Geral
Tóquio 2020
Chama olímpica chega ao Japão para o revezamento da tocha
A chama olímpica dos Jogos de Tóquio 2020 aterrissou no Japão nesta sexta-feira para iniciar o revezamento pelo país, com duração prevista de 121 dias. Segundo o Comitê Organizador, o movimento traz uma mensagem de paz e esperança para o mundo.
Transportada por uma aeronave especial de Atenas, na Grécia, onde foi acesa em frente às ruínas do Templo de Hera, a chama chegou à Base Aérea de Matsushima, na província de Miyagi, pouco antes das 10h, horário local. Tadahiro Nomura, três vezes medalhista de ouro no judô, e Yoshida Saori, três vezes campeã no wrestling, ergueram a lanterna antes de entregá-la ao presidente de Tóquio 2020, Yoshiro Mori, acompanhado pelo presidente do Comitê Olímpico Japonês, Yasuhiro Yamashita.
O momento foi embalado por uma versão ao vivo da "Marcha Olímpica de Tóquio", mesma música usada na cerimônia de abertura dos Jogos de 1964, executada pela orquestra sinfônica da força aérea japonesa. A equipe de demonstração acrobática ainda tentou desenhar os anéis olímpicos no céu, com fumaça colorida, mas foi impossibilitada pelos ventos fortes.
"O revezamento da tocha no Japão começará em 26 de março, no centro de treinamento esportivo de J-village, em Fukushima. Depois de 56 anos, reunirá os pensamentos das pessoas ao longo do caminho e chegará a Tóquio", afirmou Yoshiro Mori. "O Comitê Organizador de Tóquio 2020 continuará trabalhando em estreita colaboração com o COI, o governo japonês e o governo metropolitano de Tóquio para garantir que teremos Jogos seguros", completou.
Nomura e Yoshida lamentaram não poder ir à Grécia para receber a chama, mas destacaram que estão felizes e orgulhosos por recebê-la em segurança no Japão. "Diante das dificuldades atuais, acredito que o revezamento da tocha passará energia e esperança para as pessoas ", disse Yoshida.
Exibição
A chama agora será exibida em vários locais da região de Tohoku, destacando a mensagem de esperança nas áreas mais afetadas pelo terremoto e pelo tsunami de 2011. A exibição especial da "Chama da Recuperação" terá início na cidade de Ishinomaki, em Miyagi. A Base Aérea de Matsushima, a oeste de Ishinomaki, foi fortemente danificada durante o terremoto. Sua reconstrução ao longo dos últimos anos foi considerada um símbolo da recuperação de Tohoku.
A partir do dia 26, sob o conceito de "Hope Lights Our Way", o revezamento da tocha olímpica passará pelas 47 prefeituras do Japão.
Coronavírus
Atletas e dirigentes esportivos têm se manifestado em defesa do adiamento dos Jogos Olímpicos e criticando a atitude do Comitê Olímpico Internacional (COI) de manter a data original. No Brasil, nadadores medalhistas em mundiais, como os velocistas Bruno Fratus e Etiene Medeiros, manifestaram discordância com a realização dos Jogos na data original. Segundo eles, o cronograma de treinamentos já está prejudicado e desigual entre atletas de várias partes do mundo em função da crise sanitária causada pelo coronavírus.
Em entrevista à agência Reuters na última quinta-feira (19.03), o britânico Matthew Pinsent, tetracampeão olímpico de remo, disse que "há coisas maiores" a se preocupar no mundo, com a pandemia do novo coronavírus.
"Temos outras prioridades e acho que a Olimpíada deveria ser a última delas. Devemos adiá-la ou simplesmente cancelá-la por agora e pensar em remarcá-la para outro momento", defendeu. "Em muitos países europeus, assim como asiáticos, o esporte parou de forma significativa. Não há como um atleta olímpico treinar eficientemente, não só em modalidades individuais, mas também coletivas. Considero injusto para o movimento olímpico dizer que vamos seguir em frente, que os Jogos ocorrerão normalmente e que estamos comprometidos com o evento em julho quando há duas forças, 'estar na Olimpíada' e 'todo o resto', puxando o atleta em sentidos distintos, provocando uma enorme tensão".
Fontes: Tóquio 2020 e Agência Brasil