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15/04/2021 14h38

Tóquio 2020

COB investe na preparação dos atletas, na operação logística e define protocolos médicos na reta final para os Jogos de Tóquio

Com 200 vagas confirmadas, Time Brasil está classificado em 23 modalidades e já tem sete medalhistas olímpicos garantidos na delegação

Em contagem regressiva para o início dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) entra na reta final de preparação para a missão mais complexa de sua história. Após o adiamento do evento em um ano e com o impacto prolongado da pandemia, todo o planejamento – esportivo, operacional e de proteção à saúde – precisou ser revisto e adaptado à nova realidade global. 

“Temos um enorme desafio pela frente. Inicialmente, estruturamos o nosso planejamento para Tóquio pensando na melhor adaptação dos atletas ao clima, ao fuso horário e à alimentação. Mas a pandemia exigiu que, além desses aspectos, nós tivéssemos atenção redobrada à saúde dos atletas, buscando reduzir os riscos de contaminação pela Covid. Mesmo assim, tenho certeza de que estaremos prontos no dia 23 de julho”, afirma o chefe da Missão brasileira nos Jogos Olímpicos e vice-presidente do COB, Marco La Porta assim, referindo-se à data de abertura oficial do evento. 

Foto: Comitê Olímpico do Brasil

Diante desse cenário, os atletas classificados para os Jogos Olímpicos ou com chances de conquistar uma vaga em Tóquio têm recebido atenção especial do COB e das confederações. Muitos deles, inclusive, têm treinado no Centro de Treinamento Time Brasil, que segue em funcionamento com a autorização da Prefeitura do Rio de Janeiro. 

“Para continuarmos com o Maria Lenk aberto e oferecermos uma preparação adequada aos atletas, sem comprometer a saúde deles, adaptamos ainda mais a nossa operação. Os aparelhos de musculação, por exemplo, estão cada vez mais espaçados pelas salas do CT; também reduzimos o número de atletas por raia na piscina; e criamos um sistema de revezamento para que cada equipe possa treinar em horários específicos. Além disso, os atletas que não moram no Rio de Janeiro estão hospedados em um hotel bem próximo ao CT”, explica o diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara. 

Quanto à logística, nove contêineres repletos de equipamentos serão enviados ainda neste mês de abril para as bases do Time Brasil no Japão (Chiba, Chuo, Enoshima, Hamamatsu, Koto, Miyagase, Ota, Sagamihara e Saitama). Essa operação teve início em 2018, quando o COB transportou diversos materiais para o país-sede dos Jogos, como barcos, botes e pisos de competição. 

Já em relação às medidas de prevenção à Covid-19, prioridade da Missão Tóquio, o COB adotará as seguintes ações: redução da delegação brasileira, com o cancelamento dos programas Vivência Olímpica, Família Olímpica e Embaixadores; realização obrigatória de exames clínicos e laboratoriais antes do embarque ao Japão; restrição a oficiais que integrem o grupo de risco; e, principalmente, a criação de uma comissão médica, com a presença de infectologistas, que discute diariamente questões relativas ao coronavírus e elabora os protocolos a serem adotados em Tóquio. 

Buscando criar um ambiente seguro para atletas e oficiais no Japão, esta comissão é liderada por Ana Carolina Côrte, coordenadora médica do COB, e outros três profissionais: Felipe Hardt, médico do esporte; Ho Yeh Li, coordenadora de moléstias infecciosas do Hospital das Clínicas, em São Paulo; e Beatriz Perondi, coordenadora de atendimento a situações extremas no mesmo hospital, na capital paulista. 

“Serão Jogos Olímpicos totalmente diferentes e uma das nossas estratégias, desde o início da pandemia, tem sido o monitoramento dos atletas, não apenas em relação aos sintomas da Covid, mas também no que diz respeito a dores e lesões. Temos utilizado ferramentas de inteligência para realizar este acompanhamento e seguiremos dessa forma no Japão, procurando tratá-los com agilidade e eficácia”, diz Ana Carolina Côrte.

200 vagas

O Brasil já tem 200 vagas confirmadas nos Jogos Olímpicos. Ao todo, 23 modalidades têm ao menos um representante garantido em Tóquio e, dentre os 43 nomes já conhecidos da delegação, sete são medalhistas olímpicos: Kahena Kunze, Martine Grael e Robert Scheidt, da vela; Ágatha Rippel, Alison Cerutti e Bruno Schmidt, do vôlei de praia; e Felipe Wu, do tiro esportivo. As demais vagas dependem de convocações ou confirmações das confederações esportivas.

Dos 43 confirmados, 39 (90,6%) são integrantes do Bolsa Atleta, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. São 31 da categoria Pódio, a principal do programa, com repasses mensais de R$ 5 mil a R$ 15 mil, além de cinco da categoria Olímpica e três da Internacional.

No ciclo que se iniciou com o fim dos Jogos Rio 2016, o investimento do Governo Federal nesses 39 bolsistas supera os R$ 16 milhões. Quando se leva em conta as 23 modalidades contempladas com vagas, o aporte federal no mesmo período é de mais de R$ 164 milhões.

Ao longo de sua caminhada olímpica, iniciada nos Jogos da Antuérpia, em 1920, o Brasil conquistou 129 medalhas em Jogos Olímpicos. Foram 30 de ouro, 36 de prata, 63 de bronze. O país ainda soma 37 medalhas em Jogos Olímpicos da Juventude: 11 de ouro, 15 de prata e 11 de bronze.

Foto:  Comitê Olímpico do Brasil
Foto: Comitê Olímpico do Brasil

Principais medidas de proteção

-  Criação de uma Comissão Médica para combate ao Covid, com atuação antes e durante os Jogos;

- Redução das equipes, priorizando a manutenção os serviços e programas de impacto direto à performance dos atletas;

- Cancelamento dos programas Vivência Olímpica, Embaixadores, Família Olímpica, e ações de marketing.

- Ambiente exclusivo e controlado na base de Alta Performnace do Time Brasil em Chuo com:

Alimentação brasileira privativa;

Academia privativa;

Serviços de fisioterapia, massoterapia e psicologia;

Redução de serviços - Área de Convivência – Familiares e Amigos – Coletivas de imprensa presenciais

- Novos protocolos para a Vila:

Replanejamento das Chegadas – 3 dias para as modalidades que possuem base de aclimatação no Japão; 7 dias para as que chegam direto na Vila

Protocolo Médico:

Medidas Pré-embarque:

- A partir de 24 de abril, qualquer membro da delegação deve informar à área médica do COB caso tenha um resultado positivo para Covid;

- Grupo de risco não deve viajar para os Jogos;

- Todos possíveis participantes dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, incluindo atletas, sparings, oficiais e substitutos devem apresentar até 7 de maio o teste sorológico feito a partir de 8 de abril para detecção de Covid-19;

- Exames laboratoriais com validade de 1 ano: Hemograma completo, Eletroforese de Hemoglobina, Sódio, Potássio, Gama GT, AST, ALT, Glicerina Ureia, Creatinina, Proteínas totais e frações, Colesterol, Triglicerídios, T4, TSH, Ácido Úrico, PCR, hemoglobina glicada, Cortisol, testosterona total e livre, Ferritina.

- Teste Ergométrico com validade de 1 ano;

- Ecodoplecardiograma com validade de 2 anos.

Testagem: 

- 14 dias antes da viagem: quarentena;

- Teste RT-PCR 11 dias antes do embarque;

- Teste RT-PCR 7 dias antes do embarque;

- Teste RT-PCR 72hs antes do embarque;

- Teste antígeno no dia do embarque, no aeroporto GRU

- Teste RT-PCR na chegada ao Japão;

- Teste 72hs antes da entrada na Vila;

- Teste RT-PCR para retorno ao local de origem;

- Testagem de antígeno a cada 2-3 dias 

Vacina:

- O COB seguirá o plano de vacinação nacional;

- Pessoas vacinadas seguirão os mesmos protocolos, regras e precisarão ser testadas.

Fonte: Comitê Olímpico do Brasil e Secretaria Especial do Esporte