e também feito para nós. Acredito que este será um dos maiores representantes do país que teremos para o futuro. E nós teremos extrema honra de mostrá-lo a todos os que virão às Olimpíadas”, disse a presidenta. Também estavam presentes na cerimônia o prefeito da cidade, Eduardo Paes, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e os ministro da Cultura, Juca Ferreira, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera.
O projeto do mais novo símbolo da revitalização da Região Portuária é do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, que inspirou-se nas bromélias do Jardim Botânico e na beleza do Rio como um todo. O museu foi erguido em um píer sobre a Baía de Guanabara. O prédio tem 15 mil metros quadrados e é cercado por jardins, espelhos d’água, ciclovia e área de lazer, em uma área total de 34,6 mil metros quadrados.
“A relação com a natureza que existe no Rio é algo único. Isso me motivou muito. Eu também disse a mim mesmo: o píer Mauá é um dos locais mais bonitos que terei na vida para fazer um edifício. Estou enormemente emocionado e satisfeito com o resultado da obra e, sobretudo, ao ver a interação da obra com os conteúdos”, disse Santiago Calatrava.
Ontem, hoje, amanhã
O Museu do Amanhã conjuga ciência, arte, linguagem e tecnologia em espaços interativos, que examinam o passado, apresentam transformações atuais e exploram cenários possíveis para os próximos 50 anos. Por meio de ambientes audiovisuais imersivos, instalações interativas e jogos disponíveis ao público em português, inglês e espanhol, o museu convida o visitante a refletir sobre sustentabilidade e convivência.
O conteúdo do museu foi elaborado com a participação de mais de 30 consultores brasileiros e estrangeiros e será constantemente atualizado. O local tem parceria de várias instituições de ciência, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos.
O Museu do Amanhã explora seis grandes tendências para os próximos 50 anos: mudanças climáticas; crescimento da população e da longevidade; maior integração e diversificação; avanço da tecnologia, alteração da biodiversidade e expansão do conhecimento.
A exposição principal, que tem como curador o físico e doutor em cosmologia Luiz Alberto Oliveira, ocupa o segundo andar do museu e tem cinco grandes áreas: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhã e Nós, que buscam responder, respectivamente, às perguntas: De onde viemos? Quem somos? Onde estamos? Para onde vamos? Como queremos ir? São 27 experiências e 35 sub-experiências também disponíveis em três línguas.
O Museu do Amanhã conta ainda com atividades educativas, um laboratório de experiências em inovação e o Observatório do Amanhã, que funciona como um radar do museu, captando e repercutindo informações de centros produtores de conhecimento em ciência, cultura e tecnologia. Os usuários podem frequentar o observatório para realizar pesquisas, interagir com dados recentes sobre os sinais vitais do planeta, propor e participar de agendas de discussões sobre o Amanhã.
Foi construído também um auditório com instalações adaptadas para pessoas com deficiência e que tem capacidade para 400 pessoas. O local receberá palestras e apresentações artísticas. O museu tem também uma intensa programação cultural.
Sustentabilidade
O museu foi construído de acordo os padrões da certificação LEED (Liderança em Energia e Projeto Ambiental, em português), chancelado pelo Green Building Council Brasil. Foram usados, por exemplo, materiais reciclados de alta durabilidade, que não agridem o ambiente e que foram produzidos próximos ao local da obra.
As águas da Baía de Guanabara serão utilizadas para abastecer os espelhos d´água e na troca de calor com o sistema de climatização do prédio. Depois de usadas na refrigeração, as águas serão devolvidas mais limpas ao mar, contribuindo também para o menor uso de água potável.
A geração de energia para uso interno é feita por placas que transformam a energia da luz do sol em energia elétrica. As grandes estruturas da cobertura do edifício se movimentam como asas ao longo do dia para acompanhar o posicionamento do sol e captar a maior quantidade possível de luz solar. São 4592 placas de painéis fotovoltaicos que produzem 250 KWh/ano, o que equivale à capacidade de fornecer energia para 4 milhões de lâmpadas incandescentes de 60w por uma hora. O projeto também valoriza a entrada de luz natural, e as 2532 lâmpadas de LED auxiliam na eficiência energética.
“Uma pessoa jovem pode dar a volta ao redor do museu e ver que há água da Baía de Guanabara, que ela está sendo filtrada e que cai de novo na Baía. É uma lição para que todos entendam que se pode limpar a Baía. E logo ver as placas fotovoltaicas e as partes móveis do edifício, o que mostra que é possível se fazer edifícios autônomos e sustentáveis. O edifício em si mesmo fala”, ressaltou Santiago Calatrava.
Viradão do fim de semana
Neste fim de semana, será realizado o “Viradão do Amanhã” com 36 horas de programação, tendo o novo museu como o grande destaque. As portas estarão abertas para o público das 10h de sábado (19.12) ate 18h de domingo (20.12), com entrada gratuita. Entre as principais atrações estão o cantor Diogo Nogueira e o bandolinista Hamilton de Holanda, que se apresentam no sábado às 20h, e a Orquestra Sinfônica Brasileira, no domingo no mesmo horário, na nova Praça Mauá.
Em dias comuns, o museu ficará aberto de terça a domingo, de 10h às 18h e a entrada custa R$ 10. Terão direito à meia-entrada (R$ 5) pessoas com até 21 anos, estudantes de escolas ou universidades particulares, pessoas com deficiência e servidores públicos do município do Rio de Janeiro. Moradores da cidade também pagam meia mediante apresentação do comprovante de residência. Às terças-feiras, o museu terá entrada gratuita.
Entram de graça em qualquer dia alunos e professores da rede pública de ensino, pessoas com até 5 anos ou a partir de 60 anos, funcionários de museus ou associados do IBRAM, guias de turismo e vizinhos do Museu do Amanhã. Mais informações no site museudoamanha.org.br .
Porto Maravilha
O Museu do Amanhã integra o conjunto de obras do Porto Maravilha, que tem o objetivo de recuperar a infraestrutura urbana da Região Portuária do Rio, incluindo transporte e serviços públicos, além da preservação das características culturais do local. O investimento total, de acordo com a última atualização do Plano de Políticas Públicas-Legado dos Jogos Rio 2016, é de cerca de R$ 8,2 bilhões de reais, sendo R$ 592 milhões da prefeitura e R$ 7,6 bilhões da iniciativa privada.
Será revitalizada uma área de 5 milhões de metros quadrados, sendo 70 km de ruas e vias urbanizadas e a construção de 4 túneis, incluindo o maior túnel urbano rodoviário da cidade, o Túnel da Via Expressa, com 3 km de extensão, dentro da Via Expressa, que terá 6,8 km. A prefeitura já entregou a Via Binário do Porto, com 3,5 km de extensão e dois túneis. As intervenções devolveram à cidade tesouros arqueológicos como o antigo Cais da Imperatriz e os Jardins Suspensos do Valongo, e criaram novas opções culturais como o Museu de Arte do Rio, vizinho do Museu do Amanhã.
“A gente vive um momento muito especial nessa cidade, com a aproximação dos Jogos Olímpicos, que abriu muitas oportunidades de transformação para o Rio. E essa aqui é a transformação que mais me toca, porque a história do Rio é uma história de fuga de si mesmo, a cidade foi se abandonando e o Centro virou um símbolo desse abandono. Uma cidade sem centro é uma cidade sem alma, e nosso Centro é cheio de história e de riqueza, a história do Brasil se fez aqui”, disse o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
O projeto do Museu do Amanhã é de iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Fundação Roberto Marinho, tem o Banco Santander como Patrocinador Máster, a BG Brasil como mantenedora e o apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio de sua Secretaria do Ambiente, e do governo federal, por intermédio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br