Levantamento de peso
Parque Olímpico da Barra
Colômbia domina segundo dia do evento-teste de levantamento de pesos
A Colômbia fez valer seu favoritismo no segundo dia do Campeonato Sul-Americano de Levantamento de Pesos. Nesta sexta-feira (08.04), as três categorias em disputa foram vencidas pelos colombianos na Arena Carioca 1 do Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro. O Brasil – que já contava com um ouro, uma prata e dois bronzes do dia anterior – faturou uma prata com Bruna Piloto.
A competição também é evento-teste para os Jogos Olímpicos Rio 2016. A área de competição, a ação dos voluntários e o sistema de resultados são os principais aspectos observados pelo Comitê Organizador. A cronometragem usada no Sul-Americano será a mesma no chamado “Games Time”. A estrutura, de forma geral, foi bem avaliada pelos atletas. A principal observação foi feita em relação à superfície das plataformas que, segundo eles, está escorregadia.
“As plataformas de treino e de competição estão deslizando um pouco, mas de resto tudo está indo muito bem. As barras e os pesos estão bons”, disse o colombiano Francisco Mosquera, prata no Pan de Toronto em 2015. “A organização me parece muito boa. A única coisa é que a plataforma está lisa”, concordou a compatriota Lina Marcela Rivas.
O Diretor de Esporte do Rio 2016, Rodrigo Garcia, explicou que as plataformas são indicadas e homologadas pela Federação Internacional de Levantamento de Pesos (IWF, na sigla em inglês), e o mesmo modelo foi usado no Mundial de 2015. “A gente ficou surpreso com esse retorno. Temos que trabalhar com o fornecedor e com a federação internacional, para que a gente tenha o equipamento da melhor forma. Quanto mais retorno a gente tiver, melhor”, disse.
Base da plataforma
O chefe da delegação brasileira, Edmilson Dantas, criticou a base das plataformas usadas na área de aquecimento. Elas não puderam ser colocadas diretamente sobre o piso da arena, para evitar o risco de danificá-lo. Sendo assim, foi feita uma base com uma camada de madeira e outra de borracha embaixo de cada plataforma. Isso, segundo Dantas, gera instabilidade e poderia trazer perigo aos atletas mais pesados.
“Eles fizeram uma camada que está afundando o tablado. Foi uma situação que passei ao coordenador do evento, que a gente tinha erros nos tablados de aquecimento e treinamento. Isso precisa ser corrigido, e estou vendo que esse tablado afunda mais a cada dia. É um risco desnecessário que os atletas mais pesados vão correr”, explicou o chefe da equipe brasileira.
O Diretor de Esportes do Rio 2016 disse que a organização se deu conta de que a base não é ideal e que outra solução será usada nos Jogos. “A gente vai utilizar uma madeira em MDF que tem resistência um pouco maior e tende a não ceder. Mas é parte do sistema que a gente testa, e tem a busca de otimizar custos também”, disse.
Rodrigo Garcia afirmou que, se preciso, mudanças poderiam ocorrer na base das plataformas ainda durante o evento-teste, que termina no domingo (10.04), caso a IWF solicite. Questionado sobre o tema, o vice-presidente da federação internacional, Sam Coffa, negou que haja riscos. “Onde eles realmente levantam os pesos, na área de competição, a base é de madeira mais sólida, então não é um problema. Poderia ser um problema se eles começassem a circular, mas na área de aquecimento eles não circulam com os pesos sobre a cabeça. Podemos remediar qualquer situação (até domingo). Nos dias das categorias mais pesadas, haverá menos atletas e há muitas plataformas. Então, eles podem alternar de plataforma, não será um problema”.
Coffa reforçou que a base das plataformas durante os Jogos, que será montada no Pavilhão 2 do Riocentro, sede das competições da modalidade, será diferente. “A dupla plataforma criou um pouco de problema, porque a borracha afunda um pouco, porque não está sobre um chão sólido, mas isso será eliminado para os Jogos. A área de aquecimento será completamente diferente. O que vai acontecer é que a proteção do solo, a base, será uma só, inteira. Todo o chão será coberto com essa madeira mais resistente, e a plataforma por cima”, explicou.
Resultados
Foram quatro premiações para cada categoria: a do evento-teste, pelo peso total (em que os países participantes que são de fora da América do Sul podem ganhar medalha), e três pódios do Sul-Americano: arranco, arremesso e total. Na categoria 62kg masculina, em todas as situações, Francisco Mosquera ficou com o ouro (298kg no total), seguido por Jesús López da Venezuela (287kg) e pelo chileno Julio Acosta (269kg). Já entre as mulheres de até 63kg, a colombiana Lina Marcela Rivas foi a melhor com 219kg ao todo, deixando a brasileira Bruna Piloto em segundo, com o total de 204kg, e o terceiro lugar para a norte-americana Vanessa Gayle (198kg). Para a premiação do total no Sul-Americano, subiu ao pódio a argentina Joana Palacios (191kg).
“Esperava um resultado melhor, porque estava treinando melhor, vou procurar melhorar mais e não vou deixar acontecer o que aconteceu aqui: falhar a primeira, entrar muito confiante”, disse Bruna Piloto, medalha de bronze no Pan de Toronto em 2015 e que briga por vaga no time olímpico brasileiro.
O Ministro do Esporte, Ricardo Leyser, acompanhou o evento-teste, entregou medalhas na categoria de Bruna Piloto e falou sobre investimentos na modalidade. “É uma das modalidades em que a gente passou a ter atletas se destacando, eles começam a aparecer. Não investimos só naquelas modalidades que as pessoas achavam que a gente podia ganhar medalha, como vôlei ou judô. Fizemos uma ampliação dos investimentos, como no levantamento de peso. E com todos os equipamentos que a gente está comprando para a operação dos Jogos, vamos montar vários centros pelo Brasil, já olhando também para 2020”, disse.
Medalhista olímpico no pódio
Na categoria que encerrou a sexta-feira, a 69kg masculina, foi Luis Javier o colombiano vencedor, com o total de 306kg. Erik Herrera, do Equador, ficou em segundo (294kg), e o tailandês Wattana Kangkeere levou o bronze do evento-teste (também 294kg, perdendo a prata no critério de desempate). Para o pódio do peso total no Sul-Americano, foram desconsiderados os resultados de Wattana e do compatriota Witsanu Chantri (285kg), e o bronze ficou com o medalhista de prata em Londres 2012, o colombiano Óscar Figueroa. Esta é a primeira competição dele depois de uma cirurgia na coluna realizada em janeiro.
“Era uma avaliação física, para ver como reagia meu corpo e foi um sucesso total. Estou muito tranquilo, passo a passo na preparação para chegar bem nos Jogos e superar Londres”, disse Figueroa.
O Sul-Americano prossegue até domingo (10.04). As categorias 77kg masculina e 69kg/75kg (unificada) e +75kg femininas serão disputadas no sábado (09.04). No último dia, estão marcadas as competições das categorias masculinas 85kg/94kg (unificada) e 105/+105kg (unificada).
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br