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Tenis de mesa paralímpico

27/08/2021 11h07

Tênis de mesa

Bruna Alexandre garante a segunda medalha do tênis de mesa nos Jogos de Tóquio

Atleta catarinense venceu adversária de Taipei e vai disputar a semifinal na madrugada deste sábado. Israel Stroh cai para chinês nas quartas de final

A catarinense Bruna Alexandre garantiu mais uma medalha para o tênis de mesa brasileiro nos Jogos Paralímpicos. A número 4 do ranking mundial da classe 10 venceu a taiwanesa Lin Tzu Yu por 3 a 0 (11/8, 11/8 e 11/7) e garantiu o primeiro lugar no Grupo B. Com isso, passou de fase diretamente. Neste sábado, a partir de 1h40 (de Brasília), ela disputa a semifinal e pode se qualificar para a decisão, contra a vencedora do confronto entre a taiwanesa Tien Shiau Wen e a turca Merve Demir. A decisão do ouro será na segunda-feira, a partir das 6h45.

Bruna Alexandre já garantiu sua terceira medalha em Jogos Paralímpicos. Foto: Miriam Jeske/ CPB

“Desde o início do primeiro jogo estou me sentindo bem. Leve, conseguindo fazer tudo o que fiz nos treinos, jogando ativamente, bloqueando e com grande variação. Isso tem feito a diferença”
Bruna Alexandre, semifinalista da classe 10

Dona de duas medalhas paralímpicas em 2016 – bronze individual e por equipes -, Bruna Alexandre vem fazendo uma grande participação nos Jogos de Tóquio até aqui. E mostra-se bem à vontade para seguir buscando novas conquistas na Paralimpíada.

“Desde o início do primeiro jogo estou me sentindo bem. Leve, conseguindo fazer tudo o que fiz nos treinos, jogando ativamente, bloqueando e com grande variação. Isso tem feito a diferença. Ganhar dois jogos por 3 a 0 numa Paralimpíada é difícil. Acho que o foco e a regularidade são as chaves para eu estar conseguindo jogar dessa forma”, explica Bruna, que comemorou muito a vitória na fase de grupos contra a representante de Taiwan. “Sendo muito sincera, no Aberto da China eu tomei um sarrafo dela, perdi por 3 a 0! E hoje vi o quanto evoluí”, vibrou.

Mais cedo, Cátia Oliveira também garantiu medalha na classe 1-2, ao vencer a italiana Giada Rossi, número 1 do ranking mundial, nas quartas de final, por 3 a 0. Ela disputa a semifinal neste sábado, à 0h20, contra a sul-coreana Seo Su Yeon, atual campeã mundial e vice-campeã olímpica. Caso vença, busca o ouro no mesmo dia, às 7h15.

“Estou muito feliz de ter saído com uma vitória tão importante sobre a primeira do mundo. Estava bem nervosa depois da derrota que tive no jogo da fase de grupos. Mas consegui colocar a cabeça no lugar, entrei bem focada, com a estratégia acertada. Ainda não acabou. Amanhã tem outra pedreira. Vamos passo por passo, jogo por jogo. Continuem torcendo”, avisou a vice-campeã mundial da classe 2.

Outro brasileiro passou perto de garantir presença entre os medalhistas. Diante do quarto colocado do ranking mundial, o chinês Liao Keli, Israel Stroh fez um jogo equilibrado no primeiro set, vencendo por 11 a 9, mas caiu muito de rendimento na segunda parcial, onde chegou a estar perdendo por 10 a 1. O chinês continuou dominando as ações nos sets seguintes, fechando a partida em 3 a 1 (11/9, 3/11, 3/11 e 3/11).

Demais brasileiros

Outros dois brasileiros se despediram do torneio individual dos Jogos de Tóquio. Na classe 7 feminina, Millena França foi superada pela sul-coreana Kim Seongok, por 3 a 0 (6/11, 8/11 e 6/11), e não conseguiu avançar para a fase eliminatória. Na classe 7 masculina, Paulo Salmin foi eliminado nas oitavas de final, ao perder para o alemão Bjoern Schnake, por 3 a 0 (10/12, 3/11 e 9/11).

Investimento

O tênis de mesa é uma das 15 modalidades em que 100% dos atletas inscritos pela seleção brasileira nos Jogos de Tóquio são integrantes do Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal. Originalmente, o país tinha 14 atletas inscritos na capital japonesa. Welder Knaff, contudo, foi cortado por resultado adverso em exame de dopagem. De qualquer forma, os 14 receberam investimento direto de R$ 4,3 milhões desde os Jogos Rio 2016 via Bolsa Atleta. Na modalidade como um todo, o tênis de mesa paralímpico recebeu R$ 11,1 milhões no ciclo Rio - Tóquio, valor suficiente para a concessão de 515 bolsas.

Classificação

Os atletas são divididos em 11 classes. De 1 a 5 para cadeirantes. Quanto menor o número da classe, maior o grau de restrição de mobilidade do atleta. O mesmo critério vale para as classes de 6 a 10, voltadas para “andantes”. A classe 11 contempla atletas com deficiência intelectual.

História

Até os Jogos de Pequim 2008, a única conquista brasileira havia sido a prata da dupla Welder Knaf e Luiz Algacir. No Rio 2016, contudo, a Seleção fez a melhor campanha de sua história, com quatro pódios. Israel Stroh foi prata no individual. Bruna Alexandre tornou-se a primeira mulher brasileira a subir ao pódio na modalidade, com a prata individual e depois com um bronze por equipes, ao lado de Jennyfer Parinos e Danielle Rauen. O Brasil ainda levou outro bronze por equipes, com Iranildo Espíndola, Guilherme Costa e Aloísio Lima.

Fonte: Confederação Brasileira de Tênis de Mesa